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Crítica | The Gifted – 2X13: teMpted

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Outro plano secreto de Reeva, sério? Apesar de teMpted, em grande parte, continuar o bem-vindo desenvolvimento de personagens que recomeçou com força total em meMento e continuou eficientemente em hoMe, a introdução de mais ataques secretos pela trinca de mutantes psicopatas, com a rotina de Lorna tentando descobrir o que é me fez revirar os olhos algumas vezes. Afinal de contas, esse artifício está mais do que batido e o que a temporada definitivamente não precisa é de mais do mesmo.

Felizmente, o roteiro de Melissa R. Byer e Treena Hancock oferece mais do que isso. Na verdade, fiquei feliz ao constatar que a existência desse novo plano é, aqui, um veículo para Eclipse liquidar com Max, em um confronto “iluminado” que só vemos do lado de fora do carro onde o primeiro surpreende o segundo com base em dica de Polaris. É bom ver que Marcos não perdeu seu lado de executor da máfia de drogas que foi quase que completamente esquecido nessa temporada e é bom ver que a série não se esquiva em matar personagens, mesmo que a vítima, aqui, não seja lá um medalhão (isso se ele morreu mesmo, já que a máxima “sem corpo, sem morte”, está valendo por enquanto). Mesmo assim, será interessante ver o que isso causará dentro do Círculo Interno e como Reeva reagirá.

Nessa história toda, porém, incomodou-me demais – DEMAIS, deixe-me enfatizar! – o pavor que Lorna demonstra a cada passo que dá dentro do QG de Reeva. O que fizeram com a Polaris super-poderosa e destemida de antes? Onde está a promessa de que essa temporada seria a dela? O que vi foi uma mulher insegura, com medo da própria sombra, que só sabe fazer caretas das mais irritantes para demonstrar seus sentimentos exacerbados. A super-heroína que ela poderia ser não está presente nem em espírito e sua dependência de Marcos, com ligações livres e não-monitoradas para ele a cada minuto é irritante. E, pior do que isso, há pouco tempo para reconstruir a Polaris de antes, considerando que só faltam três episódios para a temporada acabar. Se nada drástico for feito, ela e Thunderbird poderão dar as mãos para juntos entrarem no Panteão das “Promessas que Foram para o Ralo”.

Mas o foco do episódio foi mesmo a aproximação dos Morlocks à Resistência Mutante, por intermédio de Blink, como eu havia previsto em minha crítica anterior. Com Glow baleada e Erg teimosamente recusando-se a procurar ajuda na superfície, Clarice, que vem se mostrando outra personagem depois que deixou de choramingar pelos cantos, toma as rédeas e teleporta Caitlin e Marcos para os esgotos para salvar a mutante que sangra luz. A ira de Erg pela presença de uma não-mutante é imediata e justificada por todo o seu histórico e também pelo providencial flashback que mostra que ele fora traído pelo amor humano de sua vida. A narrativa é 100% previsível, até mesmo a marca simbólica que ele faz ao final em Caitlin, mas a grande verdade é que essa integração não só era essencial para o futuro da série, como ela funciona narrativamente.

As roteiristas trabalham todos os clichês do gênero nesse ponto, costurando uma história simples, mas que é sempre eficiente se vier acompanhada de uma direção segura, algo que Jonathan Frakes, o eterno Capitão Riker de Star Trek: A Nova Geração, definitivamente entrega aqui.  O ritmo dessa linha narrativa é constante e a costura com as demais tramas acontece naturalmente, com uma decupagem eficiente que impede confusões que dá tempo para o espectador lidar com a situação de maneira estanque.

A terceira linha narrativa do episódio lida com Lauren e sua luta contra o sono para evitar ter sonhos compartilhados com seu irmão, já que ela sente a presença de mais gente por ali tentando manipulá-la. Frakes é inclemente na direção aqui e, para nos passar a mesma situação de desconforto que a personagem parece sentir, ele aproxima sua câmera de uma Natalie Alyn Lind maquiada para parece insone que precisa lutar para não fazer feio. E, mais uma vez, a atriz mostra que consegue se manter acima da linha da mediocridade dramática, algo que, sinceramente, duvidei até poucos episódios atrás. Seu drama é palpável, ainda que dependa de suas caras e bocas usuais e a ajuda de seu pai na costura com a história do Fenris e da caixa de música misteriosa criam uma boa cumplicidade entre os dois. Espero que Matt Nix saiba trazer algum tipo de resolução para esse arco sem recorrer a saídas fáceis como a reunião dos irmãos cheios de amor para dar ou a manutenção ad aeternum da supressão dos poderes da moça com a injeção que o pai lhe dá, “apagando-a” da percepção de Andy.

Apesar dos escorregões no que se refere a Lorna, teMpted é mais um bom episódio de The Gifted que estabelece as bases para um excelente final de temporada. Tomara que Nix não perca o ritmo, não invente planos mirabolantes e secretos e, finalmente, entregue o que promete.

  • Não haverá episódio de The Gifted nas próximas semanas. A série volta dia 12 de fevereiro.

The Gifted – 2X13: teMpted (EUA, 22 de janeiro de 2019)
Criação e Showrunner: Matt Nix
Direção: Jonathan Frakes
Roteiro: Melissa R. Byer, Treena Hancock
Elenco: Stephen Moyer, Amy Acker, Sean Teale, Natalie Alyn Lind, Percy Hynes White, Coby Bell, Jamie Chung, Blair Redford, Emma Dumont, Skyler Samuels, Grace Byers, Michael Luwoye, Jeffrey Nordling, James Carpinello, Carsten Norgaard
Duração: 43 min.

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