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Crítica | Monarch: Legado de Monstros – 1X08: Birthright

Pouco demais, tarde demais.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série e das outras obras do MonsterVerse.

Como se já não bastassem todos os outros problemas de Monarch que discuti nas críticas anteriores, outras duas características da série me incomodam demais. A primeira é que a premissa da temporada é que Lee Shaw, Keiko e Bill Randa guardaram segredos da agência anti-monstros que ajudaram a fundar por décadas a fio e eles nunca sequer começaram a ser decifrados, apesar de todo o tempo e dinheiro que diversas equipes tiveram ao longo de sei lá quanto tempo. A segunda é que, por alguma razão misteriosa, quer parecer que todo mundo acha que Cate e Kentaro, por representarem o legado de Hiroshi e, por via de consequência, da trinca original que vemos em flashbacks para os anos 50, têm algum tipo de “conhecimento” especial. E essas duas questões nunca ficaram tão evidentes quanto em Birthright, episódio que, por incrível que pareça, apesar de todos os pesares, é o primeiro a parecer contar uma história minimamente coesa e que poderia ser interessante não fosse o desgaste da série até aqui.

Diferente de vários outros episódios que foram recheados de retornos ao passado recente para tratar dos draminhas bobalhões e irrelevantes de Cate, Kentaro e May que não é May, esse daqui retorna aos flashbacks de qualidade para a década de 50, com o elenco desse período fazendo funcionar o tipo de drama que, no presente, o elenco jovem não consegue fazer funcionar por um minuto. É até bacana ver a trinca amorosa entre o jovem Lee Shaw, Bill e Keiko que, pelas mais diversas razões, se resguarda completamente, culminando com a revelação de que Keiko é viúva e tem um filho, Hiroshi, que ela acabara de conseguir trazer para os EUA, com esse passado funcionando para conectar o punho de Bill ao rosto do Tenente Hatch (Matthew MacCaull), novo líder da Monarch, depois que o segundo faz comentários de fundo racista e misógino. Em outras palavras, há um ritmo ali, além de haver uma trinca de atores que parece quase que literalmente existir em outra série, uma potencialmente muito melhor do que a que vemos passar em 2015.

E, aqui, a direção de Hiromi Kamata cria uma conexão bem-vinda entre passado e presente, com pulos de um tempo para o outro funcionando de maneira muito mais fluida que antes e finalmente contando uma só história que nos faz retornar até as ruínas de uma usina nuclear no Cazaquistão que, em princípio, ceifou a vida de Keiko como vimos anteriormente. Mesmo que a ação no presente tenha se transformando em algo extremamente burocrático, com todos os clichês do gênero, mas sem nenhum tipo de tentativa de fazê-los serem mais do que claramente podem ser, com a Monarch “magicamente” acordando para a solução do problema (é hilário como o roteiro força a barra para os jovens adultos serem úteis) e o Velho Lee Shaw tornando-se um louco obsessivo tapador de buracos que passou décadas quietinho e acordou que nem a Formiga Atômica. Se antes o personagem de Kurt Russell lembrava – ou eu tinha esperanças que lembrasse – Snake Plissken, ele, agora, mais parece uma versão terrena do celestial Ego que faz o que quer, na hora que quer e consegue toda a ajuda do mundo com apenas um estalar de dedos e um sorriso.

Se esse mesmo episódio tivesse vindo antes na temporada e não fosse o oitavo capítulo de uma temporada que não deveria ter nem cinco, talvez o resultado final fosse muito melhor meramente pela qualidade técnica da direção e pela trinca de atores que vivem os personagens nos anos 50. O problema é que ele vem tarde demais e acaba sendo pouco demais se todo o objetivo da série era levar alguns de seus protagonistas para a Terra Oca para, espero, eles se encontrarem com monstros por mais do que 10 segundos por episódio. Toda a experiência, até agora, foi como assistir a um gigantesco trailer para um filme que tem um terço de sua duração e, provavelmente, bem menos qualidade do que gostaríamos. Bem, paciência. Agora que eu cheguei até aqui, não tem como não conferir os dois episódios finais e esperar, contra todas as probabilidades, que eles façam valer a jornada.

Monarch: Legado de Monstros – 1X08: Birthright (Monarch: Legacy of Monsters – EUA, 29 de dezembro de 2023)
Criação e showrunner: Chris Black
Direção: Hiromi Kamata
Roteiro: Al Letson
Elenco: Anna Sawai, Kiersey Clemons, Ren Watabe, Mari Yamamoto, Anders Holm, Wyatt Russell, Kurt Russell, Joe Tippett, Elisa Lasowski, Mirelly Taylor, Jess Salgueiro, Matthew MacCaull
Duração: 42 min.

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