Home Audiodramas Crítica | Crônicas dos Companions – 3ª Temporada (#4 a 7)

Crítica | Crônicas dos Companions – 3ª Temporada (#4 a 7)

por Luiz Santiago
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Temos aqui os textos para 4 episódios da 3ª Temporada da série The Companion ChroniclesEmpathy Games (3X04), Home Truths (3X05), The Darkening Eye (3X06) e The Transit of Venus (3X07). Eles foram lançados pela Big Finish entre outubro de 2008 e janeiro de 2009 e apresentam aventuras com os companions do 1º (Steven, Sara / Susan, Ian e Barbara), 4º (Leela) e 5º (Adric, Nyssa, Tegan) Doutores.
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Empathy Games

3X04
estrelas 4

empathygames doctor who

Equipe: 4º Doutor, Leela
Espaço: Cidade de Paxis Majoritis, capital do planeta Synchronis (passado) / Prisão Z’nai (presente).
Tempo: Indeterminado (passado) / 7932 (presente)

Segunda parte da Trilogia da Morte de LeelaEmpathy Games é mais uma daquelas histórias do tipo “não julgue o livro pela capa“.

No presente, Leela está em uma prisão Z’nai, carregando um vírus que atingiu a todos os seus captores e torturadores e, ao que parece, espalhou-se pelo planeta inteiro, pois não existe nenhum Z’nai no local. Leela está viva porque é mantida pelas máquinas de tortura, juntamente com outros prisioneiros, que estão morrendo aos poucos. Ela passa os dias lembrando-se das aventuras que teve ao lado do Doutor e tenta consolar uma das prisioneiras que chora. Leela diz para ela não ter medo. E isso a faz lembrar de uma aventura em que esteve com o Doutor no Planeta Synchronis e ambos tiveram os seus principais medos removidos de seus cérebros…

A ideia geral de Empathy Games é excelente. Criar monstros a partir dos medos das pessoas e inventar um jogo cuja finalidade dos jogadores é encontrar e matar esses medos é algo ao mesmo tempo maligno e genial em muitos níveis. Como sempre, há uma camada de crítica social aqui. Na verdade, toda a dinâmica do arco é uma metáfora política, tratada como um fator pessoal, é verdade, mas mesmo assim, político nas entrelinhas.

Nigel Fairs tem mais uma ótima direção, tropeçando apenas no uso exagerado da trilha sonora e da mixagem de som na apresentação dos monstros e no momento das batalhas dos Jogos Empáticos. Fora isso, o diretor conta com a sempre notável atuação de Louise Jameson, aqui acompanhada de perto por David Warner, que faz um antagonista misterioso e ao mesmo tempo fascinante. Ao final, a ideia de um ciclo é novamente apresentada (de uma forma cheia de angústia) e esperamos com bastante tristeza o desfecho da trilogia, com a prometida morte de Leela que sabemos que não vai acontecer DE VERDADE. Quer dizer, a Leela que a gente conhece vai morrer mesmo. Mas a sua alma ainda terá muita história para contar.

Empathy Games – The Companion Chronicles 3X04 (Reino Unido, outubro de 2008)
Direção:
 Nigel Fairs
Roteiro: Nigel Fairs
Elenco: Louise Jameson, David Warner
Duração: 66 min.

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Home Truths

3X05
estrelas 2,5

hometruthscover doctor who

Equipe: 1º Doutor, Steven, Sara
Espaço: Ely, Inglaterra
Tempo: 199.750 (passado) / 200.750 (presente)

Talvez por não gostar de Sara Kingdom, a minha visão geral dessa história foi bastante afetada. Particularmente não consigo entender o apego que a Big Finish tem em relação à personagem a ponto de trazê-la de volta em uma série de aventuras, criando até uma consciência separada para ela em uma “casa senciente”, como nos mostra o tema desse arco. Para mim, é inaceitável que uma personagem que matou o próprio irmão por questões ideológico-militares simplesmente tenha essa atenção toda. Se fosse para dar nova vida a algum personagem, que trouxessem Katarina!

A história aqui é bastante confusa. Em algum momento o ouvinte fica mais ou menos perdido, indagando-se quem está narrando a conversa, se o Doutor, Steven ou Sara. É igualmente confusa — e originada de uma ideia completamente desnecessária — a concepção para a existência de uma memória de Sara Kingdom em uma casa em Ely, na Inglaterra. Em algum momento o espectador até se sente atraído pela história, mas isso é rapidamente deixado de lado. A descrença e o descontentamento para com o andamento do roteiro se tornam maiores e são grandes o bastante para apagar a percepção de outros bons elementos (em sua maioria, técnicos) encontrados no enredo.

Jean Marsh se esforça para fazer um bom trabalho aqui e consegue um resultado positivo. Mesmo odiando sua personagem, gosto da atriz e da maneira segura e bastante dinâmica com que ela constrói Sara nessa fase de sua “existência”.

