Home TVEpisódio Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X09: Recompensa Perdida

Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X09: Recompensa Perdida

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Depois de oito episódios com os clones do título aparecendo constantemente, eis que Dave Filoni tenta algo diferente ao deixar seus protagonistas no banco de reserva e focar a ação basicamente em Cad Bane (Corey Burton em uma performance de destaque) e seu droide Todo (Seth Green), Fennec Shand (Ming-Na Wen) e, claro, o alvo da trinca, a jovem Ômega. Não que Hunter e companhia não apareçam, pois eles estão lá, mas permanecem mais como apoio, como pano de fundo para a aventura da clone criança usando de toda sua esperteza para desvencilhar-se de seus captores.

Confesso que esperava que Ômega ficasse mais tempo separada de sua “família”, mas entendo perfeitamente a necessidade narrativa de reuni-la com os clones, pelo que não há problema nisso. Por outro lado, gostei que a presença de Cad Bane, o segundo caçador de recompensa a aparecer em relativamente pouco tempo atrás da menina é perfeitamente justificado por ele ser o escolhido de Lama Su, o Primeiro-Ministro Kaminoano que quer recuperar seu bem valioso unicamente pelo que ele significa financeiramente, enquanto que Fennec Shand é a contratada da cientista Nala Se, que quer proteger a jovem. Foi uma boa desculpa e que gera justamente o coração da ação em Recompensa Perdida, já que Shand é enviada para uma instalação abandonada igual semelhante à Cidade das Nuvens de O Império Contra-Ataca para recuperar a “recompensa” das garras de Bane antes que ele a entregasse para uma emissária de Lama Su.

Desde a maneira como o roteiro lida com o pobre Todo, querendo ser consertado e seu mestre pouco ligando, o que abre oportunidade para Ômega aplicar um golpe, passando pela progressão da ação da menina na cidadela e culminando com a pancadaria entre Bane e Shand, tudo funciona de forma muito redonda no episódio. Óbvio que o destaque fica mesmo para o combate entre os dois caçadores de recompensa, um velhaco e a outra ainda razoavelmente iniciante, mas não menos eficiente, o que permite uma variedade grande de conflitos que não se limitam a tiroteios. Da mesma maneira, Todo e Ômega tem sua própria conexão, também antitética, sempre criando aquela esperança de que os dois vão acabar se entendo, mas sem que o roteiro de Matt Michnovetz se entregue a essa obviedade.

O que me deixou apático foi a razão pela qual Ômega é tão preciosa assim para os kaminoanos. Claro que simplesmente tinha que ter relação com a genética da garota, mas ela ser uma réplica pura como Boba Fett é de Jango é algo tão pedestre, tão simples e tão escrito nas estrelas que chega a desapontar. Novamente, faz todo sentido, até porque fica estabelecido logo no começo da temporada que o DNA, ao longo do tempo, foi se deteriorando, provavelmente levando a clones mais ineficientes, mas o problema é que, se Ômega pode ser criada, outro clone puro simplesmente tem que poder ser criado também, a não ser que os kaminoanos realmente tenham investido em algo único e queimado toda e qualquer amostra do experimento até aquele momento, o que não faria lá muito sentido. Além disso, para que esperar até a menina crescer para multiplicar o DNA puro? São muitas perguntas que espero que sejam respondidas ao longo do tempo de forma a dar mais estofo à própria existência de Ômega para além da obrigatória personagem inédita adolescente que Filoni parece adorar (vide Ahsoka Tano).

Apesar de o cenário da vez não oferecer oportunidades para que o design de produção crie imagens na linha do que mostrou ser capaz nos dois episódios anteriores, a qualidade do CGI continua alta, agora com foco em uma excelente fotografia tanto no espaço de carga da nave de Bane quanto no sinistro interior da instalação em Bora Vio. Há um trabalho cuidado de texturas das paredes sujas e do equipamento empoeirado, além de um jogo de luz e contraluz intrincado e inspirador que faz de Recompensa Perdida mais um episódio com estética superior.

Com os clones sem os chips inibidores e novamente reunidos à Ômega, com o mistério dos caçadores de recompensas solucionados, a impressão que dá é que a temporada entrará em “outra fase” por assim dizer. A esperança que fica é que seja uma fase decisiva para mostrar que The Bad Batch é mais do que apenas uma série que os fãs de Star Wars assistem por acharem que precisam ver tudo o que for produzido dentro deste universo, independentemente de qualquer outra consideração.

Star Wars: The Bad Batch – 1X09: Recompensa Perdida (Star Wars: The Bad Batch – 1X09: Bounty Lost – EUA, 25 de junho de 2021)
Criação: Dave Filoni
Direção: Brad Rau, Nathaniel Villanueva
Roteiro: Matt Michnovetz
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Corey Burton, Bob Bergen, Gwendoline Yeo, Seth Green, Ming-Na Wen
Duração: 27 min.

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