- Acompanhe por aqui, as críticas dos demais episódios da série.
Conforme havia comentado no texto que escrevi sobre o episódio 1×2 (Séance), o vasto enredo já apresentado nos primeiros momentos da série precisava de um maior desenvolvimento, para que assim possa vir a tomar forma e ganhar mais sentido. Agora, em seu terceiro episódio, a série começa desenvolver os núcleos e dar novos significados à narrativa.
Sem dúvida, as histórias que ganham mais destaque durante todo o episódio são as relacionadas a Dr. Victor Frankenstein. Resurrection revela alguns momentos de memórias passadas do rapaz e indica alguns comportamentos que refletiram no que veio a se tornar depois que resolveu ser médico. As cenas que seguem começam no exato momento final de Séance em que outra criatura rasga Protheus ao meio na frente de Frankenstein e, o chama de pai em seguida.
Ao relatar a sua história até o momento que se segue, a criatura (Rory Kinnear) acrescenta uma nova perspectiva sobre a realidade por ele vivida. É aqui que, com um roteiro muito responsável, John Logan consegue trazer dinamicidade e beleza ao terror. A criatura, que somente havia conhecido o pior lado dos humanos, passa a conhecer a generosidade através de um simpático senhor que o apresenta ao mundo do teatro. Lá, além de ganhar um nome, Caliban passa a ter uma função e, ainda que deva lidar com a hostilidade de alguns, tem seu trabalho reconhecido por muitos.
A maneira com que a imagem de Caliban é representado revela um dos mais nobres usos da narrativa do terror na série. Neste momento não há a utilização do horror pelo horror. A maneira sombria com a qual o íntimo de Caliban é exposto não assusta, tampouco causa repulsa e sim acrescenta mais dramaticidade à sua história.
O outro eixo trabalhado durante o episódio, além do núcleo de Frankenstein, é a relação entre Chandler, Vanessa e Sir Malcolm em seus esforços para resgatar Mina, sua filha. Durante uma conversa com Ethan Chandler, Vanessa não faz questão de esconder suas habilidades sobrenaturais e explica um pouco mais sobre a situação de Mina.
Agora as suspeitas de que Mina foi realmente sequestrada por Drácula vão se confirmando. As cenas finais do episódio alertam para uma possível ligação entre o universo vampiresco e o misticismo da mitologia egípcia. Vamos ver se isso de fato se confirmará ao decorrer dos episódios e se toda essa combinação dará certo. É interessante ver a seriedade utilizada pela série ao misturar clássicas e novas ficções em uma só história. Desta vez, Mina não é o alvo principal de Drácula, mas uma ponte para chegar ao seu objetivo: alcançar Vanessa.
Contendo um equilíbrio entre novas revelações e explicações a fatos antigos, Resurrection é uma boa luz para quem temia estar perdido frente a um universo tão amplo como o que Penny Dreadful reserva.
Penny Dreadful 1X03: Resurrection (EUA, 2014)
Showrunner: John Logan
Direção: J. A. Bayona
Roteiro: John Logan
Elenco: Eva Green, Josh Hartnett, Timothy Dalton, Harry Treadway, Billie Piper, Reeve Cartney
Duração: 47 min.