- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios. death falls
They make me fight that much harder, and I’m gonna fight for Iris. – Barry para Nora West.
The Flash chegou ao fim do seu primeiro arco narrativo da 8ª temporada. As reclamações com os ganchos sucessivos e ruins em relação a trama de Iris com sua doença temporal se baseavam na certeza que essa história com a Força da Aceleração não ia terminar nem tão cedo. Já a trama em relação a Caitlin e o fogo escuro, vulgo Deathstorm, tinha uma clara progressão, mesmo com os enganchados para atrasar a chegada desse 13º episódio. O tal front 13 está concluído, os primeiros 13 episódios que os produtores da série vendem a emissora como confirmação na grade televisiva, assim como o back 9 estão confirmados para terminar a temporada, os 9 episódios liberados após o sinal verde da CW diante do sucesso do front 13. E isso tem tudo tem a ver em como Death Falls é escrito e cronometrado para criar um drama redundante.
É possível com pouca atenção assistir o episódio e perceber a repetição da palavra “grief “, que numa tradução literal, sem contexto, é tristeza, pesar ou sofrimento. Mas a palavra no contexto do episódio e como se diferencia de “sad” no inglês é exatamente o uso para se referir a uma forte tristeza em relação a morte de alguém. Deathstorm havia demonstrado em sua poesia de suas falas que sua vida veio da morte de Ronnie, em que o amor dele por Caitlin encontrou o vilão na singularidade, dando-o vida. Death Falls começa com essa proposta do vilão fazer um jogo mental com os heróis de como a morte e o sofrimento dela é necessário, ensina algo, ao mesmo tempo que dá poder a ele. A volta de Eddie Thawne é explicada nisso, assim como o pai falecido de Chester, a prima defunta de Allegra e Nora West, mãe morta de Barry, para os respectivos personagens.
Essa primeira parte do roteiro segue a linha de Death Rises, com aquela estranheza e cara de filme de terror, mas sem a mesma qualidade e unidade audiovisual. Fica algo forçado, ao ponto da conversa de Barry com Nora é reforçada com um jogo de câmeras de ângulos deformados, tentando criar a sensação para nós de desnorteamento de Barry ao rever sua falecida mãe. Porém, isso é isolado, e essa cena não é a mais relevante do episódio para esse exagero visual. Constantemente nas cenas há esse busca didática de nos ensinar claramente: sofrimento é importante, sofrimento é importante. Isso não é novo em The Flash, tanto essa busca por repetir para firmar uma ideia que não se sabe muito bem desenvolver, ou um facilitação para buscar uma justificativa do episódio de se tornar temático. O problema é que dessa vez não se alcança um auge dramático com Frost morrendo para ser o nosso sofrimento…apenas mostra que isso iria acontecer logicamente.
Quem foi desenvolvida nesses episódios anteriores dessa temporada tinha sido Caitlin, enquanto Frost servia como apoio disso. Mas a “genialidade” de Sam Chalsen para escrever esse 13º episódio foi sua objetividade para criar um conflito para o resto da temporada, não criar uma boa trama que realmente fizesse Frost mais importante por se descobrir que ela é ainda mais parte da Caitlin do que se imagina. Seu drama sobre não ter uma consciência e que era preciso ela ter um espírito “grief“, um sofrimento/medo da morte da “irmã” Caitlin é interessante, no entanto, é só uma repetição das subtramas do roteiro.
Não se exige na altura do campeonato que The Flash seja surpreendente em contar a história da morte de Frost depois de se tornar Hellfrost para derrotar o vilão Deathstorm. Entretanto, se essa é a consequência para o back 9, com a conclusão do front 13, que se desse uma intensidade maior no drama e no luto da personagem do que só frases de efeito e choros com um timing bem errado na escrita de Chris Peppe no roteiro televisivo baseado nos intervalos comerciais da TV aberta. É certo que a morte da personagem é simbólica o suficiente para série passar para uma próxima fase, e até mesmo é relevante para desenvolver ainda mais Caitlin com tanto “grief” em sua vida, mas fica só no simbólico objetivo e redundante para mostrar mais uma vez na série o básico: os super-heróis tem motivações baseado na morte.
É mais ou menos isso que Barry fala para Nora nesse episódio e o que The Flash sempre nos mostrou, que os personagens ficam mais fortes diante da proporção do sofrimento. Vamos ver se Frost morrendo e a trama de Iris em eminência da morte torne a temporada mais forte também.
The Flash – 8X13: Death Falls — EUA, 04 de maio de 2022
Direção: Chris Peppe
Roteiro: Joshua V. Gilbert (teleplay), Sam Chalsen (story)
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Rick Cosnett, Robbie Amell, Michelle Harrison, Natalie Dreyfuss, Alexa Barajas, Jon Cor, Milton Barnes
Duração: 43 min.