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Crítica | Scream 1X06: Betrayed

por Luiz Santiago
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estrelas 2

Sob a direção robótica de Julius Ramsay — que tem um único acerto durante 40 minutos de episódio: a sequência final, começando com a chegada do pai de Brooke (vulgo “quem se importa?”) até o cliffhanger que nos deixa curiosos para a próxima semana — Betrayed, 6º episódio dessa 1ª Temporada de Scream, até tanta traçar uma linha instigante de fatos, detalhes e intrigas relacionadas aos principais suspeitos até agora, reapresentando a fala de Noah que conhecemos desde as promos da série, estabelecendo que todos eram suspeitos. Isso é legal. Assim como também foi legal vermos Will sendo arrastado por Ghostface ao final. Mas um episódio não é formado apenas por duas cenas ou sequências.

Se por um lado o roteiro de Jaime Paglia e equipe tenta dar o maior número de reticências possíveis ao andamento do dilema “quem está matando?”, por outro, ele se mostra ineficiente em pontuar, a essa altura da temporada, um bom suspense. E também em criar os ganchos mais estúpidos e indigestos possíveis, tanto dentro do próprio episódio quando em relação ao que descobrimos no passado. Tome como exemplo a presença do professor Branson, suas olhadas do tipo “i’m a bad guy” para Audrey, Noah e Emma, a aparição dele quando Noah e Emma especulavam sobre o interrogatório de Audrey e a mudança do comportamento de Noah após voltar do combinado para o monólogo, algo que não vemos mas que é utilizado como mola dramática no episódio. Chega a ser infantil da parte do roteirista achar que esse tipo de tratamento seria interessante para o público ou para a história.

O outro gancho é uma contradição. Ele pode até ser visto, em alguma medida, como algo potencialmente positivo para a série a partir dos episódios seguintes. Mas aqui gerou uma situação incompatível para a mãe de Emma, com toda aquela nova história sobre Brandon James. E não bastasse isso, o público é insultado com uma desnecessária e tenebrosa cena de sonho (mal escrita, mal atuada, mal editada, mal fotografada, mal dirigida, mal mixada) e com aquilo que vou chamar a partir de agora de “avalanche nonsense Jake-Will”. A trama do bromance já era o ruim o bastante, certo? E agora, para nossa eternar infelicidade, Jaime Paglia arrasta Brooke (como vimos em Exposed) e Piper para ela.

***

Se no episódio da semana passada tivemos uma história fraca em termos de organização dos eventos, que se mostraram insossos para um momento da história que não deveria ser assim, o desta semana se mostra ruim em nível estrutural. Como citei no começo, é possível destacar uma ou duas coisas bem legais que se passam aqui, mas elas estão diluídas em hordas de erros que não conseguimos aceitar. A não ser que alguém tenha paciência para tudo o que envolva a Detective Brock. Ou para o fato de alguém que acabou de transar ter a brilhante e super coerente ideia de “enfrentar seus medos”. Ou para a exposição insatisfatória de Piper e Brooke nesse episódio. Ou para o turning point que deram em Audrey, a única personagem que não precisava disso, simplesmente por ser uma boa personagem. Ou para as falas randômicas de Kieran. Para a má atuação da maioria dos personagens. Para a pior cena de academia de todos os tempos.

Paciência tem limites, como já dizia o ditado, e essa série está nos testando em nível hard nesse quesito, um teste que, se tivermos disposição, continuará no próximo ano, pois Scream foi oficialmente renovada para uma segunda temporada.

Que venham os episódios restantes. E que eles (eu ainda tenho esperanças) voltem ao clima de boas tramas que o show tinha antes da morte de Riley, no episódio 3. E que fique a lição para todos os showrunners de série: nunca matem o asiático.

Palpite da semana: Ghostface é todo o elenco de Quarteto Fantástico (2015) liberando a raiva das críticas que receberam.

Pânico/Scream: 1X06: Betrayed (EUA, 4 de agosto de 2015)
Direção: Julius Ramsay
Roteiro: Jaime Paglia
Elenco: Willa Fitzgerald, Bex Taylor-Klaus, John Karna, Amadeus Serafini, Connor Weil, Carlson Young, Jason Wiles, Tracy Middendorf, Bryan Batt, Amelia Rose Blaire, Sophina Brown, Bobby Campo, Tom Maden
Duração: 40 min.

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