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Crítica | O Natal Especial do Garfield (1987)

Um episódio natalino com muita comilança, confusões e emoções.

por Leonardo Campos
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Garfield é um dos personagens mais icônicos da animação no século XX. De suas tirinhas, rendeu filmes, brinquedos, dentre tantos outros recursos de consumo comuns na cultura da convergência midiática. A sua primeira aparição foi em 1978 e de lá pra cá, o gato antropomórfico, criado por Jim Davis, ofertou para o seu público, muitos momentos de humor, geralmente carregado de ironia, num tom sarcástico bastante peculiar. Das páginas dos jornais, o personagem protagonizou O Show de Garfield, em computação gráfica, além de uma série animada que fez bastante sucesso na época em que nosso consumo de entretenimento era realizado via TV aberta, com os desenhos que passavam por aqui na programação do SBT e da TV Globo. Como é de se esperar, dentre tantas temáticas comemorativas da produção, os festejos natalinos também integraram a grade da narrativa, aqui com uma qualidade um pouco superior aos demais especiais de Natal de outras produções. Explico mais adiante.

O episódio em questão começa com Garfield dorminhoco, com a sua preguiça habitual. O fluxo de pensamento do gato não para por um instante, e nós, do lado de cá, acompanhamos tudo com muito humor e graça. Seu dono, bastante animado para os festejos natalinos, lhe entrega um presente e o desperta com uma fila de lasanhas. Comilão, Garfield segue os passos e juntos, rumam para a casa da mãe do dono, um lar receptivo cheio de novas comidas saborosas e muita gente falastrona. Entediado, o gato ouve as muitas memórias de todos, mas se mantém mais preocupado é com os sabores ofertados no jantar que logo mais estará pronto para ser servido.

De todos os episódios natalinos das animações que compõem textos diversos por aqui, O Natal Especial do Garfield é um dos mais bonitos e intensos. Há uma preocupação com o riso, mas o roteiro constrói uma narrativa também voltada para as emoções, não apenas na superficialidade de colocar obstáculos para os festejos. Há uma preocupação em realçar o valor de boas companhias, da amizade, do vínculo familiar. Tudo muito bonito e emocionante. Desde o jantar, com uma ceia bem bonita, ao ato de decoração da árvore, momento para os personagens se relacionarem ainda mais e trocarem as suas experiências.

A mensagem geral é que não o período natalino é uma época para dar e receber amor. Não necessariamente um momento para presentes, numa crítica aos moldes consumistas que transformaram o Natal numa festa estritamente comercial para muitas pessoas. Mesmo sendo uma animação focada no humor escrachado, o episódio trata também de outro tema muito delicado associado ao momento em questão: a solidão. Enquanto muitos gozam dos privilégios de uma mesa não apenas farta, mas acompanhada de várias pessoas, outros sentem a falta de entes queridos não mais presentes nesta existência física, como é o caso da carismática vovó do dono de Garfield, uma senhora cheia de energia e sagacidade, mas bastante sentida com a ausência do marido. Ela relata que é no período natalino a época em que mais sente a falta do vovô, um homem rústico em alguns aspectos, mas de coração enorme.

O Natal Especial do Garfield (Garfield Christmas Special) — EUA, 1987
Direção: Phil Roman, George Singer
Roteiro: Jim Davis
Elenco: Lorenzo Music, Thom Huge, Gregg Berger, Pat Carroll, Pat Harrington Jr., David L. Lander
Duração: 21 min.

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