Home TVEpisódio Crítica | The Flash – 2X11: The Reverse-Flash Returns

Crítica | The Flash – 2X11: The Reverse-Flash Returns

por Ritter Fan
573 views

estrelas 2,5

Obs: Há spoilers. Leiam as críticas dos demais episódios de The Flash, aqui.

Deve ser doloroso para um roteirista inteligente escrever os roteiros de The Flash. A equipe de escritores não pode fazer o que quiser e tem que seguir a linha mestra imposta pela produção, mais precisamente por Greg Berlanti, Andrew Kreisberg, Geoff Johns, os showrunners. Pelo menos dessa maneira eu consigo livrar Aaron Helbing e Todd Helbing, os roteiristas de The Reverse-Flash Returns do foco de minhas pesadas críticas.

Afinal de contas, como não rolar os olhos para o que vemos neste episódio? E não estou dizendo aqui que a volta do Flash Reverso (pré eventos da 1ª temporada, vivido por Matt Letscher) não é interessante em si, pois, a bem da verdade, quando o assunto viagem no tempo entra na equação, literalmente qualquer coisa fica melhor. É como um remédio certeiro para curar graves doenças. Não tem um roteiro bom? Então insira viagem no tempo em algum lugar, de algum jeito que os espectadores nem notarão os problemas.

Mas este crítico chato aqui (um pleonasmo?) notou. E vários. Um após o outro.

O primeiro deles nada mais é do que a continuação da história completamente sem sentido e sem lógica interna que vimos em Potential Energy que é a recusa de Barry em contar para Patty que ele é o Flash. A desculpa é que, se ela souber da identidade super-heroística dele, seus inimigos potencialmente a ameaçarão. A relação causa e efeito dessa afirmação é surrealmente inexistente e essa mesma besteira é repetida várias vezes em The Reverse-Flash Returns ao ponto de atrapalhar a narrativa principal. Parece aquele provérbio que diz que uma mentira repetida várias vezes e com convicção torna-se verdade. Aqui, algo ilógico martelado várias vezes, aparente e magicamente, torna-se lógico…

Mas esse nem seria o maior problema se a tendência de chamar os espectadores da série de completos bobalhões não continuasse. Afinal, os roteiristas querem nos fazer acreditar que Caitlin não consegue imaginar a hipótese de a versão Terra-1 de Jay Garrick não ter o mesmo nome e que ela, uma bioengenheira, não consegue deduzir que as células de Garrick da Terra-2 tiveram a composição genética alterada em razão de sua transformação no Flash, tornando impossível o uso das células do Garrick da Terra-1 para curar seu doppelganger. Ou é isso ou Caitlin é a personagem mais tapada já escrita para uma série de TV…

Como as facas Ginsu e meias Vivarina, tem mais! Ninguém, a não ser um completamente ignorado Jay Garrick (chega a ser hilário como todos dão de ombro para o que ele fala), percebe que há algo de podre na conveniente morte do Tartaruga. Aposto que em algum episódio lá para a frente, algum dos “brihantes” personagens da série olhará com feição de surpresa quando descobrir que Wells realmente foi o culpado (e, tomara, com Garrick repetindo “eu te disse, mas eu te disse…” ao fundo). E, lógico, quatro cientistas juntos não conseguem deduzir que capturar o Flash Reverso trará consequências à linha temporal. Mas esse último ponto talvez tenha uma explicação dentro da ilogicidade interna da série, já que o outro Flash Reverso, travestido de Wells da Terra-1, foi morto e nada aconteceu com linha temporal alguma.

Chega a desanimar, pois o episódio anterior, apesar de não ter sido isso tudo, pelo menos trazia desenvolvimentos interessantes e também o vilão Tartaruga, que foi bem trabalhado, algo raro na série. Aqui, é como se nada a não  ser a “origem do Flash Reverso” tivesse acontecido. Tudo  mudou para continuar  igual, com exceção de Patty que parece ter realmente ido embora (pelo momento).

Do lado positivo, fiquei  bem impressionado como o drama familiar dos West que parece estar caminhando para uma boa resolução, com a vindoura morte de Francine reunindo os irmãos Iris e Wally. Apesar de tendente ao melodrama exacerbado, a estrutura desse aspecto da narrativa tem sido bem construída, permitindo a introdução definitiva de Wally neste universo e sua vindoura transformação em mais um velocista. Da mesma maneira, os efeitos especias têm se mostrado cada vez mais  competentes, com os duelos entre os dois Flash convencendo, assim como as vibrações de Vibro, digo Cisco, que, pela primeira vez, aparece com uma variação dos “óculos escuros” que caracterizam as versões pré e pós Novos 52 do personagem na DC Comics.

The Flash precisa parar com as bobagens infantis e mergulhar de verdade na mitologia do personagem e dos quadrinhos. Os roteiros não precisam parecer mais inteligentes que são, com a inclusão de linhas narrativas que em nada acrescentam à história, muito ao contrário até, pois seu vigor vai embora mais facilmente quando os olhos de seus espectadores reviram com linhas de diálogo que parecem ter sido escritas por George Lucas. Continua sendo uma série interessante, mas ela está perigosamente caminhando para o puro fan service para fãs que se contentam com pouco.

The Flash 2X11: The Reverse-Flash Returns (EUA, 2016)
Showrunner: 
Greg Berlanti, Andrew Kreisberg, Geoff Johns
Direção: Michael A. Allowitz
Roteiro: Aaron Helbing, Todd Helbing
Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Jesse L. Martin, Tom Cavanagh, Shantel VanSanten, Teddy Sears, Patrick Sabongui, Violett Beane, Liam McIntyre, Cody Davis, Julien Durant,  Aaron Douglas, Keiynan Lonsdale, Matt Letscher, Vanessa A. Williams
Duração: 43 min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais