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Crítica | The Amazing Spider-Man 2

por Guilherme Coral
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estrelas 2,5

O aracnídeo amigo da vizinhança é, sem a menor sombra de dúvidas, o super-herói com maior número de games, com mais de trinta já lançados. Aos poucos, em especial após o Playstation, a jogabilidade de tais adaptações passou do clássico fase após fase para o mundo aberto, cujo ponto alto é Spider-Man 2 (a adaptação do segundo filme da trilogia de Raimi). The Amazing Spider-Man 2 segue essa mesma fórmula dos games anteriores do aranha, mas apresenta uma série de defeitos que o impedem de se tornar o mais memorável da longeva franquia.

Comecemos da história. É preciso ter assistido ao filme do qual é adaptado? Absolutamente não. O ideal é que se tenha jogado o primeiro game, já que a história de ambos é alterada em diversos pontos a fim de inserir novos vilões. O jogo anterior, por exemplo, conta com inimigos como Rhino e Escorpião, ao passo que no filme respectivo somente vemos o Lagarto. E como fica a trama da continuação? Basicamente ela segue a narrativa de seu antecessor, incluindo diversas referências, e puxa elementos do filme como a transformação de Max Dillon em Electro. De forma interessante, contudo, o principal antagonista não é o mesmo do filme, e sim um inimigo conhecido como o Carnage Killer (bastante óbvio quem ele irá se tornar, não é?).

O roteiro de Amazing Spider-Man 2 é bem conduzido e introduz personagens bastante interessantes do universo do aracnídeo. O grande problema na progressão da história é justamente Peter Parker. Como de costume os dubladores em sua maioria não são os atores do filme original e isso não seria um problema se não levássemos em consideração o protagonista. Peter/ Homem-Aranha é um misto de piadas ruins com péssima atuação e movimentos forçadamente dramáticos. A sensação deixada é que ele tem algum tipo de hiperatividade severa e não consegue parar de se mexer, quase como se os animadores implorassem para mostrar tudo o que sabem fazer, tirando toda a naturalidade das cutscenes. A comédia parece tirada diretamente das páginas de Homem-Aranha Superior e um Otto Octavius que tenta ser tão engraçado quanto Parker (coisa que os próprios outros personagens reconhecem nos quadrinhos). O contraste é ainda maior quando comparamos à atuação de Andrew Garfield que é uma das poucas coisas boas dos novos filmes do aranha.

Péssimo voice-acting e roteiristas sem senso de humor à parte, chegamos, enfim, à jogabilidade. Não é preciso de mais de dez minutos para se perceber que pular de teia em teia por Manhattan está melhor do que nunca. A mecânica inserida em Spider-Man 2 funciona perfeitamente e sofreu apenas algumas alterações nos últimos dez anos – as teias ainda se prendem somente nos prédios e isso garante um grande dinamismo ao game, ao passo que devemos controlar cada virada do aranha. O Central Park ainda é um grande obstáculo, mas, pelo menos, agora é possível se movimentar pelas árvores com mais facilidade. Aqui acabam meus elogios à jogabilidade do game. Todo o resto varia de controles ruins a completo desastre – o aranha simplesmente faz mais do que mandamos ele fazer e pequenos comandos podem levar a ações catastróficas que nos impedem quase que por completo de completar os objetivos.

As mecânicas de furtividade, claramente copiadas da série Arkham de Batman simplesmente não funcionam como deveriam e são prejudicados significativamente pela câmera. Um problema comum dos games do aracnídeo é justamente esse: a câmera não acompanha o movimentar pela parede e teto. Quando, enfim, desistimos de agirmos nas sombras e partimos para o combate vemos mais uma tentativa de cópia dos jogos do morcego e mais uma vez enxergamos uma falha. No fim, o combate cumpre seu papel, mas logo se torna repetitivo e entediante, fazendo-nos sentir falta de sair balançando por entre os prédios de Nova York.

O único (e grande) problema de explorar a vasta cidade é justamente a falta de elementos nela. Existem, é claro, alguns crimes a serem impedidos e alguns desafios, como corridas. Porém, em geral, Manhattan é um grande centro urbano vazio que não oferece muito aos jogadores. O que poderia ter sido feito é reduzido o tamanho do mapa, como feito em Ultimate Spider-Man, o que garante uma maior interatividade por parte do jogador. Para não dizer que não há nada para se fazer fora das missões existem páginas que podem ser coletadas que, juntas, formam quadrinhos para se ler dentro do jogo.

Como é de costume em jogos de super-herói, o aranha também conta com uma série de roupas variadas, tiradas diretamente dos filmes e seus vários quadrinhos. Essas contém pequenas diferenças, dando bônus diferentes aos jogadores. No fim, contudo, a maior variação é justamente a aparência. Essas são desbloqueadas ao longo da história e através de desafios específicos e, definitivamente, são um grande atrativo para nos manter no game.

Repleto de falhas tanto em jogabilidade quanto em roteiro, The Amazing Spider-Man 2 definitivamente não é o melhor game do aranha. Ainda assim ele consegue entreter por algum tempo, especialmente aos fãs dos quadrinhos que podem se sentir curiosos em ver quais vilões iremos enfrentar. Se está em busca de um jogo do aracnídeo, certamente existe uma melhor opção – a fórmula é a mesma, o resultado não.

The Amazing Spider-Man 2
Desenvolvedora:
Beenox
Lançamento: 29 de Abril de 2014
Gênero: Ação
Disponível para: PS3, PS4, PC, Xbox 360, Xbox One,  WiiU, iOS, 3DS

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