E como se isso não fosse o bastante, é preciso dizer que Home Truths é o início da Trilogia de Sara Kingdom. Haja paciência.

Home Truths – The Companion Chronicles 3X05 (Reino Unido, novembro de 2008)
Direção:
 Lisa Bowerman
Roteiro: Simon Guerrier
Elenco: Jean Marsh, Niall MacGregor
Duração: 77 min.

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The Darkening Eye

3X06
estrelas 1

the dark eye

Equipe: 5º Doutor, Adric, Nyssa, Tegan
Espaço: Nave espacial dos Dar Traders
Tempo: Indeterminado

Que história sem graça! Que sequência de eventos confusos misturado com um vilão complexo mas jogado em uma trama completamente defeituosa, praticamente sem o Doutor e com Nyssa tentando nos convencer — e ao seu “companion do presente” — de que a aventura ao lado dos Dar Traders realmente serviu para alguma coisa… Eu simplesmente odiei esse arco. E só não dou uma nota menor porque o começo da história é bom e os Dar Traders, mesmo não sendo bem trabalhados, chamam a nossa atenção pelo tipo de “coisa” que trocam.

O roteiro aqui é confuso do começo ao fim. Ele evoca a infecção de Nyssa no arco Terminus e mistura essa doença com a troca de conhecimento dos Dar Traders e a capacidade dessa espécie em conhecer detalhes sobre a morte, sobre o futuro, sobre os estágios da decadência do corpo… Como disse, trata-se de um vilão interessante no meio de uma história em que nada se salva.

Após o começo promissor, o Doutor se separa de seus companions e então o texto faz de tudo para escantear cada um deles, deixando apenas Nyssa em destaque. Ou seja, todo o esforço para colocar 3 companions em cena e não utilizá-los para nada? Ou só para ficar perguntando amenidades, gritando pelo Doutor e falando bobagens sobre o que estava acontecendo? Nada disso se justifica. Nem esse péssimo roteiro de Stewart Sheargold, nem a explosão de sons externos que a mixagem achou interessante colocar aqui. Eis uma história para ouvir e se esquecer dela completamente.

The Darkening Eye 3X06 (Reino Unido, dezembro de 2008)
Direção:
 Ken Bentley
Roteiro: Stewart Sheargold
Elenco: Sarah Sutton, Derek Carlyle
Duração: 68 min.

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The Transit of Venus

3X07
estrelas 2,5

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Equipe: 1º Doutor, Susan, Ian e Barbara
Espaço: Reino Unido / HM Bark Endeavour (navio de pesquisa da marinha britânica).
Tempo: 2004 / abril a junho de 1770

O que realmente tem de interessante em The Transit of Venus é o fato de que a trama começa de uma forma que engana o espectador (de uma forma boa) e aos poucos o leva para um inesperado caminho. Mas existe um custo, e ele é mais alto do que os benefícios que traz, portanto acaba não valendo a pena o afastamento de Susan e Barbara da história para que apenas Ian e o Doutor tivessem destaque. De uma forma bastante constrangedora, Jacqueline Rayner comete o mesmo erro que Stewart Sheargold em The Darkening Eye: opta por uma TARDIS cheia e não usa o potencial dos companions.

A aventura aqui é estruturalmente marcada por fatos históricos. Ela acompanha o HM Bark Endeavour, o navio de pesquisa da Marinha Real Britânica comandado pelo tenente James Cook que fez a primeira viagem de descoberta à Austrália e à Nova Zelândia entre 1769 e 1771. Valendo-se do conflito simpático entre o Doutor e Ian e da oposição entre os dois homens sempre algo complexo era posto em cena (aos quais o Doutor se colocava como grande sabedor mesmo que, algumas vezes, tivesse apenas algumas ideias a respeito), o roteiro ganha espaço e a aceitação fácil do espectador, pelo menos até o ponto em que o escanteamento de Susan e Barbara é retomado ao final quase como uma desculpa e de uma forma muito, muito decepcionante.

Jacqueline Rayner também rememora os eventos de The Sensorites, utilizando uma característica dessa aventura para desencadear coisas que não possuem bom resultado para Ian, embora tudo termine bem e amigavelmente. Particularmente gosto das reflexões do companion e da forma como ele apresenta o acontecimento, mas os pontos de ligação entre o presente e o passado e o tratamento que o roteiro dá a Barbara e Susan simplesmente diminuem o valor da história.

The Transit of Venus é um arco divertido e até certo ponto bem escrito, mas o espectador precisará ter bastante paciência para algumas escolhas da roteirista, especialmente no início e no final.

The Transit of Venus 3X07 (Reino Unido, janeiro de 2009)
Direção:
 Nigel Fairs
Roteiro: Jacqueline Rayner
Elenco: William Russell, Ian Hallard
Duração: 79 min.

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