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Crítica | Monarch: Legado de Monstros – 1X05: The Way Out

A melhor ideia da série até agora: focar na Cate...

por Ritter Fan
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  • spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios da série e das outras obras do MonsterVerse.

Na crítica ao episódio anterior, eu reclamei que o roteiro transformou o Velho Lee Shaw de Kurt Russell em um bobalhão que não sabia lidar com a situação em que estava e eliminou completamente os flashbacks para décadas atrás, decidindo por voltar o relógio um ano apenas para lidar com o “importantíssimo” momento em que Kentaro e May se conheceram e começaram a namorar. Imaginei que seria impossível a série desperdiçar mais oportunidades de contar uma boa história do que com essas duas escolhas equivocadas, pelo que fui tranquilo assistir The Way Out, mesmo que a breve sinopse apontasse para um passeio pelos traumas de Cate Randa, mais conhecida como a pior personagem da temporada até o momento.

No entanto, eu fui inocente demais ou, talvez, tenha deixado minha vontade de que Monarch desse certo falar mais alto e influenciasse minhas expectativas, pois o episódio que marca a metade da temporada dança na cara dos desperdícios do anterior e realmente vem para dizer muito claramente que a primeira série live-action do Monsterverse chega a ser cruel de tão monstruosa com seus espectadores. E olha que eu jamais esperaria que os titãs aparecem muito não, pois era óbvio que o lado humano falaria mais alto, seja por uma questão de orçamento, seja pela própria natureza de uma série. O que eu não estava preparado para ver eram roteiros tão tenebrosos lidando justamente com esse lado humano, defenestrando tudo o que poderia ser bom – como um Kurt Russell completamente badass e uma abordagem bacana sobre as origens da Monarch – e dando destaque para dramas adolescentes (ou jovens adultos, o que é a mesma coisa, se pensarmos bem) mal escritos e que, pior ainda, não têm relação direta alguma com as criaturas gigantescas que causam o pandemônio na Terra.

Depois da “origem” do amorzinho entre Kentaro e May, era óbvio que o passado de Cate não poderia ficar de lado e o gatilho para que isso aconteça é a Monarch, organização tão ameaçadora quanto uma lagartixa na parede esperando um inseto desavisado passar, soltando os jovens para ver o que eles farão, o que os leva para a São Francisco destruída para que eles possam revirar as ruínas do escritório de lá de Hiroshi Randa. Se é um prazer ver Tamlyn Tomita atuando como Caroline, mãe de Cate, todo o restante é uma enorme perda de tempo com um clímax de metade de temporada que para ser decepcionante precisa melhorar muito (acharam um mapa do caminho de Godzilla, uau…). E vejam só que incapacidade de se aproveitar de algo perfeito para Kurt Russell, deixando-o, ao revés, sendo interrogado lá no Alasca pela subchefe da Monarch: dois dos filmes mais icônicos do ator são Fuga de Nova York Fuga de Los Angeles, em que seu personagem caolho Snake Plissken precisa, obviamente, fugir das versões pós apocalípticas dessas duas cidades, pelo que seria absolutamente perfeito se fizessem de The Way Out um mini-Fuga de São Francisco com ele no comando. Mas não, escolheram deixar Russell no banco de reservas e colocar os três jovens menos interessantes do mundo no protagonismo de algo mais afeito à franquia Pequenos Espiões, mas sem nenhum charme.

Entre flashbacks de “romancezinho” de Cate com uma professora da escola em que leciona que mostra que ela é uma hipócrita por condenar o adultério do pai (ô linha narrativa sem graça essa…) e uma missão de infiltração na “zona proibida” das ruínas de São Francisco em que, mesmo em fuga de soldados, a dupla de irmãos decide cantar em alto e bom tom e a usar constantemente suas lanternas, somente para a trinca chegar no ex-escritório de Hiroshi para uma revelação que é construída de maneira vergonhosa pela forma supostamente espetaculosa como ela é feita, nada funciona nem por um segundo sequer. É como ver Malhação na versão Apocalipse ou algum filme sob drama adolescente escrito pelo estagiário do cafezinho e dirigido pelo grip de primeira viagem na base do “ei, você aí ,vem aqui dirigir, pois o diretor teve um desarranjo e teve que ir para casa”.

Apesar de Monarch nunca ter realmente mostrado a que veio – aliás, ecoo a pergunta de um leitor na crítica passada: para que serve mesmo essa série? – ela chegou a funcionar por alguns breves minutos, pelo que é triste vê-la esfacelando-se completamente diante de nossos olhos pela mais absoluta incompreensão da produção sobre o que é um filme – ou uma série – de monstro. Claro que ainda tem chance de melhorar, mas o problema é que, agora, meu interesse pela série ficou soterrado debaixo dos escombros de São Francisco…

Monarch: Legado de Monstros – 1X05: The Way Out (Monarch: Legacy of Monsters – EUA, 08 de dezembro de 2023)
Criação e showrunner: Chris Black
Direção: Mairzee Almas
Roteiro: Amanda Overton
Elenco: Anna Sawai, Kiersey Clemons, Ren Watabe, Mari Yamamoto, Anders Holm, Wyatt Russell, Kurt Russell, Joe Tippett, Elisa Lasowski, Christopher Heyerdahl, Tamlyn Tomita
Duração: 50 min.

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