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Crítica | O Diário de River Song – 1ª Temporada

por Luiz Santiago
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Quando apareceu pela primeira vez em Doctor Who, no episódio Silence in the Library, River Song chamou a atenção pelo mistério temporal que trazia em relação ao Doutor. O fato de aparentemente conhecê-lo tão bem e saber o seu nome assustou e ao mesmo tempo encantou o Time Lord, além de deixar a comunidade whovian em polvorosa, especulando sobre quem era aquela mulher e como ou por quê ela conhecia o Doutor do futuro. De que encarnação ela estaria falando? Seria mesmo o Doutor?

As primeiras semi-respostas começaram a aparecer no arco The Time of Angels / Flesh and Stone e a partir daí, River Song se tornou um mistério em andamento na série, até a revelação final de sua identidade e uma melhor expansão de sua relação com com o 11º Doutor, que acabaria em casamento.

No Especial de Natal de 2015, The Husbands of River Song, exibido no mesmo dia em que esta temporada de The Diary of River Song foi lançada, a personagem conheceu o 12º Doutor, fechando o seu ciclo de histórias na série. Uma pertinente pergunta, então, fez-se a partir deste fato: se The Husbands é a história que antecede Silence in the Library, onde a personagem “morre”, onde se encaixaria The Diary? E a resposta para esta pergunta é simples: esta temporada se encaixaria no período em que River Song exerceu a profissão de arqueóloga, mais precisamente após o arco The Impossible Astronaut / Day of the Moon e é correto estabelecer isso por conta do Vortex Manipulator citado no primeiro episódio do spin-off: The Boundless Sea.

Dito isto, fica mais fácil entender o andamento desta primeira temporada de The Diary of River Song, que começa de maneira muito interessante, com dois episódios cheios de possibilidades (mescla de macabro e alien) e poucos erros, The Boundless Sea e I Went to a Marvellous Party e termina com uma dupla de episódios que possuem um tom errado de narrativa épica. Em Signs, com o aparecimento do Mr. Song, o espectador é engolfado por narrativas dentro de narrativas, algo que pelo contexto e significado da série é muito inteligente — brincar com linhas temporais, maridos e Doutores em se tratando de River Song — mas na prática é pouco louvável porque além de confuso, tem pouco resultado dramático, não acrescentando muito à história principal.

Se na primeira dupla de episódios tínhamos a ação de River como foco principal, na segunda dupla, vemos os roteiros deixando-a como coadjuvante de luxo em sua própria série, reflexo igualmente visto na capa principal desta temporada, que traz a foto de Paul McGann (o 8º Doutor, que aparece no último episódio) em primeiro plano.

Embora possa parecer, isto não é uma ação machista dominadora da Big Finsh, que já provou inúmeras vezes ser uma defensora resoluta dos direitos iguais entre gêneros e respeito a todos. Antes, essa abordagem mostra a confusão e má organização da principal história desta temporada (além do fator monetário que é “chamar o público” a partir dessa foto), que apesar de marcar-se por episódios com tramas diferentes, possuem um fio da meada estendido entre eles, fazendo parte de um grande evento.

Apesar dos erros no desfecho, o espectador não irá se decepcionar com o produto final de The Diary of River Song. É possível enxergar e tirar o melhor das ações em andamento em cada uma das tramas individuais, como a Mesopotâmia nos anos 1920; uma festa em um lugar misterioso em que River é usada como isca; uma verdadeira saga pelo mundo do sonhar onde aparece um certo esposo; e o grande final contra os dominadores do Universo.

A participação de Paul McGann em The Rulers of the Universe é memorável e estabelece mais um ponto sobre o 8º Doutor e sobre River Song que não tivemos na TV. Ao que parece, a história se fechou nesta temporada, o que abre um mundo completamente novo para a próxima saga. E se contar pela ótima produção técnica da Big Finish e pelas excelentes atuações, certamente podemos esperar uma vida longa para essa série. Bem vinda, River Song, ao Universo Expandido!

The Diary of River Song – 1ª Temporada (Reino Unido, 25 de dezembro de 2015)
Direção: Ken Bentley
Roteiro: Jenny Colgan, Justin Richards, James Goss, Matt Fitton
Elenco: Alex Kingston, Alexander Vlahos, Charlotte Christie, Alisdair Simpson, Oliver Dimsdale, John Banks, Gbemisola Ikumelo, Alexander Siddig, Imogen Stubbs, John Voce, Letty Butler, Samuel West, Paul McGann, Aaron Neil
Duração: 300 min. (aprox.)

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