Home TVTemporadas Crítica | Star Wars: Aventuras dos Jovens Jedi – 1ª Temporada

Crítica | Star Wars: Aventuras dos Jovens Jedi – 1ª Temporada

Preenchendo um espaço esquecido na franquia.

por Ritter Fan
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Tentando descobrir exatamente a época em que Aventuras dos Jovens Jedi no calendário do universo Star Wars – é durante a Alta República, foco principal da exploração literária atual da LucasFilm, para quem se interessar – deparei-me com diversas menções à série ser a primeira produzida para o público infantil. Não sei exatamente o que é classificado como infantil, mas eu diria que Droids e Ewoks, séries animadas lançadas em 1985, deveriam ser consideradas as primeiras, com os dois telefilmes Caravana da Coragem – na categoria de longa-metragem infantil – merecendo menção também por serem anteriores ainda (1984 e 1985, respectivamente), isso se não contarmos com o assustadoramente inesquecível Holiday Special, de 1978, claro.

No entanto, isso é detalhe, pois a nova série que sai da faixa infanto-juvenil que é o padrão da franquia, é, definitivamente, a primeira em muito tempo para os bem pequeninos que também merecem seus pequenos e fofos Jedi e aventureiros em geral nessa galáxia muito, muito distante. E é exatamente isso que a série comandada por Michael Olson deseja ser, um reservatório infinito de fofuchismos extremamente simpáticos para encantar crianças ainda no Jardim de Infância ou até mais novas. Tudo é feito para funcionar para esse público e, principalmente, treiná-lo para serem futuros adoradores da franquia. O design dos personagens obedece uma cartilha específica em que temos olhos e cabeças enormes, com ambientação colorida e chamativa, o roteiro é simplificado – mas não abobalhado, ainda bem! – com aventuras estanques com lições de moral bem claras destacando uma quadra principal de personagens, um deles basicamente um ursinho de pelúcia azul que só fala uma língua ininteligível como o Chewbacca, só que infinitamente mais gostosinha de ouvir e, finalmente, os trabalhos de vozes (assisti no original em inglês, mas imagino que seja o mesmo na versão em português) que fazem de tudo para entregar de bandeja cada elemento das tramas e fisgar os pequenos e, por tabela, seus pais (organicamente ou, talvez mais provavelmente, na base do “mãe/pai, vamos assistir o desenho dos Jedi?”.

Obviamente que, sendo um tantinho mais velho do que o público alvo, sentar no sofá da sala sozinho para assistir essa fofura toda ao longo de sete episódios de 26 minutos, cada um dividido em duas aventuras de 13, foi um exercício de paciência e, claro, motivo de chacota benigna (eu acho…) por parte de minha esposa e filhas adultas. Mas, claro, isso faz parte e nem colocando o chapéu do crítico chato eu consigo dizer que Aventuras dos Jovens Jedi é algo próximo do ruim. Já vi muitas – MUITAS – obras miradas nesse público, seja por querer, seja por ter que assistir pelas mais diversas razões (duas delas dividindo a moradia comigo), posso dizer com tranquilidade que, apesar de seguir, sem se desviar nem por um segundo, o caminho mais seguro do “Manual de Séries Animadas para Crianças Pequenas”, o que, por exemplo, a recente, mais exigente e completa Star Trek: Prodigy não faz, a nova série do universo Star Wars é uma oferta decididamente acima da média nessa categoria, inclusive se a compararmos com as citadas Droids e Ewoks.

Não existe nenhuma pretensão em se contar uma narrativa continuada, ainda que o foco em três Padawans (Kai Brightstar, Lys Solay e Nubs, vividos respectivamente por Jamaal Avery Jr., Juliet Donenfeld e o veteraníssimo Dee Bradley Baker) enviados por Yoda (Piotr Michael) para treinar em um Templo no planeta Tenoo sob a supervisão da Mestra Jedi Zia (Nasim Pedrad) e que fazem amizade com a piloto Nash Durango (Emma Berman em uma versão feminina e infantil de Han Solo, obviamente) e seu androide RJ-83 (Jonathan Lipow) e inimizade com Taborr Val Dorn (Trey Diaz Murphy) e sua gangue, crie toda a estrutura necessária para catapultar aventuras homogêneas (no bom sentido) tanto na superfície do planeta em que vivem quanto em outros lugares exóticos. Claro que o espectador de mais idade estranhará que Zia permita que os jovens Jedi cumpram missões completamente sem supervisão de um adulto, mas o público alvo da série adorará essas “liberdades”.

Aventuras dos Jovens Jedi, portanto, vem eficientemente preencher um espaço vago na oferta de material audiovisual do universo Star Wars. Afinal, se até o público mais maduro ganhou obras que merecem seu apreço como Os Últimos Jedi (polêmica!!!), Rogue One e Andor, por que não fazer o mesmo para os pequeninos, não é mesmo? Que venham mais aventuras de Kai, Lys, Nubs e Nash e, talvez até, outras obras focadas nesse mesmo público. Afinal, nunca é cedo demais para se começar a apreciar essa rica franquia.

Obs: A primeira temporada da série foi precedida de seis mini curtas com o mesmo título que foram ao ar primeiro no YouTube, mas que se encontram disponibilizados no Disney+ também e que considerei na presente crítica.

Star Wars: Aventuras dos Jovens Jedi (Star Wars: Young Jedi Adventures – EUA, 04 de maio de 2023)
Showrunner: Michael Olson
Direção (supervisão): Elliot Bour
Elenco: Jamaal Avery Jr., Juliet Donenfeld, Dee Bradley Baker, Emma Berman, Jonathan Lipow, Trey Diaz Murphy, Piotr Michael, Nasim Pedrad
Duração: 182 min. (sete episódios com dois segmentos cada)

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