Home QuadrinhosOne-Shot Crítica | Nathan Never – Vol. 13: Além das Estrelas

Crítica | Nathan Never – Vol. 13: Além das Estrelas

por Luiz Santiago
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Além das Estrelas é a história que faz Nathan Never cruzar uma linha importante em sua vida. É aqui que o personagem tem real contato com alguma inteligência fora da Terra, e mesmo que este não tenha sido um encontro cara a cara e sim um encontro mental, foi o suficiente para que ele reconsiderasse muitas coisas e ajustasse o seu pensamento para enxergar o mundo de outra forma, como nos deixa claro o epílogo da edição, assinado por Antonio Serra, Michele Medda e Bepi Vigna.

Nesta aventura, o protagonista de cabelos prateados está encarregado de investigar o desaparecimento de um cientista. A esposa do homem é quem contrata a Agência Alfa, baseada em uma série de estranhas coincidências envolvendo a morte do marido, especialmente o fato de ele ter sido praticamente retirado da mesa de autópsia e enviado para outro lugar… para acabar sendo “cremado por engano“. No enredo, em visita à Estação Orbital Terpsichore, Nathan Never é finalmente apresentado à Irmandade das Sombras (Shadow Brotherhood), que foi brevemente aludida no arco A Zona Proibida e Os Homens-Sombra, onde uma experiência militar saiu do controle e caiu nas mãos de macabros investidores.

Começa nessa trama uma série de eventos envolvendo os Technodroids que perseguirá Never por muito tempo, e os roteiristas fazem esse primeiro contato de modo bastante objetivo, colocando a realidade de “alienígenas entre os humanos” numa esfera dentro aceitável e compreensível para esse momento da história humana. E aproveitando o ensejo, os artistas fazem referência ao mundo dos robôs de Isaac Asimov (também nome de uma Universidade nessa realidade) e aos icônicos C-3PO e R2-D2 (Star Wars), Robby (Planeta Proibido) e aos Transformers. De certa forma, trata-se de uma invasão, mas ela está encadeada de uma maneira que segue o cotidiano das pessoas sem alarmá-las, preparando nas sombras aquilo que, no futuro, pode exterminar a vida na Terra como se conhece.

O caso investigado também é bastante particular para Nathan Never, porque ele não tem tanto tempo para agir e passa a maior parte do tempo indo de um beco sem saída para outro. A presença de Aristotele Skotos e sua seita (inserida na série desde Agente Especial Alfa) e a companhia que esse criminoso religioso tem ao seu lado incrementam a onda de mistério não apenas desse volume, mas de todos os outros daqui para frente, porque sabemos que mesmo os que não tratarem diretamente da psicometabiose terão nas salas e nos laboratórios da cidade alguma coisa sendo criada, testada e explorada para virem à tona num futuro próximo.

Apresentar algo tão importante quanto a existência de vida inteligente fora da Terra para o personagem é uma tarefa e tanto para escritores, mas o trio de Além das Estrelas consegue fazer isso sem rodeios e de forma muitíssimo divertida, começando com uma investigação aparentemente simples na semana de Nathan Never e terminando com uma revolução em seu olhar sobre a existência e a realidade em que vive.

Nathan Never – Vol. 13: Além das Estrelas (Oltre le Stelle) — Itália, junho de 1992
Roteiro: Antonio Serra, Michele Medda, Bepi Vigna
Arte: Germano Bonazzi
Capa: Claudio Castellini
100 páginas

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