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Crítica | O Corvo: Uma Escada para o Céu – 1X01: The Soul Can’t Rest

Redenção, não vingança.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 01
Número de episódios: 22
Período de exibição: 25 de setembro de 1998 até 22 de maio de 1999
Há continuação ou reboot?: A série não teve continuação, mas a franquia ganhou outras três adaptações cinematográficas após o cancelamento do seriado.

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Lançado entre O Corvo: A Cidade dos Anjos e O Corvo III: A Salvação, a adaptação televisiva da HQ underground homônima de James O’Barr foi uma produção relativamente esquecida dentro da franquia, tendo durado apenas uma temporada. O piloto de O Corvo: Uma Escada para o Céu segue quase a risca a premissa do filme de 1994, nos apresentando a Eric Draven (Mark Dacascos), um músico que é ressuscitado e guiado por uma força mística que se manifesta através de um Corvo Espiritual, possuindo estranhos poderes para ajudá-lo em sua busca por vingança tanto de seu assassinato quanto do assassinato de sua noiva Shelly Webster (Sabine Karsenti). O episódio também introduz rostos conhecidos da franquia, como a garota Sarah Mohr (Katie Stuart) e o detetive Daryl Albrecht (Marc Gomes).

O piloto lida diretamente com o retorno de Eric e sua busca aos capangas que mataram ele e Shelly, mas a abordagem narrativa e visual é bem diferente do estilo gótico e violento que se tornou a marca da franquia. Talvez buscando uma direção mais leve e um pouco mais tradicional para a televisão da época, o showrunner Bryce Zabel e a diretora Kari Skogland desenham uma história que é mais uma série policial com contornos sobrenaturais do que realmente uma fantasia urbana com características de horror. Até a maneira como o roteiro aos poucos resolve o caso e a investigação dos capangas para no final do episódio indicar que existe um mandante por trás do crime, me lembra um encaminhamento procedural.

Essa leveza é levada para o lado moral da jornada de Eric. Aqui, o personagem está mais em busca de redenção do que realmente numa caminhada de vingança, tanto que não é letal contra nenhum dos bandidos, com Sarah servindo ainda mais como uma bússola moral do que no filme original. Claro que há um certo nível de perturbação e de algo sombrio na essência mística da produção, mas sempre em camadas superficiais e com um tom mais psicológico do que algo manifestado visualmente através de violência. A direção de Kari Skogland caminha entre um drama policial e algo sobrenatural com um bom equilíbrio, mas sem nenhum grande destaque no piloto. É curioso, porém, notar algumas inspirações orientais, tanto na trilha sonora quanto em algumas coreografias, até porque Mark Dacascos é especialista em artes marciais.

O ator se encontra bem nesse lado coreográfico, mas não entrega algo dramaticamente interessante com o trauma ou a jornada moralmente tênue do protagonista. Acho que isso acaba sendo mais culpa do roteiro caricato e protocolar do piloto do que da falta de latitude dramática do intérprete. O primeiro episódio de O Corvo: Uma Escada para o Céu acaba não sendo nada além de uma versão light do filme, nos apresentando uma jornada menos perturbadora de Eric, que aqui se assemelha mais a um super-herói do que um anti-herói, numa narrativa de drama policial bastante comum.

O Corvo: Uma Escada para o Céu (The Crow: Stairway to Heaven) – 1X01: The Soul Can’t Rest (Canadá, 25 de setembro de 1998)
Criação:
Bryce Zabel (baseado em quadrinhos de James O’Barr)
Direção: Kari Skogland
Roteiro: Bryce Zabel
Elenco: Mark Dacascos, Marc Gomes, Sabine Karsenti, Katie Stuart
Duração: 43 min.

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