Home FilmesCríticas Crítica | Os Simpsons: O Bem, o Bart e o Loki

Crítica | Os Simpsons: O Bem, o Bart e o Loki

por Kevin Rick
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E se o deus da trapaça, o nosso querido Loki, fosse banido para Springfield, a famosa cidadezinha dos Simpsons? Pensar em crossovers assim há uns anos atrás, pelo menos oficialmente, parecia algo distante da realidade. E agora aqui estamos nós assistindo o curta-animado Os Simpsons: O Bem, o Bart e o Loki, uma espécie de interlúdio/paródia da equipe criativa dos Simpsons em homenagem à série do asgardiano no Disney+. É tanto uma divertida e curiosa junção de universos completamente diferentes, como também a demonstração do assustador alcance de quase-monopólio da Disney.

E utilizando o gostoso tom satírico dos Simpsons, o roteiro coloca em evidência essas questões mercadológicas com o ótimo humor de alienação. Em um momento, vemos um cartaz dizendo “Isso é o que acontece quando a Disney compra a Marvel e a Fox” no meio de vários “vingadores” de Springfield. E em outro vemos a obra utilizar Loki (Tom Hiddleston, aparentemente se divertindo horrores) como veículo de crítica à poluição causada por garrafas de cerveja. É como se esses universos não devessem ser propriedade da mesma empresa, e Os Simpsons adoram se divertir com esse aspecto de deslocado, como a cena da pichação no painel de marcas da Disney+, ou então a própria abordagem de usar a Marvel para trazer atenção ao seu estilo de humor paródico da família americana – e eles fazem uma divertidíssima ligação entre Bart e Loki nesse papel de ovelha negra. Há também contornos de autopropaganda para o vasto público que irá assistir o curta apenas por causa do Loki. Uma piscadela de “ei, ainda estamos aqui, também fazemos parte desse conglomerado”.

Dito isso, confesso ter achado estranho a duração do especial. Há algo em torno de 4 minutos de conteúdo dividido em pequenas esquetes. Vemos aquele mesmo tipo de humor inteligentemente bobo dos Simpsons, o âmbito de paródia familiar americana ligado com a disfuncional família asgardiana, além de uma explosão de referências à Marvel e à Disney, como também várias autorreferências. Eu particularmente gosto bastante da sequência que Loki afirma finalmente ter encontrado uma família normal. Mas, como eu disse, a duração do episódio torna tudo muito abrupto. É como ver várias punchlines sem tempo para construir a piada.

Os Simpsons: O Bem, o Bart e o Loki  proporciona aquele sorriso irônico com o efeito de tirar sarro de si mesmo, do monopólio e da autopropaganda, além de ter os ótimos contornos de sátira e paródia esperadas dos Simpsons, mas não vai muito além do seu conceito curioso. Faltou tempo, é isso. Uma ideia, que ainda é cheia de bons elementos, mas com pouca construção. Ainda é um bom curta-animado, totalmente referencial, e até de metaficção quando paramos para pensar na trama de linhas do tempo e multiverso da série do Loki. E ei, Os Simpsons ainda estão aqui, não é mesmo?

Os Simpsons: O Bem, o Bart e o Loki (The Simpsons: The Good, the Bart and the Loki) | EUA, 07 de julho de 2021
Direção:
David Silverman
Roteiro: Elisabeth Kiernan Averick, Jessica Conrad, John Frink, Al Jean, Jeff Westbrook
Elenco: Dan Castellaneta, Nancy Cartwright, Yeardley Smith, Maurice Lamarche, Dawn Lewis, Tom Hiddleston
Duração: 6 min.

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