- Há SPOILERS. Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Chegamos ao fim da 1ª Temporada de Doom Patrol. Insano, cheio de cenas e diálogos marcantes, com um recap poético e hilário e um grande conflito que se conclui em cinco minutos, este episódio é ao mesmo tempo fiel ao que imaginamos vir da Patrulha do Destino, mas simplesmente falta algo nele que é difícil trazer à tona, porque tudo aquilo que amamos no show ao longo dessa temporada está aqui, de uma forma ou de outra. Portanto, estamos diante de um bom (mas nem tanto) episódio de encerramento que nos faz pensar sobre a continuação da série e suas maluquices. Algo que eu realmente espero que aconteça. Doom Patrol merece.
O espetáculo dado por Alan Tudyk aqui “termina” bem rápido. Após a sua presença marcante no excelente Penultimate Patrol, muito se questionou qual seria o próximo passo, qual seria o grande momento do personagem diante do Chefe e diante dos heróis/não-heróis que estavam juntos para salvá-lo. Era muita coisa em jogo, certo? E tudo isso termina de maneira rápida, com o choque vivo e a quase imediata transposição dos membros da Patrulha para suas vidas normais, vivendo o que deveriam viver depois da dura verdade que descobriram. Até este ponto, eu estava em choque. A ideia é incrível e mais uma vez mostra uma vitória do Sr. Ninguém sobre a Patrulha, agora não os desestabilizando com loucura, como no caso do primeiro time, mas com a realidade: a constatação de que foram enganados e traídos pela pessoa que confiavam e admiravam.
As coisas começam a se complicar um pouco quando vem os flashbacks e, com eles, a resposta que muita gente queria: a real explicação do por quê os membros da equipe não envelhecem. Pois aí está, tudo didaticamente colocado e sem espaço para dúvidas. Este ponto do roteiro transpareceu medo demais dos produtores da série diante dessa questão que é bem mais fácil de responder do que a ação de Larry em andar sem o espírito negativo ou o sumiço de Flex Mentallo… Daí gastaram tempo explicando as idades e deixando esses pontos em aberto. De toda forma, os flashbacks estabeleceram uma visão interessante entre o “passado infame” do Chefe e o presente quebrado dos personagens, cada um à sua maneira. Até aí eu também estava a bordo e curtindo o capítulo, embora um pouco menos que o início. Então entraram Ezekiel e Admiral Whiskers em cena. Aí não deu mais para mim.
Toda a conversa entre o Sr. Ninguém, o rato e a barata parecem destoar do verdadeiro propósito desse episódio e apesar da comédia ali envolvida, não gostei das cenas. Assim como não gostei da segunda história do episódio, o sequestro de Danny the Street e sua colocação dentro de um quadro, com o time quebrado novamente tendo que se juntar para salvar… a filha do Chefe, Dorothy Spinner. Há uma conveniência estranha no roteiro pela maneira como os membros são chamados à ação. Toda a base (e citação) kaiju me pareceram estranhas aqui. Mas o curioso é que mesmo diante de tudo isso, eu admitia o tempo inteiro que estava vendo algo genuinamente coerente com a sua própria dinâmica. O que pegou para mim não foram as quebras de expectativa, mas a maneira como elas foram feitas e o quê foi colocado para substituí-las. Ao fim e ao cabo, quando Jane é enviada para salvar Dorothy e finalmente levá-la para casa, as coisas começam a voltar para os trilhos.
O final, para mim, é tão genial como o começo, e eu estava feliz novamente com o tom que esperava que o episódio tivesse, mas era simplesmente o fim. Meus votos é que o Sr. Ninguém não se vá e, por que não, que ele seja colocado de maneira frequente ao lado da futura Patrulha. Afinal, ele é umas 100 vezes menos vilão que o Niles, que para fazer testes de imortalidade, usou humanos, causou a morte da esposa de Cliff, deixou a filha dele órfã e salvou o cérebro do cara num corpo de robô, talvez para aliviar um pouco a própria consciência. Se o Chefe, que fez tudo isso, pode fazer parte da Patrulha, não vejo por quê o Sr. Ninguém não possa fazer. Vamos esperar a próxima temporada. Eu estou animado. E vocês?
Doom Patrol – 1X15: Ezekiel Patrol (EUA, 17 de maio de 2019)
Direção: Dermott Downs
Roteiro: Tamara Beecher-Wilkinson, Jeremy Carver, Shoshana Sachi
Elenco: Diane Guerrero, April Bowlby, Joivan Wade, Alan Tudyk, Matt Bomer, Brendan Fraser, Timothy Dalton, Riley Shanahan, Matthew Zuk, Phil Morris, Alimi Ballard, Anna Lore, Tommy Snider, Stephanie Czajkowski, Charmin Lee
Duração: 55 min.