Em uma temporada na qual todos os episódios foram duplos, com pares formando histórias contadas de forma mais cadenciada, chega a ser surpreendente, se não surreal a escolha de limitar esse midseason finale a vinte e dois minutos. O que acompanhamos desde The Occupation foi o preparo para uma grande batalha entre a Rebelião e o Império, com o futuro de Lothal em xeque, visto que a fábrica dos novos Tie Defenders se encontra no planeta natal de Ezra. Rebel Assault, todavia, vem, parcialmente, como um banho de água fria, deixando de lado o mais calmo caminhar que acompanhamos até agora.
Como já esperado a trama tem início com o ataque do esquadrão rebelde, liderado por Hera, ao bloqueio imperial em Lothal. A batalha espacial, que facilmente poderia ter se estendido pelo capítulo inteiro (de repente ocupando o lugar do quase-filler Crawler Commandeers) é resolvida de maneira ágil, quiçá apressada, com todo o hype construído ao redor de tal evento se esvaindo por água abaixo. De fato, o episódio logo retorna ao que estamos acostumados a ver em Rebels: um pequeno grupo de rebeldes lutando para sobreviver e cumprir sua missão. O único consolo é que, finalmente, vemos um capítulo desta quarta temporada focado em Hera, que permaneceu, em geral, em segundo plano durante esse quarto ano.
Por outro lado, a rápida resolução do ataque, seguido pelo contra-ataque já previsto por Thrawn, evidencia o preparo do Grão Almirante, que não deixa nada passar de seu planejamento. Causa nítido estranhamento o fato dos Star Destroyers não dispararem contra as naves rebeldes, com o conflito estelar se resumindo a um grande dogfight entre as X-Wings e os Tie Fighters, isso, porém, é contrabalanceado pela aparição das legiões de caças imperiais, em uma sequência que diminui a falta de credibilidade sentida anteriormente.
Pode ser vista como uma manobra corajosa, portanto, desenvolver praticamente todo o capítulo na superfície de Lothal, com Hera fugindo de Rukh em todos os momentos, correndo para sua própria salvação e a dos outros sobreviventes. Esse foco, além disso, possibilita que o cliffhanger tenha sua força total, nos deixando curiosos para testemunhar o destino final de Syndulla, ainda que sua sobrevivência já tenha sido confirmada através de easter-eggs em Rogue One, questão que, aliás, prejudica um pouco do sentimento de urgência, tão necessário para o funcionamento do episódio.
Diga de nota, também, é a aparição do Lobo Branco para Kanan, ponto que mostra, de uma vez por todas, que o Jedi conta com uma jornada pela frente na segunda metade da temporada. A ausência de foco nesse lado da história geral da série – especialmente nesses dois últimos anos -, contudo, já nos deixa ansiosos pelo que está por vir – e o que tudo indica é que veremos mais alguns capítulos ambientados em Lothal.
Rebel Assault, portanto, está longe de oferecer a grande batalha entre Rebelião e Império que muitos estivemos esperando, mas não deixa de nos presentear com um bom capítulo focado em Hera. Resta torcer para que a estrutura de capítulos duplos não seja abandonada e que a segunda metade desse quarto ano seja iniciada com uma duração maior – afinal, testemunhamos o que a série pode fazer de melhor através do dobro de duração em terminados pontos da história.
Star Wars Rebels – 4X09: Rebel Assault (EUA, 13 de novembro de 2017)
Showrunner: Dave Filoni
Direção: Dave Filoni, Steward Lee
Roteiro: Dave Filoni, Steven Melching
Elenco: Taylor Gray, Vanessa Marshall, Freddie Prinze Jr., Tiya Sircar, Cary-Hiroyuki Tagawa, Andrew Kishino, Kevin McKidd, Dave Filoni, Sharmila Devar, Tobias Menzies, Lars Mikkelsen, Warwick Davis, Genevieve O’Reilly
Duração: 22 min.