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Crítica | The Walking Dead – 11X23: Family

Mais uma comunidade desabando.

por Kevin Rick
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  • SPOILERS do episódio e da série. Leiam, aqui, as críticas de todos os episódios da série e, aqui, de todo nosso material do universo The Walking Dead.

Family é o primeiro episódio da reta final de The Walking Dead que não é completamente horrível. Não é necessariamente bom, considerando que sofre com os cacoetes da temporada (não posso analisar o episódio isoladamente, vale ressaltar), e também acaba tendo suas próprias particularidades negativas, mas, bem, pelo menos existe algum esforço narrativo para criar clímax e algum entusiasmo na direção de Sharat Raju para desenvolver tensão.

O roteiro escrito por três mãos é bastante básico e objetivo: direcionar a história para uma guerra total e a consequente implosão de Commonwealth. Já vimos esse enredo de caos destruindo comunidades bem estabelecidas diversas vezes no seriado, então é um mote que dramaticamente faz sentido com a mitologia de TWD, apesar de soar repetitivo e decepcionante para o final da série. Como venho dizendo nas críticas, esses episódios finais parecem mais uma finalização de núcleo e não da obra como um todo.

O início de Family ainda tem aquelas características chatas que a série ganhou nos últimos 5 anos, com metade do episódio servindo para fazer contextualizações desnecessárias (precisávamos de tantas cenas dentro do trem?) e elaborar alguns conflitos interpessoais bobos, como a cena de Negan fazendo OUTRO monólogo de redenção. Notem como a ação começa apenas nos vinte minutos finais, o que, para mim, soa como um baita desperdício de tempo. Existem capítulos/momentos perfeitos para uma pegada mais introspectiva, mas não aqui no penúltimo episódio. Me lembro de como TWD tinha episódios que começavam e terminavam sem te deixar respirar, tensos do início ao fim.

Mas, bem, os vinte minutos finais são bacaninhas. A partir do momento que a Lydia tem seu braço mordido, a história entra numa espiral interessante de urgência e perigo. Os zumbis finalmente ganham algum tipo de destaque, incluindo a última sequência deles escalando muros e objetos – gostaria que tivessem explorado esse conceito melhor, mas pelo menos traz alguma novidade à luta contra as criaturas. Também acho interessante como Raju pelo menos tenta algum tipo de inventividade visual, como alguns planos abertos – CHEGA de close-ups – e até alguns elementos de plano-sequência e POV ali no finalzinho com os personagens correndo pelas ruas.

É tudo muito limitado, porém, com destaques esparsos. Falta uma encenação geral e contínua para ser um episódio visualmente notável, além de termos momentos bobos, como Jerry simplesmente saindo da van sem dificuldades; momentos inexpressivos, como o tiroteio; e momentos cafonas, como Daryl atirando no extintor. Mas pelo menos existe algo, entendem? Tem gente sendo mordida, os zumbis têm uma participação efetiva e há situações de nervosismo. Também destaco como o roteiro abandona o lado político sem substância deste arco para usar Pamela como mais uma vilã canastrona da série, incluindo seu efeito dramático ao atirar na filha de Rick – muito melhor do que, por exemplo, se fosse um soldado qualquer que tivesse atirado. Vale notar que a sequência de Daryl carregando a garotinha remete-se à memorável cena de Rick carregando Carl na temporada da fazenda do Hershel.

Confesso que gostaria de ter visto mais sequências curiosas. Em vez de tantas cenas no trem de gente conversando sobre coisas que já sabemos, seria melhor que essa minutagem fosse usada para uma cena dos três personagens que ficaram perdidos na manada, uma sequência dos zumbis invadindo os distritos pobres, ou quem sabe mais tempo para aquele ato final do cliffhanger. Ainda assim, Family não é de todo ruim. Chega a ser triste que um episódio com tão poucos recursos e com um mínimo de esforço já deixe o seriado um pouquinho intrigante. Vamos ver como vai ser a Commonwealth pegando fogo.

The Walking Dead – 11X23: Family | EUA, 13 de novembro de 2022
Diretor: Sharat Raju
Roteiro: Magali Lozano, Erik Mountain, Kevin Deiboldt
Elenco: Norman Reedus, Lauren Cohan, Josh McDermitt, Seth Gilliam, Ross Marquand, Khary Payton, Jeffrey Dean Morgan, Nadia Hilker, Cassady McClincy, Lauren Ridloff, Lynn Collins, Josh Hamilton, Margot Bingham, Laila Robins, Angel Theory, Medina Senghore, Okea Eme-Akwari, Avianna Mynhier, Teo Rapp-Olsson, Gonzalo Menendez, Matt Bushell, Kien Michael Spille, Gustavo Gomez, John Gettier
Duração: 45 min.

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