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Crítica | Star Wars: The Bad Batch – 1X05: Tumulto

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série.

Quando tudo o que é possível dizer de um episódio é que foi legalzinho ver um rancor adolescente (há muitos e muitos anos, quando descobri que “Rancor” não era o nome do bicho que quase engole Luke em O Retorno de Jedi, mas sim da espécie, confesso que fiquei desapontado), percebe-se que ele pode ser um sintoma de um problema maior que espero que não esteja acontecendo de verdade, que é a estrutura de “planeta da semana” em The Bad Batch, algo que vem acontecendo desde Saída às Pressas, o segundo capítulo. Tudo bem que, para todos os efeitos, ainda estamos no primeiro terço da primeira temporada de uma série spin-off, mas tenho para mim que é justamente nesse momento que a obra precisa realmente conseguir fisgar o espectador para além de sua natura marca de ser uma série passada no universo Star Wars.

É até possível dizer, julgando pelas obras passadas de Dave Filoni, que o showrunner é mais conhecido pela queima lenta, ou seja, uma progressão menos preocupada com correrias narrativas e mais com a expansão de universo, mas Tumulto é o quarto episódio seguido em que a progressão “planeta novo + aventura” acontece e, aqui, há dois agravantes: o primeiro deles é que, diferente de Encurralados, em que Fennec Shand foi reintroduzida, a ação é burocrática e, o segundo, é que tudo o que aconteceu aqui de realmente relevante foi a descoberta do nome da caçadora de recompensas pelos Mal Feitos, mais nada. Ou seja, se espremermos, estamos diante de um filler e, ainda que a natureza de filler não seja algo necessariamente ruim (há tantos fillers por aí que são obras-primas até), Tumulto não passou de ordinário.

E isso me leva novamente ao rancor, cujo design paupérrimo o faz ficar parecido com Baby, da Família Dinossauros. Pousando em Ord Mantell para entrar em contato com Cid (Rhea Perlman), que era informante dos Jedi, os clones acabam tendo que pagar pelas informações que querem aceitando a missão de resgatar uma “criança” chamada Muchi das garras de mercadores de escravos. Claro que Ômega, agora portando um comunicador, é ordenada a ficar para trás e é claro que ela não só se mete na ação como salva os Mal Feitos e é claro que Muchi não é uma criança comum, de uma raça humanoide, mas sim uma jovem rancor enjaulada como o velociraptor do início de Jurassic Park. Tudo bem que para quem não sabe de uma informação razoavelmente obscura sobre o nome do rancor de RdJ, parecerá que a série o está apresentando pela primeira vez, anos antes de aparecer em versão de carne e osso (ou quase) no calabouço de Jabba, em Tatooine, mas a grande verdade é que o novo cânone da franquia, rebootado pela Disney, não só estabelece que aquele rancor é macho, como se chama Pateesa, pelo que nem essa divertida conexão é possível fazer, mesmo que Bib Fortuna (Matthew Wood) dê suas caras brevemente no episódio.

E é isso. Tudo acaba bem, Muchi é salva depois de ela própria salvar os Mal Feitos de um dragão comandado pelos escravistas e sair no tapa com Wrecker, sendo entregue ao braço direito de Jabba para a felicidade de todos. Claro que fica a pista, dada nada discretamente por Cid, de que os clones fugitivos poderiam passar a ser mercenários, trabalhando para ela, o que os financiaria indefinidamente, além de haver a indicação que aquela dor de cabeça de Wrecker que eu achava que havia sido só fingimento de forma a permitir que ele ficasse na nave para construir o “quarto” de Ômega é algo verdadeiro e persistente que pode ter conexão com os controles colocados em lugar pelos kaminoanos para que os clones obedecessem todas as ordens, inclusive a infame Ordem 66. Seria desapontador ver Hunter e companhia transformarem-se em caçadores de recompensa, já que essa galáxia já está cheia deles, mas, por outro lado, o drama ainda incipiente de Wrecker pode ser muito interessante, especialmente se isso fizer com que a trama sobre Crosshair, que vimos em detalhes em Substitutos, retorne com força total.

Se comecei a assistir The Bad Batch com entusiasmo, devo dizer que ele, agora, abriu espaço para aquela obrigação semana só porque é uma série da franquia Star Wars. Filoni ainda conseguiu, pelo menos para mim, fazer a série desabrochar de verdade para além das referências aqui e ali e não será um rancor adolescente que conseguirá mudar minha opinião.

Star Wars: The Bad Batch – 1X05: Tumulto (Star Wars: The Bad Batch – 1X05: Rampage – EUA, 28 de maio de 2021)
Criação: Dave Filoni
Direção: Steward Lee
Roteiro: Tamara Becher-Wilkinson
Elenco: Dee Bradley Baker, Michelle Ang, Matthew Wood, Liam O’Brien, Sam Riegel, Rhea Perlman
Duração: 26 min.

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