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Crítica | Se Eu Ficar, de Gayle Forman

por Melissa Andrade
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Apesar de a capa estampar o pôster do filme que será lançado essa semana nos cinemas, o livro Se Eu Ficar não é voltado apenas para os jovens e adolescentes.

Ainda que o ponto de vista seja de uma jovem de 17 anos, a história abordada é bem mais densa do que parece.

Mia Hall sente que não se encaixa em sua família. Seus pais, Kat e Denny são roqueiros até o último fio de cabelo. Seu pai era o baterista de uma banda com certo sucesso, mas decidiu largar tudo para ter uma família. Anos mais tarde veio Teddy, que gosta tanto de rock’n’roll quanto seus pais. Já Mia, tem outro ídolo, Ludwig van Beethoven. Isso mesmo. A paixão de Mia é a música clássica e seu instrumento, o violoncelo. E mesmo com a clara diferença, seus pais sempre a apoiam e a encorajam a perseguir seu sonho. Ainda assim, Mia é um tanto insegura.

Em um dia com muita neve, as aulas foram canceladas, logo nem ela, o irmão ou o pai (que agora leciona) precisariam ir para a escola. Com isso, Kat também dá uma desculpa no trabalho e todos decidem passear e visitar os pais de Denny. Contudo, na estrada, acabam sofrendo um terrível acidente. Ao abrir os olhos e se dar conta do ocorrido, Mia vê os corpos inertes dos pais e o seu próprio dentro do carro, porém, ela ainda não está morta.

Ao ser levada para o hospital, começa a grande luta entre decidir se deve ficar com os avós ou se não dá mais para viver sem seus pais. Enquanto Mia tenta se decidir, aprendemos um pouco mais sobre como ela se interessou pelo violoncelo, como era a sua família, seus amigos e o namorado Adam. Tudo através das melhores lembranças que são narradas pela própria. Será que ela vai ficar ou não?

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Capa “tie-in” com pôster do filme.

Se Eu Ficar é um livro tenso, ainda que possua uma narrativa direta e suave. Tenso por que sabemos de modo bem descritivo como os pais de Mia morreram, assim como toda a angústia da garota em não conseguir se comunicar e também por não saber o que fazer. A cada lembrança partilhada fica claro o quanto essa família se amava, deixando tudo ainda mais difícil para nós leitores.

E é graças à narrativa direta e suave que o leitor pode ir simpatizando aos poucos com os personagens e suas jornadas. Mesmo tendo como único ponto de vista o da Mia, é possível saber claramente como pensavam e agiam outros personagens como seus pais e irmão. As lembranças são sem dúvida o ponto alto na história e seu envolvimento com Adam, culminando em um primeiro amor, tocante.

Não é possível determinar se Mia decidirá ou não viver até chegarmos na última página. Todas as lembranças parecem empurrá-la mais e mais em outra direção.

O fato de poder ver e ouvir as pessoas, sem que as mesmas tenham noção da presença dela não é explicado em nenhum momento e sinceramente, não faz a menor diferença. Na verdade, se houvesse de fato alguma explicação lógica, o livro seria arrastado para outro tipo de discussão, talvez até de cunho religioso e não parece ser esse o desejo da autora.

Se Eu Ficar foi adaptado para os cinemas e tem Chloë Grace Moretz como a personagem Mia Hall. É um bom livro para aqueles que se interessam pelo gênero e ficarem curiosos em relação a história.

Se Eu Ficar (If I Stay – 2009/2014 )
Autora: Gayle Forman
Editora EUA: Dutton Penguin
Editora Brasil:
 Novo Conceito
224 Páginas

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