Home TVEpisódio Crítica | Superman & Lois – 2X14: Worlds War Bizarre

Crítica | Superman & Lois – 2X14: Worlds War Bizarre

Jordan Kent fazendo jus ao DNA!

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Depois de mais um inexplicável e irritante hiato, Superman & Lois retorna com Worlds War Bizarre, o penúltimo episódio da temporada que, felizmente, é tão bom que até consegue nos fazer perdoar esses intervalos. E a qualidade vem principalmente pela forma como o roteiro de Michael Narducci lida com uma dose bastante saudável de ação sem perder de vista o lado familiar dos núcleos principais, costurando as linhas narrativas mais importantes em um texto que constantemente se retroalimenta e que, com isso, consegue mantém o ritmo constante da progressão da história que sequer conta com os poderes do Superman, abrindo oportunidades para os coadjuvantes brilharem e para o “man” do Superman ganhar foco.

Com essa abertura, seria natural eu já partir para os elogios ao episódio, mas preferi tirar logo do caminho seus problemas, um deles crônico da temporada e outros dois apenas localizados. A questão crônica tem nome: Ally Allston. Estamos no 14º episódio da temporada e a vilã ainda é um mero conceito, no máximo uma promessa que nunca chega a ser cumprida, já que sua construção foi quase inexistente e, quando ela finalmente tornou-se superpoderosa, passou a ser uma entidade quase etérea de tão genérica e aleatória. Vê-la, aqui, durante todo o episódio, como uma imagem fulgurante ao fundo de alguns momentos no “espaço entre mundos” com CGI fraquinho não ajudou muito, assim como seus dois ou três segundos enfrentando John Henry não acrescentou absolutamente nada a ela, que continua sendo uma daquelas vilãs que terceiros precisam dizer que é vilã para ela ganhar algum tipo de contorno mais sólido.

Os dois problemas localizados são, naturalmente, bem menos importantes e só serão problemas para alguns espectadores, como no meu caso. Um deles é que, agora, a ameaça da vilã de fundir os dois mundos é visível na boa e velha Terra esférica e toda a reação que aparece é circunscrita à Smallville. Sim, tenho plena consciência – e eu na verdade adoro isso – que a série é propositalmente de escopo menor, focada na cidadezinha onde o Superman foi criado, mas não custava algumas tomadas rápidas mostrando os céus em outras cidades pelo mundo de forma a criar aquela sensação de ameaça global. O segundo problema é consequência do primeiro, já que uma ameaça dessas não poderia passar despercebida de outras pessoas com superpoderes. Mas calma! Eu sou o primeiro a advogar que cada série seja compartimentalizada, pelo que não estou dizendo que eu gostaria de ver outros heróis do Arroverse aqui, muito ao contrário, pois eu quero mais é distância dessas pragas. Meu ponto é mais simples e também tem nome: Tal-Rho. Ele está fugido, mas já se mostrou alguém de valor, que busca redenção, pelo que seria natural ele retornar para ajudar Superman e companhia. E isso deveria ter acontecido aqui, em Worlds War Bizarre, para evitar o efeito deus ex machina que pode acontecer se ele só aparecer no último segundo do último episódio para, sei lá, recarregar as células do meio-irmão.

Ultrapassados esses aspectos negativos, confesso que gostei muito de todo o resto que vi, começando pela maneira como o roteiro lidou com a perda de poderes do Superman, sem nenhum elixir mágico para ele voltar à ativa de imediato e como isso abriu caminho para Aço Pai e Aço Filha trabalharem juntos e também separados, além de Jordan Kent, depois de apanhar da SuperLana, recuperar-se e protagonizar uma belíssima sequência de pancadaria no ginásio da escola para salvar seu pai. Toda a sequência de Jordan, aliás, funcionou muito bem, com a revelação forçada de seus superpoderes que, então, leva ao conflito de Sarah com a mãe e isso depois que Lana decidiu contar a verdade aos seus cidadãos com base em conselho do marido que é revestido de culpa e remorso pelo adultério. Toda essa costura foi, em três palavras, muito bem feita e, em mais palavras ainda, uma bela lição de como escrever um texto que não precisa de didatismos e explicações para fazer todas as peças se encaixarem naturalmente.

O próprio Superman cambaleante, sem poderes, frustrado por não poder ajudar, foi bem trabalhado, com a direção de Sheelin Choksey tomando cuidado para focar Tyler Hoechlin de maneira a quase que sem nenhuma maquiagem extra, mostrá-lo como uma sombra do que era até Lois Lane retirá-lo do torpor e fazê-lo ajudar Lana no momento em que precisava ao ser atacada inclementemente pelo prefeito anterior depois de contar a verdade bizarra sobre o que estava acontecendo. Esse é o homem por trás do Superman que essa série se desdobra para mostrar, um homem com dúvidas, com hesitações, com defeitos e que precisa de sua família para ser quem ele é. Sei que muita gente prefere o Azulão como um deus na Terra, mas eu acho seu lado humano infinitamente mais interessante e instigante e a razão ficou bem clara no episódio.

Apesar da qualidade de Worlds War Bizarre ainda estou com um pouco de receio pelo final da temporada. Afinal de contas, a suposta ameaça de Ally terá que ser encarada de frente e ela não parece oferecer qualquer tipo de estofo que permita um episódio que não seja pura pancadaria vazia com CGI que, sabemos muito bem, não conseguirá dar conta do recado. Mas fica a esperança de que Todd Helbing desta vez saberá, diferente do ano inaugural, dar um fim à ameaça principal sem desmerecer o que ele soube tão bem construir antes.

Obs: Estava já para escrever esse comentário há muito tempo: o que aconteceu com o uniforme do Superman nesta temporada? O que antes parecia algo bem colado ao corpo – ou aos enchimentos em forma de músculos – agora parece uma fantasia dois ou três tamanhos maior do que o ator, especialmente na região dos ombros. Está, só para usar uma palavra que combina com a temporada, muito, mas muito bizarro. Se alguém tiver o WhatsApp do Helbing, por favor dê um toque nele para pedir ao pessoal do figurino arrumar isso!

Superman & Lois – 2X14: Worlds War Bizarre (EUA, 21 de junho de 2022)
Criação: Todd Helbing
Direção: Sheelin Choksey
Roteiro: Michael Narducci
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Jordan Elsass, Alex Garfin, Emmanuelle Chriqui, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Tayler Buck, Sofia Hasmik, Daisy Tormé, Ian Bohen, Nathan Witte, Rya Kihlstedt, Dylan Walsh, Adam Rayner, Jenna Dewan
Duração: 42 min.

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