- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Because heroes don’t stop running – Barry
Não há muito por onde fugir de que o foco de It’s My Party and I’ll Die If I Want To é claro: fazer uma referência a um filme de terror homônimo e aplicar nerdices descabidas para Oliver aparecer na última temporada de The Flash. De fato, Arrow aparecer na série faz diferença. Em uma temporada que parece não saber mais dramatizar nada de maneira importante, o super poderoso arqueiro é um deus ex-machina divertido de ver, do tipo que transforma água em vinho pela simples atuação de Stephen Amell, leve e descompromissada, algo que The Flash tem dificuldade de ser.
Durante todo o primeiro ato, especialmente o segundo, com o vilão Ramsey criando e recriando discursos de multiverso traz uma nerdice inchada que parece fora de contexto. Soa aleatório o personagem com seu plano focado em Wally West, mesmo que retome várias incursões da Crise de Infinitas Terras. Fica muito evidente o esforço dos roteiristas em forçar um cânone bagunçado da CW para explicar a volta do famoso parceiro de Flash, inventando até mesmo momento metalinguístico para dispersar essa evidência forçada. Todo o conflito de Wally e Barry forjado por Ramsey é como um uma linha conectada do A ao B, uma linha bem enrolada para demorar o caminho de propósito.
A morte de Barry é realmente interessante, feita pela direção da atriz Danielle Panabaker, é o fim arranjado, mas serve ao clímax. Apesar dos pesares, no esforço por uma lógica exagerada para fazer referência ao slasher/terror – já bem introduzida pelo controle mental dos outros personagens por Ramsey – Barry ir para outro plano, onde encontra Oliver, dá uma limpada na carga visual pouco criativa do episódio. Arrow não serve aqui apenas para resolver tudo e alegrar os órfãos da CW, mas felizmente serve também para tirar o peso que Barry torna tudo. Da mesma maneira que Oliver se remonta sempre como mentor para Flash, no episódio, na maneira como é feito, a lógica é a mesma: Arrow melhora The Flash no ato final.
A qualidade aqui é bem mais pela leveza de uma luta contra o vilão, em toda a sua breguice e comemoração de aniversário posterior. Todos os símbolos e referências são legais, mas nada se compara ao efeito que Stephen Amell traz de alegria para a história. Espero que essa última temporada leve como mentoria essa passagem de Arrow. Numa temporada como menos episódios, confirmado o término da série, que haja mais leveza da semana do que explicações nerds que fazem menos sentido do que empolgam com suas explicações – como acontecia até algumas temporadas atrás.
The Flash – 9X09: It’s My Party and I’ll Die If I Want To — EUA, 26 de abril de 2023
Direção: Danielle Panabaker
Roteiro: Sam Chalsen, Emily Palizzi
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jon Cor, Stephen Amell, David Ramsey, Keiynan Lonsdale, Sendhil Ramamurthy, Patrick Sabongui, Carmen Moore, Vanessa Williams, Shawn Stewart
Duração: 43 min.
