Home TVEpisódio Crítica | Superman & Lois – 3X13: What Kills You Only Makes You Stronger

Crítica | Superman & Lois – 3X13: What Kills You Only Makes You Stronger

Um final apocalíptico.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Não sei muito bem o que as pessoas tanto veem de bom no vilão Apocalypse e no arco dos quadrinhos A Morte do Superman que o introduziu. Sempre o achei extremamente genérico e a HQ então nunca passou, em minha cabeça, de um golpe publicitário que, admito, foi muito bem executado, mas cujo roteiro é doloroso de ruim. E aquele retorno mequetrefe “falso” de versões do Superman, então, nem tenho palavras para descrever. E, quando décadas depois, fui reler, a coisa ficou pior ainda. Por isso eu não entendo muito bem a tara de se adaptar essa história ou de usar esse vilão, já que seu aparecimento em Superman & Lois é apenas a mais recente versão live-action do personagem que apareceu dessa maneira, pela primeira vez, lá atrás em Smallville, depois em Batman vs Superman e, mais recentemente, na cancelada série Krypton.

Gostos pessoais à parte, What Kills You Only Makes You Stronger joga com a expectativa do espectador, pois, sendo o último episódio da terceira temporada da série e considerando que Injustice introduziu e estabeleceu Lex Luthor como um monstro que só tem um objetivo na vida, acabar com Lois Lane e Superman, e mostrou Bizarro como uma criatura completamente descontrolada lá no subsolo destruído de Bruno Mannheim, era óbvio que algo muito grande aconteceria. O uso de um flashback estendido no meio do episódio, depois de estabelecer aquela paz e aquela alegria para todos os personagens que não engana absolutamente ninguém (e nem são feitas para enganar alguém, eu sei), em que vemos Luthor transformando Bizarro em Apocalypse por meio de sucessivas e terríveis mortes infligidas ao personagem e que faz uma amálgama de características do monstruoso ser que mata o Superman e que, vale lembrar, também se parece muito com o que vemos em Krypton, é inegavelmente interessante pelo que a sequência representa: a dor e o sofrimento criando uma carapaça indestrutível e um ódio mortal incontrolável em um perfeito reflexo do próprio Luthor e os 17 anos que ficou encarcerado só imaginando 1001 maneiras de acabar com seus inimigos.

Sei que o episódio estabelece bem claramente que houve um lapso temporal de pouco mais de um mês entre os eventos no presente e o fim do episódio anterior, mas, mesmo que o flashback de Luthor cometendo barbaridades em Bizarro seja uma montagem de passagem de tempo, tenho para mim que o processo de transformação foi abordado muito rapidamente demais. Pareceu mais algo como “Luthor não é suficiente e precisamos de um mega-vilão para o final da temporada e faremos isso em cinco minutos para não perdermos tempo”. Ora, se Todd Helbing se deu ao trabalho de introduzir Lex Luthor na série daquele jeito fenomenalmente bem cadenciado que vimos em Injustice, com o vilão andando por um dia inteiro da penitenciária até a fazenda dos Kents somente para ameaçar Lois Lane, ele deveria ter feito algo semelhante com Apocalypse. Um pouco mais de cerimônia, por assim dizer.

A sucessão de eventos felizes, ou seja, a gravidez de Chrissy que leva Kyle a propor casamento no meio da festa da cidade, as pazes entre Jordan e Sarah, Sam Lane como uma companheira (ok, não é exatamente feliz quando descobrimos que ela trabalha para Luthor, mas até esse ponto era), Lana e John Henry finalmente juntos e, claro, Clark e Lois retornando à intimidade depois da mastectomia dupla, apesar de fazer sentido para a série, me pareceram artificiais demais, convenientes demais dentro do roteiro. Teria sido bem mais honesto se Helbing, que co-escreveu o texto com Brent Fletcher, tivesse focado sua abordagem mais em Luthor e seus experimentos radicais de forma a realmente parecer algo mais complexo e menos aleatório do que acabou sendo.

Pelo menos a pancadaria foi muito boa, com uma computação gráfica de surpreendente qualidade mesmo com o uso de fotografia noturna para minimizar os problemas e economizar renderização e eu fiquei particularmente feliz que o conflito entre os dois super-seres não acabou no próprio episódio. Se o objetivo será mesmo matar o Superman ou se o Azulão simplesmente derrotará Apocalypse ali na lua (confesso que não entendo o porquê de Aço não correr para ajudá-lo, mas…), o conflito precisa ser efetivamente épico e durar bem mais tempo do que os parcos minutos que vimos aqui. Meu único receio é que, com o corte radical de orçamento da quarta temporada, que reduziu o número de personagens fixos e de episódios, não vejamos muito mais da troca de socos titânica capaz de rachar nosso satélite ao meio (aliás, seria bacana ver algo ambicioso assim!).

Como disse em minha crítica anterior, ainda acho que Complications deveria ter sido o final da temporada, com os eventos a partir da libertação de Luthor sendo economizados para o que possivelmente será o último ano da série. Por outro lado, se era inevitável seguir dessa maneira, não tenho dúvidas de que o que Helbing fez foi o melhor que poderia ser feito, ou seja, introduzir o arquiinimigo do Superman e fazê-lo soltar uma força tão poderosa que pode levar a um novo arco da Morte e Retorno do Superman no audiovisual que, se acontecer de verdade, espero que seja trabalhado de maneira mais eficiente do que foi na última vez e, principalmente, sem que o showrunner recorra demais aos falhos quadrinhos originais.

Superman & Lois – 3X13: What Kills You Only Makes You Stronger (EUA, 27 de junho nos EUA e 06 de julho de 2023 no Brasil)
Criação: Todd Helbing
Direção: Gregory Smith
Roteiro: Brent Fletcher, Todd Helbing
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Alex Garfin, Michael Bishop, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Tayler Buck, Sofia Hasmik, Dylan Walsh, Emmanuelle Chriqui, Mariana Klaveno, Samantha Di Francesco, Michael Cudlitz
Duração: 43 min.

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