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Crítica | Perry Rhodan – Livro 60: Fortaleza Atlântida, de K. H. Scheer

O passado do inimigo.

por Luiz Santiago
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Grande Ciclo: Via Láctea — Ciclo 2: Atlan e Árcon — Episódio: 60/99
Principais personagens: Atlan, Perry Rhodan, Tarts, Capitão Feltif, Grun
Espaço: Terra e Vênus
Tempo: Outubro de 2040 e aproximadamente 8000 AEC (Antes da Era Comum)

A atual fase do Império Solar em sua luta contra o “inimigo invisível” ganha aqui um início de virada, com Atlan entrando em cena para ajudar. É a primeira vez desde O Duelo (Livro 54) que vemos o personagem. Ainda há certa desconfiança e um pouco de estranheza em relação à sua posição frente aos terranos, mas me parece que o presente volume sepulta de vez os seus problemas de relacionamento com Perry Rhodan e também com os outros membros da controladoria terrana. Aqui, Perry segue preocupado com os inimigos invisíveis, e faz uma rápida parada na Terra para pegar algumas armas, embarcar Atlan e partir novamente para o espaço, onde deve seguir com a investigação e procurar estratégias para vencer a ameaça que não só tem incomodado o Império Solar, mas também tem tirado o sono do Robô Regente de Árcon.

O problema desse 60º livro da série, Fortaleza Atlântida, é que a narrativa em primeira pessoa — algo comum nos livros protagonizados por Atlan, tanto na série principal quanto em seu spin-off — torna o volume muito mais lento do que deveria e deixa praticamente todo o miolo da obra com uma história do passado que adiciona pouca coisa àquilo que o Império Solar precisa no momento. Apenas no final, quando Atlan encontra-se com AQUILO (ainda em flashback) é que o drama volta a ser interessante e o ritmo acelera, trazendo explicações necessárias para que o leitor conheça mais sobre a civilização da Atlântida, sobre a base submarina de Atlan, o momento em que ele recebeu o regenerador celular e o contato dele com os vilões que, em outubro de 2040, estão ameaçando a Via Láctea.

K. H. Scheer acabou perdendo bastante tempo dando detalhes sobre uma sequência de batalhas e organização interna da frota arcônida que não se conectam em nada com a história principal. Há um grande desequilíbrio aqui entre os pontos de ação com situações relevantes e a encheção teórica de linguiça, que infelizmente toma boa parte do livro. Rhodan e sua equipe aparecem apenas no início e no fim, dando-nos a sensação de cenário conhecido e convidativo, mas não o bastante para elevar a qualidade da obra. Eu até entendo que o autor quis utilizar um tempo maior para dar as nuances de colonização da Terra e de Vênus pelos arcônidas, ou seja, mostrar algo além dos eventos que colocam Atlan em contato com os invisíveis. Mas para ser sincero, já era o tempo disso. Agora não faz mais diferença. Considerando o peso do drama que está em andamento na série e a dimensão espacial a que chegamos, não vejo como positivo o fato de o autor perder tempo com narrativas chateantes sobre a Terra em 8000 Antes da Era Comum.

Pelos últimos parágrafos da obra e pelo resumo que nos prepara para o livro seguinte, sabemos que os relatos de Atlan servirão para trazer ideias novas ideias aos controladores do Império Solar, na luta contra os invisíveis; sem contar que também nos lembraram que AQUILO pode ajudar em toda essa situação, direta ou indiretamente. Não sei se essa inteligência realmente vai aparecer nos próximos capítulos, mas me parece que ao menos a arma ou o conhecimento colhidos aqui servirão de impulso para o desenvolvimento das futuras batalhas. Fazia tempo que Rhodan não se sentia tão ameaçado e não tinha um inimigo tão poderoso e tão misterioso para enfrentar. É bom ver uma história com esse teor ser explorada nessa nova fase do Império Solar.

A exposição feita por Atlan foi excelente para os planos de Rhodan. Há uma arma que poderá ser usada contra os invisíveis… Em O ROBÔ ESPIÃO, a misteriosa ameaça do ser ou seres tomou um rumo…

Perry Rhodan – Livro 60: Fortaleza Atlântida (Festung Atlantis) — Alemanha, 26 de outubro de 1962
Autor: K. H. Scheer
Arte da capa original: Johnny Bruck
Tradução: Richard Paul Neto
Editora no Brasil: Ediouro (1977)
170 páginas

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