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Crítica | Monarch: Legado de Monstros – 1X06: Terrifying Miracles

Voltando a focar no que interessa.

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série e das outras obras do MonsterVerse.

Depois de dois episódios decepcionantes seguidos, adjetivo que uso meramente como um simpático eufemismo do que eu realmente achei deles por estar generoso hoje, Monarch: Legado de Monstros volta a fazer o que sempre devia fazer e que eu já veementemente mencionei quando da crítica do terceiro episódio: abrir espaço para Kurt Russell ser Kurt Russell e dar destaque à ação nos anos 50 que é infinitamente mais interessante do que a que se passa em 2015. Terrifying Miracles é outra prova de que não muito erro quando esses dois elementos narrativos são aproveitados, mesmo que, no âmbito geral, a série continue a não mostrar a que veio.

Com o Velho Lee Shaw libertado por Duvall, que se revela como a irmã da falecida Sandra Brody, personagem vivida por Juliette Binoche no primeiro longa do Monsterverse, a ação no presente é magicamente acelerada, com toda a letargia imbecilizante que vimos em São Francisco ser defenestrada e substituída por “teletransporte” para o deserto da Argélia com os dois adultos e os três jovens tentando achar Hiroshi Randa e, por incrível que pareça, efetivamente conseguindo, ainda que juntamente com um pequeno brinde, ninguém menos do que o próprio Godzilla que, ao que tudo indica, estava tirando uma soneca restauradora bem debaixo das barbas de todo mundo. Claro que a Monarch está logo atrás, pois o atrapalhado Tim revela-se completamente do nada como um grande investigador e deduz exatamente aonde a turma estará.

O que não faz sentido algum é Shaw dizer que está tentando ajudar Godzilla e, ato contínuo, os dois Randas Juniores e mais a traíra da May fazendo biquinho, batendo os pezinhos e decidindo ir embora sozinhos caminhar pelo deserto sem nem por um segundo se interessar em entender exatamente o que está acontecendo. Os três sujeitos deram a volta ao mundo em poucos dias e se depararam com monstros nesse caminho, mas eles preferem desistir de tudo e se afastar da única pessoa que parece saber o que está fazendo ali. Em outras palavras, a série recorre à uma estratégia do tipo “vamos atrasar as explicações ao máximo criando situações idiotas que gravitam ao redor do conflito de gerações” para justificar seus 10 episódios que muito claramente, pelo menos no que se refere aos eventos em 2015, poderiam ser enxugados em metade de um episódio.

Em 1955, porém, essa bobagem toda é dissipada pelo interesse natural que as origens da Monarch criam, com a conexão entre o Lee Shaw jovem e Keiko crescendo, mas criando uma divisão entre dever e amor que acaba com uma troca de comando no projeto que pode ser potencialmente desastrosa para a trinca investigadora. Não que o que vemos seja particularmente original nem nada, pois definitivamente já vimos essa historinha de amor frustrado e de Forças Armadas malvadas um caminhão de vezes antes, mas, nessa linha temporal, há uma conexão muito maior com os Titãs, o que leva à fluidez narrativa. Claro que ajuda muito não ter que ver Cate e Kentaro, além de uma May que começou bem, mas, agora, não passa de mais uma personagem cheia de drama pessoal que, não tenho dúvidas, conheceremos em detalhes via flashbacks provavelmente já no próximo episódio.

Faltando apenas quatro episódios para o fim, tenho para mim que a relevância de Monarch para o Monsterverse será no máximo débil, pelo que é essencial que a série justifique-se por si mesma, seja focando na ação entre humanos (e um pouco entre humanos e Titãs ou entre Titãs se resolverem soltar a verba para mais do que 10 segundos de CGI por vez), seja criando sua própria mini-mitologia interessante na linha do que é mostrado nos anos 50. Se, ao revés, insistirem nos draminhas pessoais desconectados dos monstros de seus supostos personagens centrais, tudo o que teremos é uma novela das oito que por acaso tem algumas criaturas interessantes que aparecem de relance e um ator veterano extremamente subaproveitado.

Monarch: Legado de Monstros – 1X06: Terrifying Miracles (Monarch: Legacy of Monsters – EUA, 15 de dezembro de 2023)
Criação e showrunner: Chris Black
Direção: Mairzee Almas
Roteiro: Karl Greenfeld
Elenco: Anna Sawai, Kiersey Clemons, Ren Watabe, Mari Yamamoto, Anders Holm, Wyatt Russell, Kurt Russell, Joe Tippett, Elisa Lasowski, Christopher Heyerdahl, Takehiro Hira
Duração: 49 min.

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