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Crítica | Star Wars – The Old Republic: Knights of the Fallen Empire

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Espaço: Zakuul, Odessen, Darvannis, Asylum
Tempo: 3637-3631 anos antes da Batalha de Yavin

A Bioware sempre estivera ligada ao gênero do RPG, tendo desenvolvido o icônico Baldur’s Gate, que surgira da compra dos direitos para realizar games baseados Dungeons & Dragons. Fora através de Knights of the Old Republic, contudo, que a empresa se tornou o que ela é hoje – naturalmente que o seu ápice fora a franquia Mass Effect, mas essa é nitidamente um sucessor espiritual do jogo de Star Wars, que apenas melhorou suas mecânicas e deu mais liberdade criativa à equipe para criarem seu próprio universo. Isso, contudo, deixou os jogadores de Kotor III órfãos, pedindo desde o lançamento do segundo game pelo lendário Knights of the Old Republic III.

O anúncio de The Old Republic veio como uma nova esperança (não resisti o trocadilho) para os gamers, prometendo algo no estilo do melhor game da saga já lançado. O desapontamento de muito, contudo, foi grande quando o dia do lançamento chegou, afinal, o jogo estava mais próximo de WoW, com suas mecânicas de mmorpg do que de Kotor. O que verdadeiramente diferenciava era sua linha narrativa, que nitidamente demonstrava todo o poder de storytelling da Bioware. Os anos se passaram e os desenvolvedores do game certamente escutaram o pedido da legião de fãs, os atendendo através de Knights of the Fallen Empire, expansão lançada em 27 de outubro de 2015.

Apesar de ser um conteúdo adicional do jogo base, ele funciona como uma remodelagem quase completa do mmorpg. A jogabilidade continua a mesma, naturalmente, isso iria requisitar um novo cliente de jogo e seria muito mais fácil trabalhar do zero do que apenas atualizar tudo. O que efetivamente muda em The Old Republic é a maneira como tudo pode ser aproveitado. Desde a velocidade na qual passamos de nível até os equipamentos, o game fora repensado a fim de oferecer uma experiência mais atrativa para quem deseja conhecer apenas a sua história, sem se aprofundar nas mecânicas mais hardcore. De fato, desse ponto em diante, o jogo pode ter sua narrativa principal completada sem a necessidade de fazermos sidequests ou de um grupo para nos ajudar – agora temos um single-player de fato dentro de um mmorpg e isso é ótimo, pois permite que mais pessoas aproveitem as maravilhosas missões de classe do jogo base.

Mas passadas essas mudanças iniciais, partimos para a expansão de fato e essa sim veio como uma verdadeira surpresa, por diferentes aspectos. O primeiro é a sua trama, que foca em um Império cujo centro é localizado em Zakuul, além da galáxia conhecida de Star Wars. Temos aqui a maior expansão da mitologia da saga desde que os primeiros escritores do universo expandido decidiram voltar ao passado da franquia, criando a raça dos Sith e a Velha República como a conhecemos agora. Essa nova nação, conhecida como o Império Eterno é formada por usuários da Força que não são Jedi ou Sith, a encarando de uma maneira completamente diferente. Pouco sabiam, contudo, que no trono se senta o imortal imperador dos Sith, que assumira um novo corpo e agora é conhecido como Valkorion. Dito isso, o encontro com essa sociedade ocorre quando, perseguindo essa figura, a frota da República ou Império se encontra com a gigantesca armada de Zakuul. A partir daí entramos em uma série de missões na tentativa de derrotar o Império Eterno, algo que se prova cada vez mais difícil.

O mais interessante é que tais missões funcionam de maneira isolada do restante do game – a partir do momento que entramos nelas vivemos uma história completamente diferente e até mesmo o combate se torna mais fluido, com inimigos com menor vida e companheiros que, de fato causam mais dano que o normal. Além disso, temos o maior atrativo da expansão: cutscenes! Isso mesmo, temos uma enorme quantidade de vídeos que se passam ao longo da ação, oferecendo uma experiência bastante próxima aos games single-player da Bioware e que fortalecem a progressão da narrativa de maneira significativa. Elas não são trabalhadas como os filmes introdutórios, utilizam os modelos in-game, mas definitivamente conseguem prender nossa atenção por completo. Aliás, a cutscene introdutória é uma das mais belas já feitas pela Bioware, não deixem de conferir logo acima.

Fora isso, ganhamos novos companheiros, que, por sua vez, são melhores trabalhados – a influência, elemento presente no jogo base, desempenha um papel mais ativo e nossas escolhas realmente fazem a diferença aqui. Fazer algo que um desses indivíduos não aprova pode levá-lo a abandonar ou até trair seu personagem, trazendo uma maior sensação de urgência e importância a cada diálogo. Com o tempo realmente chegamos a nos importar com esses novos NPCs que atuam ao nosso lado e somos fisgados ainda mais pela narrativa da expansão. Evidente que o tempo total desse conteúdo ajuda bastante nessa construção. Completar todos os dezesseis capítulos de KotFE leva por volta de vinte horas, mas não se preocupe, você pode voltar para o jogo base a qualquer hora que quiser e retomar a expansão.

Dito isso fica evidente o cuidado que a Bioware dispensou para elaborar essa sua nova expansão, ouvindo a legião de fãs que clamava por uma continuação de Kotor ao mesmo tempo que favorece aqueles que acompanharam seu mmorpg desde o início. Sob muitos aspectos, Knights of the Fallen Empire pode ser considerado Knights of the Old Republic III, ou, ao menos, seu verdadeiro sucessor espiritual. Um game que irá cativar tanto os apreciadores dos aspectos mais sociais do gênero, quanto aqueles que anseiam apenas por uma experiência single-player. Enfim, recebemos mais um jogo que facilmente pode ser considerado um dos melhores de Star Wars.

The Old Republic: Knights of the Fallen Empire
Desenvolvedor:
Bioware
Lançamento: 27 de outubro de 2015
Disponível para: PC, Mac
Gênero: MMORPG

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