Número de temporadas: 6
Número de episódios: 166
Período de exibição: 30 de setembro de 1960 a 01 de abril de 1966
Há continuação ou reboot?: Não exatamente, mas a animação original gerou uma franquia extensa, com diversos spin-offs, especiais, longas-metragens, videogames e até quadrinhos sendo lançados ao longo das décadas.
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Mais uma joia criada pelos gênios William Hanna e Joseph Barbera, Os Flintstones marcaram época como uma das animações mais famosas do século XX, com seu legado ainda atingindo novas audiências após mais de seis décadas desde sua estreia. Afinal, quem não conhece Bedrock, a cidade fictícia que reinterpreta a Idade da Pedra com objetos modernos e situações cotidianas de uma sociedade contemporânea? Quem não conhece o bordão “Yabba Dabba Doo!” de Fred? Ou então seu caminhar na ponta dos dedos para jogar boliche? A criatividade da dupla Hanna-Barbera está justamente na forma simples e inteligente que criaram um cenário inusitado para brincar visualmente com temas batidos de humor.
Inclusive, em The Flintstone Flyer temos um roteiro de piloto superficialmente padrão de sitcoms familiares dos anos 50 e 60. Somos apresentados a um patriarca ranzinza chamado Fred (Alan Reed), que apenas quer aproveitar seu domingo em sossego, mas é continuamente interrompido por seu vizinho inocente e meio bobão, Barney (Mel Blanc), que está sempre fazendo barulho. No fim, Fred e Barney acabam embarcando em uma mentira juntos para enganar suas esposas, Wilma (Jean Vander Pyl) e Betty (Bea Benaderet), que querem assistir um show de ópera, para poderem fugir ao seu campeonato de boliche.
Da risada de fundo, temas tradicionais, uma comédia situacional comum e até camadas de screwball comedy, o primeiro episódio segue todas as convenções do período, algo de certa forma essencial para o sucesso da animação nos horários nobres da televisão americana. Todavia, o diferencial está no cenário em que essa situação se desenrola, com a justaposição entre modernidade e uma reimaginação da Idade da Pedra que tornaram a produção extremamente popular. Já no piloto, temos muitas piadas com os objetos desse universo, como um jornal de pedra, carros que são movidos pelos pés dos passageiros e até uma bicicleta voadora.
A mescla entre o pré-histórico e o suburbano é deliciosamente divertida de assistir, com o anacronismo tomando conta das melhores piadas do episódio. Dessa forma, até a comédia situacional mais convencional de uma esposa brava com o marido ou de vizinhos que não se entendem ganha linhas de inovação e de peculiaridade que tornam até mesmo a aventura bobinha da dupla num cenário de criatividade típico da Hanna-Barbera. Também ajuda o fato dos personagens serem bem caracterizados, especialmente Fred, como um marido de pavio curto que acaba sempre se dando mal, e Barney, um baixinho ingênuo que normalmente coloca seu amigo nos melhores acidentes.
The Flintstone Flyer só não ganha uma nota maior por ainda ser um piloto de introdução protocolar. Penso que vemos pouco da melhor qualidade da animação: Bedrock como um todo, com seus animais pré-históricos e a sociedade de pedra, considerando que o episódio fica concentrado nas casas das famílias de Fred e Barney. Também vemos pouco de Wilma e Betty, que aqui servem apenas como esposas genéricas. Mas isso é normal, uma vez que o roteiro está efetivamente interessado em nos apresentar seus dois co-protagonistas e um gostinho inicial do cenário da animação. Futuros episódios aproveitaram mais do potencial cômico de Bedrock e seus maravilhosos anacronismos que fizeram sucesso com diversas gerações. Sem dúvidas, um clássico das telinhas.
Os Flintstones (The Flintstones) – 1X01: The Flintstone Flyer (EUA, 30 de setembro de 1960)
Criação: William Hanna, Joseph Barbera
Direção: William Hanna, Joseph Barbera
Roteiro: Joseph Barbera, Michael Maltese
Elenco: Alan Reed, Jean Vander Pyl, Mel Blanc, Bea Benaderet
Duração: 26 min.