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Crítica | Monarch: Legado de Monstros – 1X07: Will the Real May Please Stand Up?

Os segredos de May.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série e das outras obras do MonsterVerse.

Acho que, depois de Will the Real May Please Stand Up?, podemos dizer que Monarch entrou em sua reta final e que já está bastante clara a proposta da série, que é a de responder perguntas sobre o Monsterverse a partir do Dia-G que vimos em Godzilla, de 2014. O grande problema disso é que ninguém nunca fez essas perguntas e, mesmo que tenham feito, elas sequer interessam de verdade. Ainda que seja interessante ver um pouco das origens da Monarch nos anos 50, tenho dificuldades de me importar com esse passado ou com seus personagens e, se isso acontece com o que a série tem de melhor, imaginem então a ação em 2015 e os flashbacks para pouco tempo antes que insistem em focar no trio de jovens adultos, dois deles que se descobrem meios-irmãos de um pai desaparecido e a terceira uma hacker habilidosa de passado nebuloso?

Com os flashbacks de Cate e Kentaro já destrinchados, chegou a hora de May, como o título do episódio deixa bem claro. Como todo mundo já esperava, May não é May, mas sim Corah Mateo que, trabalhando para a Applied Experimental Technologies (AET) sob a mentoria da executiva Brenda Holland (Dominique Tipper, a Naomi Nagata de The Expanse), descobre que a empresa faz terríveis experimentos cibernéticos com animais vivos e decide sabotá-la, tendo que fugir em seguida, o que a leva a três anos sob as sombras e sob nome falso. E tudo isso para que, ao final, a conexão da AET com o Monsterverse seja revelada, com a empresa mudando de nome para Apex Cybernetics, corporação que aparece pela primeira vez em Godzilla vs. Kong e que é responsável pela criação do Mechagodzilla.

E isso me faz retornar à afirmação do primeiro parágrafo: e daí? Essa história de mistério, sabotagem e empresa maligna não só é completamente batida, sem que o roteiro ofereça nada de diferente, como o passado de May – ou Corah – pouco interessando, pois a personagem não foi construída a contento. Sim, eu me importo menos ainda por Cate e Kentaro, mas vamos combinar que o sarrafo não era lá muito alto para colocar May no pódio, não é mesmo? Além disso, a revelação de que a AET é, na verdade, a precursora da Apex é, sejamos sinceros, completamente irrelevante, com uma sequência “tchan” de reviravolta que não poderia ser mais sem graça e sem eco efetivo na tecitura geral desse universo. Não há nada especial nisso, não há nada particularmente complexo ou diferente que responda perguntas que valham a pena fazer.

O corolário disso é que o que está ao redor desses acontecimentos, ou seja, a aliança de Tim com Cate e Kentaro, o acordo que a Monarch faz com a AET por May e a própria May, ao que tudo indica, querendo jogar limpo a partir de agora cai exatamente na mesma categoria de irrelevância e semgracice, ainda que um ou dois níveis acima da irrelevância e semgracice das tramas que lidam diretamente com os passados de Cate e Kentaro. Eu queria muito ter ligado para May, sua família abandonada e seus amigos tentando salvá-la. Eu queria muito ter dito “uau” quando o logotipo da Apex apareceu na tela do computador de Brenda. Mas tudo o que eu pude expressar foi minha absoluta indiferença, como se eu estivesse assistindo a um capítulo de uma novela da Globo enquanto jantava, algo que, aliás, fazia muito quando jovem (a expressão no rosto de May na imagem que usei para ilustrar a presente crítica representa a minha própria expressão fixa ao longo desse episódio…). Nem mesmo as sequências do Velho Shaw tomando a Monarch do Alasca de assalto (que facilidade, hein?) e, depois, selando o buraco para a Terra Oca (novamente, que facilidade, hein?) me fez levantar a sobrancelha. Tudo o que eu queria, a essa altura, era que o episódio acabasse.

Monarch: Legado de Monstros, portanto, tem um problema na raiz, na sua própria proposta de preenchimento de vazios que ninguém sequer sabia que existiam ou que, agora sabendo, se importa com eles. Na verdade, é pior do que isso, pois a série cria seus próprios problemas para então imediatamente resolvê-los, em uma estrutura de retroalimentação que sequer nos oferece algo de real valor para justificar tantos episódios e tantas semanas assistindo essa história. Se pelo menos tivéssemos tido outro vislumbre do passado de décadas atrás da super agência anti-monstros, eu nem reclamaria tanto, mas, sem isso, tudo o que sobra é uma gigantesca enrolação que não leva e não parece ir a lugar algum.

Monarch: Legado de Monstros – 1X07: Will the Real May Please Stand Up? (Monarch: Legacy of Monsters – EUA, 22 de dezembro de 2023)
Criação e showrunner: Chris Black
Direção: Hiromi Kamata
Roteiro: Mariko Tamaki
Elenco: Anna Sawai, Kiersey Clemons, Ren Watabe, Mari Yamamoto, Anders Holm, Wyatt Russell, Kurt Russell, Joe Tippett, Elisa Lasowski, Mirelly Taylor, Jess Salgueiro, Dominique Tipper, Morgan Dudley
Duração: 47 min.

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