- Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.
Para quem assiste esse segunda temporada de The Bad Batch comparando com a primeira já diz que é um ano ruim previamente. Compreensível. Ora, havia muito mais conflitos decisivos, mais em jogo, mais lore “starwastico” para se debater no ano anterior, enquanto nesse há melancolia e mornidão de Omega com esquadrão de clones, que antes trazia mais aventura. Mas as animações de Star Wars, assim como foi The Clone Wars, e Rebels também, não podem se permitir experimentar um filler de travessia, de processo? Um ordinário desse universo, algo mais íntimo, como uma conversa na caverna?
Algo que Brad Rau e Jennifer Corbett falaram em entrevistas prévias ao começo desse segundo ano, é que eles enxergam a produção dos episódios como live action. Logo, garanto para vocês leitores que um episódio como A Travessia, se feito com atores, com personagens tão cativantes quanto Tech e Omega, ganharia tantas reclamações. Não é para negar que haja sim um certo conforto dos produtores em produzirem esses episódios como um passo largo demais para se chegar a pontos mais dramáticos e mais relevantes para os personagens, porém, porque não ver a beleza de se acompanhar semanalmente um pouco mais de Star Wars verossimilhante?
Posso analisar aqui como The Bad Batch não parece progredir, como é mais uma missão que Cid dar ao Esquadrão 99 e que eles se encrencam…uma repetição que se torna cansativa para a temporada. No entanto, nesses mesmos 30 minutos de episódio posso elogiar como um momento emocionante de Tech com Omega, bem preparado por um conflito anterior, é bem fotografado pelo CGI, e consequência progressiva importante do roteiro para desenvolver os dois personagens. Echo foi embora, então como tratar disso? É só mais um clone que foi embora? Como tantos estão se espalhando e sofrendo pós-guerra?
Todos os parágrafos anteriores terminaram com perguntas para evidenciar que The Bad Batch cresce nessa temporada quando o roteiro dispõe possibilidades para boas perguntas, não respostas. A Travessia mostra isso, quando Tech dá uma resposta verdadeira a Omega, mas a resolução do conflito é muito mais carregado de perguntas, de como eles necessitam se adaptar a esse novo contexto do Império e também presos no planeta da missão. O começo desse arco sobre o minério Ipsium, nesse planeta rochoso e com tempestades de pedregulho, promete mais desafios para nossos clones se adaptarem. E no final, muito mais que um lore de Star Wars, essa série está necessitando de um drama mais desafiador, que nos faça perguntas melhores, do que só aos personagens.
Muito mais consequências do que mudanças de paradigmas. É isso que essa temporada tem sido. Crosshair, Echo, ambos tomaram rumos e decisões difíceis nos quais ainda vamos ver melhor nos próximos episódios, enquanto acompanhamos Omega tentando encontrar alguma missão com Hunter, Wrecker e Tech. Se os dois primeiros personagens se adaptaram rápido com o sentimento do novo, apesar de Tech ensinar a adaptação para Omega…ambos quatro clones ainda não se encontraram. Nos episódios anteriores isso também ficou claro para nós, mas não terapeuticamente para os protagonistas como em A Travessia. Então, vamos deixar esses produtores experimentarem esse CGI fotorrealista para o drama dos clones. Há o que se contemplar no acompanhar dessa animação toda semana.
Star Wars: The Bad Batch – 2X09: A Travessia (Star Wars: The Bad Batch – 2X09: The Crossing – EUA, 15 de fevereiro de 2023)
Criação: Dave Filoni
Direção: Nathaniel Villanueva
Roteiro: Brooke Roberts
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Rhea Perlman
Duração: 30 min