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Crítica | Mulher-Hulk: Defensora de Heróis – 1X08: Ribbit and Rip It

O sapo e o diabo.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios. 

Kat Coiro retorna para a direção da série para cumprir a promessa de fazer um crossover com Matt Murdock (Charlie Cox), o Demolidor, que retornou oficialmente ao Universo Cinematográfico Marvel em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, mas que, aqui, é finalmente visto com o uniforme novo, amarelo e vermelho, que referencia seu traje original dos quadrinhos. E, mais uma vez, a série acerta em cheio em seu uso de um humor bobo, mas constantemente divertido, sem “desfazer” aquilo que a parceria Marvel-Netflix construiu para o Diabo da Cozinha do Inferno como muitos temiam e, mais ainda, sem descaracterizar a série, que permanece sendo inequivocamente de Tatiana Maslany e sua Jennifer Walters.

Novamente recorrendo ao uso de personagens obscuros do panteão da Marvel Comics  – é o que não falta, afinal de contas! – Jen é levada, muito a contragosto, a representar Eugene Patilio, o Sapo (não sem querer um vilão que apareceu pela primeira vez na publicação solo do Demolidor na década de 60, ainda que o original seja Vincent Patilio), contra seu estilista Luke Jacobson em razão de um traje alegadamente defeituoso. A cena de tribunal, fácil e divertidamente resolvida, existe principalmente para dar a Matt Murdock a entrada triunfal que o personagem merece – ah, que saudades! -, atrasado e fazendo piadinha daquele jeito cínico que Cox faz muito bem, mas também para estabelecer tudo o que vemos a seguir, com o autor da ação, em seguida, sequestrando Jacobson para forçá-lo a refazer seu traje e fazendo o que todo crossover de quadrinhos de super-heróis faz desde tempos imemoriais: a briga entre dois heróis em razão de um mal-entendido somente para que eles se unam em seguida.

Se eu pudesse fazer uma diferenciação entre essa “nova” versão do Demolidor e a antiga para além do traje (ninguém perguntou, mas eu ainda prefiro o vermelho, apesar de ter gostado muito do design e do tom de cores desta versão – mas meu verdadeiramente favorito é o preto de uma fase dos quadrinhos), diria que o super-herói cego que vemos, aqui, é mais quadrinhos e menos realista. Talvez possamos dizer que ele evoluiu vertiginosamente desde os eventos da terceira temporada de sua série solo e, agora, aproxima-se da versão mais, digamos, completa que povoa as HQs, isso pelo menos em termos de lutas e atletismo extremo, o que o leva a ser tonalmente mais UCM do que ele era antes. Mesmo assim, esse é, sem dúvida alguma, o Demolidor e eu achei excelente que o roteiro tenha aberto espaço para o ensaio de uma cena de “luta de corredor”, somente para a Mulher-Hulk chegar e “estragar” a festa com sua delicadeza verde. Aliás, vamos combinar que Maslany e Cox têm química perfeita, seja como Jen e Matt, seja como Mulher-Hulk e Demolidor, a ponto de eu já estar torcendo para que, em futuro próximo, possamos ver os dois juntos novamente.

O roteiro de Cody Ziglar faz bom uso da quebra da quarta parede para literalmente “marretar” um epílogo que prepara a temporada para seu fim, com Jen e todas as suas colegas advogadas ganhando o prêmio de melhor do ano, somente para a Intelligencia usar o momento para envergonhar a super-heroína com aquelas típicas bobagens de redes sociais que muita gente leva a sério. Como Mulher-Hulk: Defensora de Heróis é uma série que usa sua abordagem para criticar fortemente a toxicidade de determinados elementos que surfam a internet protegidos pelo anonimato com o único objetivo de falar mal dos outros, devo dizer que gostei muito do que foi feito, até porque aponta para um final que não trairá a estrutura mais low-profile da série. E o melhor é que Kat Coiro, talvez inspirada pelo trabalho de sua colega Anu Valia, entrega seu melhor trabalho de direção que evita o picotamento da narrativa e sabe focar no que é realmente importante, resultando em um episódio consideravelmente eclético, mas mesmo assim coeso, que reúne bem o humor típico da série e um pouco mais de ação do que o “normal” para ela, culminando com a primeira vez que vemos a Mulher-Hulk perder o controle de sua persona Esmeralda.

Ribbit and Rip It era, provavelmente, o mais esperado episódio da temporada em razão da presença do Demolidor que já vinha sendo alardeada pelo material publicitário há bastante tempo. Mas, por mais que seja ótimo ver o Homem Sem Medo de volta por completo, é melhor ainda constatar que Jennifer Walters, tanto no original como em sua persona poderosa, não deixa nada a dever em termos de presença de tela e interação com um personagem tão querido pelos fãs, presenteando-nos com um episódio legítimo de sua série.

Obs: Além das referências de praxe, que aqui incluiu Hulk Vermelho e Wolverine (novamente), há uma informação inédita e importantíssima para o UCM como um todo: Matt Murdock, defendendo seu cliente, afirma que os Acordos de Sokovia foram repelidos, garantindo as identidades secretas dos super-heróis que assim escolherem seguir. Não sei se gosto muito de algo tão relevante ser revelado de maneira tão de passagem, mas é o que temos pelo momento…

Mulher-Hulk: Defensora de Heróis – 1X08: Ribbit and Rip It (She-Hulk: Attorney at Law – EUA, 06 de outubro de 2022)
Criação: Jessica Gao
Direção: Kat Coiro
Roteiro: Cody Ziglar
Elenco: Tatiana Maslany, Ginger Gonzaga, Steve Coulter, Griffin Matthews, Brandon Stanley, Charlie Cox, Mark Linn-Baker, Tess Malis Kincaid
Duração: 34 min.

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