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Crítica | Superman & Lois – 1X14: The Eradicator

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Depois de mais um hiato, desta vez causado pelos Jogos Olímpicos, Superman & Lois retorna para a dupla final de episódios de sua até agora surpreendente temporada inaugural. Depois de acabar de conferir The Eradicator, porém, lembrei-me imediatamente de recente conversa que tive com um leitor que achou Fail Safe um episódio que poderia ter se debruçado mais no plano B (que, na verdade, era o A) de Tal-Rho. Ao passo que discordei do comentarista naquela situação, vejo-me na mesma situação que ele em relação aos eventos do penúltimo capítulo que, talvez, tivesse se beneficiado da exibição do final em conjunto, já que sua duração mais curta do que o normal dá a entender que ele talvez tenha sido originalmente pensado assim.

O problema de The Eradicator é justamente não saber fazer o que tanto elogiei no episódio anterior, ou seja, o equilíbrio da ação macro com os desdobramentos micro em Smallville. Não que eu pregue que deveríamos ter visto só ação, pois o espírito de Superman & Lois não é esse e eu espero que nunca chegue a ser, mas, aqui, houve talvez um desvio grande demais do ponto nevrálgico, deixando a narrativa envolvendo diretamente o vilão kriptoniano, transformado na versão viva do Erradicador depois de absorver radiação solar por dias a fio, um tanto quanto decepcionante. Ou melhor, deixe-me ser mais preciso: a pancadaria em si foi mais uma vez ótima e muito bem feita, com Superman fazendo uma baita dupla com Aço, mais uma vez, só toda a lógica do que Tal-Rho planeja ficou um pouco perdida.

E que lógica é essa? Bem, se o Erradicador em sua forma biológica é capaz de “tomar o controle” de humanos comuns, transformando-os em super-seres, então porque fazer isso apenas com quatro deles? E porque derrotá-los (e também Leslie Larr) foi tão fácil? Tudo bem que a cena rimada do salvamento de Lois Lane enquanto ela transmitia um aviso para os habitantes de Metrópolis foi emocionante, mas faltou a construção de uma narrativa sólida para o ataque. Seria um plano para desviar a atenção do Superman e permitir o sequestro de Jordan? Se for, será que algo assim tão grandioso era mesmo necessário? Tal-Rho poderia muito facilmente pegar o garoto chegando ou saindo da festinha ou algo nessa linha.

Em outras palavras, o roteiro de Max Cunningham e Brent Fletcher pecou em simplificar demais a história ao ponto de torná-la ilógica a partir dos dados que temos até este episódio (por isso disse que se os dois capítulos finais fossem disponibilizados no mesmo dia, o resultado poderia ser diferente). The Eradicator cheira a prelúdio do fim, mas um prelúdio que não tem o cuidado e peso que a temporada, em sua grande parte, vinha demonstrando até aqui e acaba parecendo mesmo, bem lá no fundo, uma maneira de apenas esticar a história a ponto de levar ao plano final do vilão a ser contado em dois capítulos, enquanto que provavelmente um só seria suficiente.

Mesmo assim, além do inegável esmero técnico da Batalha de Metrópolis, do bom uso de Lois Lane nesta luta de titãs, há que se elogiar justamente a abordagem do aspecto micro do episódio, com as consequências do plano de Morgan Edge levando a cidade, depois de uma breve elipse temporal, à beira do colapso econômico, algo que é agravado pela permanência do General Samuel Lane e dos soldados do Departamento de Defesa por ali. Mesmo achando que esse aspecto talvez pudesse ter sido trabalhado em segundo plano para dar abertura à Tal-Rho, não há como deixar de reconhecer que são poucas as séries de super-heróis que se preocupam tanto com os desdobramentos de eventos cataclísmicos para uma pequena comunidade. Ver a família Cushing em contínuo sofrimento às voltas com a decisão de se mudar ou não dali, Chrissy tendo que vender o Smallville Gazette para um conglomerado multinacional e os cidadãos em geral revoltados com a presença militar envolta em segredos ajuda a fincar os pés da série no chão, mesmo diante de situações inacreditáveis e todo essa construção talvez ganhasse ainda mais força – e eu sei que estou me repetindo – se ele fosse parte de um episódio duplo exibido no mesmo dia ou de um episódio único, só que mais longo, que abrisse espaço para um efetivo equilíbrio.

Seja como for, mesmo com esse leve tropeção quase na linha de chegada, a 1ª temporada de Superman & Lois continua sendo de se tirar o chapéu por um conjunto grande de fatores, especialmente a forma humana com que consegue lidar com o mais sobre-humano dos super-heróis. Agora é esperar para que Last Sons of Krypton, em apenas uma semana, encerre o ano inaugural da série com chave de material de estrela anã extremamente denso (porque ouro é irrelevante aqui!).

Superman & Lois – 1X14: The Eradicator (EUA, 10 de agosto de 2021)
Criação: Greg Berlanti, Todd Helbing
Direção: Alexandra La Roche
Roteiro: Max Cunningham, Brent Fletcher
Elenco: Tyler Hoechlin, Elizabeth Tulloch, Jordan Elsass, Alex Garfin, Erik Valdez, Inde Navarrette, Wolé Parks, Dylan Walsh, Emmanuelle Chriqui, Michele Scarabelli, Fred Henderson, Fritzy Clevens-Destiny, Dylan Kingwell, Wern Lee, Tayler Buck, Sofia Hasmik
Duração: 40 min.

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