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Crítica | Pena Gordon: Perigos no Espaço e Pepinos no Planeta dos Tomates

Uma versão do Peninha explorando o espaço!

por Luiz Santiago
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O presente compilado traz as duas histórias publicadas até hoje (julho de 2022) do personagem Pena Gordon, uma das muitas versões cômicas do Peninha. Criado em 1982, nas páginas da Peninha #9 (1ª série), o piloto vive em um futuro distante e traz muitas referências a aventuras, títulos e personagens conhecidos da ficção científica. Você já leu essas aventuras? O que achou delas? O que acha do Pena Gordon como personagem? Deixe o seu comentário ao final da postagem!
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Perigos no Espaço

Esse é o tipo de “história-referência” que realmente deu certo! Infelizmente não sabemos quem de fato a escreveu, e há dúvidas se o desenhista foi mesmo Irineu Soares Rodrigues. Independente de qualquer coisa, há que se agradecer muito à dupla responsável por criar o incrível e valente Pena Gordon, que por motivos que não consigo entender, não ganhou uma longa subsérie nas revistas do Peninha, lançadas pela Editora Abril. A história se passa em um futuro distante, onde o piloto Pena Gordon (uma clássica referência a Flash Gordon, personagem de Alex Raymond, criado em 1934) leva a sua nave — com o emblema de “Transportadora Pena Gordon” — até o planeta Gronk. O início da aventura já é no espaço, e o tom é bastante sério e épico. Pena Gordon traz algumas características do Peninha que a gente conhece, mas não está fazendo bobagens o tempo inteiro. Ele é valente e toma decisões inteligentes, além de acertar em algumas estratégias de luta e meios para enganar o inimigo. Para a nossa alegria de boas referências, o autor da aventura ainda coloca no caminho de Gordon uma referência a Star Trek (falando literalmente da “fronteira final“) e a Star Wars (com a apresentação de um pirata chamado Darte Vardi).

Todas essas relações nerds aqui são muitíssimo bem amarradas à linha narrativa principal. A tarefa do protagonista, que sabemos bem mais adiante (ele precisa levar uma carga inteira de espelhos para a princesa herdeira de Gronk) é atrasada por um ataque feito à sua nave pelo terrível Darte Vardi. O embate flerta com as aventuras de space opera e mostra que um temido inimigo também pode ter uma equipe parcialmente estúpida. Por uma confusão técnica, graças ao organizador do almoxarifado, Darte acaba perdendo a primeira parte da luta contra Pena Gordon, mas vence a segunda e concebe um plano, achando que iria se livrar de Pena e ganhar muito dinheiro e um trono no planeta Gronk. A reta final da história traz um tom exclusivamente humorístico, quando a ideia de Darte não sai exatamente como ele imaginou. É muito engraçado ver uma princesa horrível ficar imensamente feliz com o fato de estar sendo sequestrada e forçada a se casar com alguém. Embora seja uma boa linha cômica e combine como finalização da história, esta parte não está exatamente à altura das boas brincadeiras feitas pelo autor na primeira parte da história.

Perigos no Espaço — Brasil, 29 de dezembro de 1982
Código da História: B 810312
Publicação original: Peninha (1ª Série) 9
Editora original: Abril
Outras publicações: Edição Extra 168, Disney Especial (1ª Série) 138
Roteiro: ?
Arte: Irineu Soares Rodrigues (?)
Capa original: ?
8 páginas

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Pepinos no Planeta dos Tomates

Eu acho o título dessa história simplesmente genial. A palavra “pepinos“, no início, refere-se, claro, à nomeação figurativa que a gente dá para “problemas“, mas a dubiedade do uso acaba sendo ressaltada na frase, porque o que vem a seguir é justamente “planeta dos tomates“, tornando tudo ainda melhor. Ivan Saidenberg mandou muito bem na criação desse jogo de palavras, sem sombra de dúvida! Já a história… não é assim tão azeitada como Perigos no Espaço, mas é de fato muito boa. Nela, vemos Pena Gordon levar uma carga de tomates até um planeta chamado Al-Tomático (hehehe), até que passa a enfrentar problemas técnicos em sua nave, que o deixa à mercê dos piratas espaciais. Os Metralhas do espaço acabam fazendo a rapa na carga e mudando o rumo do que deveria ser uma entrega vital para o planeta dos tomates.

Com uma baita referência legal a Battlestar Galactica (Pena Gordon fala de uma “Penática, Astronave do Tomate“, dando piscadelas para o título em português da série, que é Galactica: Astronave de Combate) e uma reta final que basicamente estraga toda a carga de frutos — a batalha é muito engraçada, porque os Metralhas não queriam desperdiçar tomates e os nativos também não queriam que fossem desperdiçados, mas o Pena não dava a mínima. Apesar de tudo isso, a sucessão de eventos faz com que Gordon seja alçado à categoria de herói para o planeta.

Essa aventura mostra o enorme potencial que o personagem tem e, novamente, preciso dizer que não entendo como não foram produzidas mais histórias com ele. Só o fato de Pena Gordon ser quase um Han Solo do caos já chama a atenção de imediato, e essa possibilidade de visitar diversos planetas, encontrar a mais variada contagem de raças e lidar com inúmeros tipos de carga e até vilões faz a nossa imaginação voar e pedir por mais histórias. O final dessa saga dos tomates, com Gordon preso por ter esquecido que a nave que estava pilotando para vir buscar mais frutos de forma emergencial, na Terra, dá o toque humorístico que faltava para encerrar o enredo com a cara de uma versão do Peninha. Claro que ele iria se esquecer desse “pequeno” detalhe!

Pepinos no Planeta dos Tomates — Brasil, 11 de janeiro de 1984 (criada em agosto de 1982)
Código da História: B 830059
Publicação original: Peninha (1ª Série) 36
Editora original: Abril
Outras publicações: Almanaque do Peninha (3ª Série) 2, Peninha 50 Anos 1
Roteiro: Ivan Saidenberg
Arte: Irineu Soares Rodrigues, Verci de Mello
Capa original: ?
8 páginas

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