- Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
E como havíamos previsto, o Impulso realmente trouxe um toque de vitalidade, de vivacidade, energia e até mesmo bom humor para The Flash, considerando a perspectiva imaginada para uma rede como a CW, óbvio. É aquela história de uma boa adaptação dentro do possível, nessa rede: o personagem cativa rápido e acaba sendo um condutor dramático de primeira, justamente porque traz as qualidades que faltavam aos outros. Nesse aspecto, se o roteiro é ao menos decentemente escrito, manter um personagem em alta e fazê-lo relacionar-se com muitos outros, meio que os melhora por tabela. É o que ocorre aqui.
Não nos enganemos: o foco central do plot aqui ainda é problemático, tem grande aura de confusão (embora claramente o enredo comece a dar respostas) e não conseguiu nem um pouco tirar o péssimo gosto daquele negócio horroroso que fizeram com Iris no episódio passado. Até a transição dela para esse aqui foi estranha, abrupta, sem sentido e, pior ainda, o texto parece que não foi bem arquitetado para mantê-la de maneira relevante (assim como Allegra e Caitlin, só pra variar). Isso acaba dando a Heart of the Matter, Part 1 um elemento de “estranheza diante do conhecido“, e esta é uma das sensações mais estranhas que a gente pode ter numa série em sua 7ª Temporada, especialmente quando falamos de uma protagonista.
De outra parte, porém, fomos presenteados com a chegada em pompa e circunstância do menino Impulso, que agora sim posso dizer, recebe uma caracterização boa e divertida por parte de Jordan Fisher. Considerando a série e a emissora em que ele está, diria que foi um milagre terem-no apresentado dessa forma, e acho que o personagem tem muita coisa a acrescentar ao show. Todavia, fico pensando como vão lidar com ele a partir de agora. Ele ficará no presente, integrando o Time Flash ou voltará para 2049? Como já é um bom personagem, acho que seria um desperdício usá-lo apenas nesse final de temporada e pronto. Seria bom tê-lo na base regular mesmo, e aí a série poderia dar fim a Allegra e colocar Caitlin e Frost de férias por uma temporada… não ia fazer falta nenhuma. A questão é: pra entrar mais um personagem de peso, alguém precisa sair.
O que me deixa sempre com um pé atrás com The Flash (em geral, com as séries da CW, até mesmo LoT, de quem gosto muito) é uma marca de irregularidade que ronda as temporadas, às vezes destruindo coisas muito boas ou deixando tudo muito aberto por tempo demais, sem sobrar muito espaço para uma resolução interessante no futuro. E aí como tentativa de maquiar essa quantidade de perdas, o showrunner simplesmente enlouquece, vide o que acontece aqui: Nora, Bart, Jay e Cisco, tudo aparecendo no mesmo capítulo para dar um ar épico à insossa guerra dos Godspeed e tentar pescar o espectador pelo coração, já que pela qualidade narrativa, nada realmente ia para frente.
Se não fosse o plot de Iris e a quantidade de buracos nessa tal guerra do velocista branco e seus clones, o episódio teria uma qualidade final bem melhor. O ritmo aqui é bom e, como disse, a caracterização do Impulso foi realmente muito boa, se a gente considerar o programa em que ele está. Espero que saibam trabalhá-lo nos episódios seguintes e que consigam ao menos dar um espaço final digno para a trama de Kramer com Joe, que está no escanteio, mas ainda não deixou de ser interessante. Pelo visto vai ficar para a próxima temporada, não? Ou será que tem a ver com Godspeed?
The Flash – 7X17: Heart of the Matter, Part 1 — EUA, 13 de julho de 2021
Direção: Eric Dean Seaton
Roteiro: Lauren Barnett, Eric Wallace
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Jessica Parker Kennedy, Jordan Fisher, Michelle Harrison, Carmen Moore, Karan Oberoi, John Wesley Shipp, Carlo Fortin, Rick D. Wasserman
Duração: 43 min.