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Crítica | The Flash – 7X16: P.O.W.

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS deste episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Convenhamos que a sigla P.O.W., que abrevia o termo “prisoner of war“, é um título que faz total sentido para uma série de super-herói, já que alude também a uma onomatopeia, não é mesmo? Mas parece que esta é a única coisa que verdadeiramente faz algum sentido neste episódio, que parece ter sido feito com cenas cortadas de uma temporada que a gente não teve a oportunidade de assistir. Dessa forma, migalhas de plots conhecidos foram sobrepostas a mistérios complexos demais para o final de uma temporada e que, na cena final do episódio, depois de muita bagunça e confusão, é absolutamente enterrada a sete palmos pelos comentários tranquilizadores de Nora, de que tudo ficaria bem e ponto final. Anticlímax por antecedência: a gente vê por aqui.

Com a guerra dos Godspeed tendo aparecido do nada, eu imaginei que teríamos aqui um episódio de explicação e contexto para essa existência, já que os dois capítulos finais das temporadas de The Flash normalmente são utilizados para uma resolução estendida do arco, abrindo também algumas janelas para o plot inicial da temporada vindoura. Pensando nesse padrão da série é que não me preocupei muito em Enemy at the Gates, mas mal sabia eu que deveria me preocupar sim. Porque se a produção e os roteiristas genuinamente acharam que conseguiram contextualizar/explicar esse plot final, então é oficial: a galera que cria fanfic dessa e de outras séries anda fazendo um trabalho muito melhor. Pelo menos não enfiam tramas novas do nada e acham que a existência vazia dela passará batida pelo público se servir de ponte para um outro arco. Acharam errado.

Nem a confusa presença de August Heart aqui dá o suporte necessário para a presença dos Godspeed e muito menos sustentação à guerra que estão fazendo. A “explicação” do velocista capturado, em vez de esclarecer alguma coisa, adiciona uma quantidade muito maior de perguntas, porque o que acontece depois no episódio só reforça o enigma, em vez de paulatinamente distendê-lo. Daí surgem ainda mais mistérios. Barry sendo barrado em sua viagem para o futuro. Deon (Still Force) sendo babá de Iris, que está com uma condição igualmente misteriosa e vinda do nada. Aí aparece John Diggle para ajudar, mas a tiracolo traz um problema consigo que nada tem a ver com algo corrente na série até o momento, tomando tempo precioso que deveria ser dado ao contexto da presente trama. E a pior coisa de todas, o plot preguiçoso, chato e vergonhoso envolvendo Esperanza. Aquele discurso final, onde ela morre deixando a consciência de Allegra pesada por não ter concordado em agir num péssimo plano foi uma das coisas mais patéticas já escritas em um roteiro da série. E olha que candidatos a essa lista não faltam, hein!

Nem o bloco dramático que ia bem, envolvendo Joe e Kramer, se safou. O confronto entre a policial e Adam não foi apenas enigmático, ele soltou uma bomba no meio do caminho e não abriu espaço para que se desse a fixação dessa informação. Mesmo que o bandido esteja blefando e que não haja indícios de que “a verdadeira Kramer tenha morrido no ataque“, no mínimo o texto poderia se dar o trabalho de melhorar o contexto onde essa fala foi entregue. Mas não, o que vem a seguir é Adam dizendo que mata gente, pega o dinheiro e doa metade para caridade. Olha aí mais um elemento de construção de personagem para a lista de coisas patéticas da série!

A surpresinha final, porém, me agradou. Como eu só esperava o Impulso no próximo episódio, fui genuinamente surpreendido com sua presença aqui e, para uma primeira impressão, devo dizer que foi algo bastante positivo. Impulso é um personagem vibrante, enérgico, impulsivo (sem querer ser engraçadinho: ele é realmente impulsivo), imaturo (na maioria das vezes, de um jeito positivo e simpático) e orgulhosamente inteligente. Não sei como será o personagem nas mãos de Jordan Fisher daqui pra frente, mas esses primeiros segundos dele na tela realmente me agradaram, e devo ser muito sincero: eu estava preparado para odiar, porque simplesmente odiei as fotos promocionais que a CW lançou dele. Quem sabe o garoto, com toda sua simpatia, sorrisos e energia adolescente não seja a salvação da dupla de episódios finais da temporada?

The Flash – 7X16: P.O.W. — EUA, 6 de julho de 2021
Direção: Marcus Stokes
Roteiro: Kristen Kim, Dan Fisk
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Danielle Nicolet, Kayla Compton, Brandon McKnight, Jesse L. Martin, Jessica Parker Kennedy, David Ramsey, Carmen Moore, Alexa Barajas, Christian Magby, Karan Oberoi, Julian Black Antelope, Jordan Fisher, Meena Mann, Rick D. Wasserman, Matt Kennedy
Duração: 43 min.

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