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Crítica | Lost: The Mobile Game

por Iann Jeliel
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Lost: The Mobile Game

  • SPOILERS do jogo e da série até metade da 3ª Temporada! Leia, aqui, as críticas de todo nosso material do Universo Lost.

O que mais existe no universo dos games – principalmente considerando gerações antigas – são jogos que pegam nomes de grandes franquias (seja filmes, séries, desenhos animados) e dão a possibilidade de seus admiradores poderem fazer parte da história, além de controlar os personagens que tanto gostam. Geralmente, esses jogos surgiam pouco tempo depois do lançamento da obra base ou no auge dela, visando ao aproveitamento do sucesso em uma mídia para ser conquistado em outra. Tratando-se de Lost, existem dois jogos criados entre as exibições da terceira e quarta temporadas que se encaixavam nesse caráter proveitoso. O primeiro e mais óbvio, nesse sentido, foi Lost: The Mobile Game, que como o nome já diz, foi lançado diretamente para celular, naquele formato comum antigamente de programação em java, e reproduzia resumidamente os eventos da série que haviam acontecido até o momento de seu lançamento.

Desenvolvido pela Gameloft, apesar desse intuito claramente parasitário pelo sucesso da série, o game passava longe de ser preguiçoso ou feito nas coxas. Ao contrário, a aposta era alta considerando que a realidade tecnológica de aparelhos móveis à época não era a mesma de hoje, jogos de programação em java costumavam apenas seguir uma linha simples de código com pequenas modificações aleatórias. Era, de certo modo, raro ver exemplares que buscavam ter um desenvolvimento de storytelling com progressão planejada e diferenciada entre os níveis. Destrinchando os cinco níveis disponíveis, apesar dos objetivos serem bem primários, e os cenários conterem limitações de espaço e uma mesma estratégia para passar, a constituição geral de cada nível era bem única e conseguia condensar de modo agradável os principais momentos da série, de modo a deixar o jogador envolvido do início ao fim em busca do zeramento.

O primeiro capítulo era basicamente o episódio piloto, controlamos Jack (protagonista também do jogo) salvando os sobreviventes do acidente, depois saímos em busca de água e comida, ajudando Locke a capturar um Javali, e por fim, na busca de sobreviventes nos arredores da ilha, encontramos o rádio e precisamos sintonizar a transmissão de Rousseau. O segundo capítulo, ainda agregando o primeiro episódio e a missão de buscar novos sobreviventes, começa com o encontro do piloto e, consequentemente, da fumaça pela primeira vez. Após fugir dela, a missão é encontrar 3 frutas nos arredores da ilha para Claire que está com febre. No caminho, a jogabilidade começa a ser destrinchada, bem como as estratégias para passar dos desafios. Existem cobras e javalis para enfrentar ou desviar, além das armadilhas colocadas por Rousseau que devem ser contornadas por pedras que podemos arrastar no caminho.

O ruim é que não dá para cair nelas, enquanto os javalis podem, junte isso a um reinício por checkpoint e arma com munição Infinita, e o game se torna bem fácil. Se tem algo mais complicado de se fazer, são as pontes de equilíbrio, o tempo entre a troca de botões da esquerda e direita para não perder vida é bem curto, além de ter que ser pressionado juntamente com o botão de avançar o personagem. Contudo, se passar na louca e “apanhando” não é suficiente para matar, além de haver poucas durante o jogo e geralmente serem acompanhadas por uma árvore com frutas que recupera a vida. O terceiro capítulo é o mais curto e se passa entre os eventos de Raised By Another e Homecoming, quando precisamos resgatar Claire que foi raptada após voltarmos para a praia com as frutas. No caminho, mais desafios e enfim o enfretamento a Ethan (também bem fácil, consta apenas em apertar um botão o mais rápido possível) num local que ligava ao mesmo tempo a Escotilha e o Black Rock.

O quarto capítulo se passa basicamente dentro de Black Rock em chamas, precisamos encontrar modos de desviar dos fogos enquanto explodimos caixotes com as dinamites para conseguirmos sair do local. Por fim, o último e maior capítulo aglomera Exodus, a segunda temporada “inteira” e o início da terceira. Explodimos a escotilha com a dinamite pega anteriormente e levamos o pessoal da ilha lá para dentro, onde já estão acontecendo os eventos magnéticos instáveis, Desmond aparece do nada e coloca nosso objetivo como atravessar a escotilha e digitar os números no painel. Tem tempo e vários obstáculos como caixas de metal, pesos de academia e outras coisas metálicas voando para a gente se desviar até chegar ao computador. Uma vez ativados os números, saímos da escotilha e duas cenas se misturam, Kate é usada de refém dos “Outros” (cena de The Hunting Party quando Jack, Kate, Sawyer e Locke iam ao resgate de Michael) e somos capturados junto a Sawyer (algo que irá acontecer no fim de Live Together, Die Alone).

Então, temos a parte mais legal (e difícil) do game, que é furtivamente resgatar Sawyer e Kate. Os Outros precisam ser evitados a todo custo se não a morte é instantânea, não temos armas para enfrentá-los, apenas o poder de dar uma coronhada por trás para mantê-los desacordados por um tempo e podermos avançar. Depois de passar por todo mundo, temos o enfrentamento direto à fumaça – que captura Sawyer em um buraco –, um chefão de dificuldade considerável, tendo em vista que a morte também é instantânea, sua inteligência artificial é rápida e o tamanho que ela ocupa em tela é bem grande. Contudo, nada que uma simples estratégia de desvio – que pode ser usada durante todo o jogo – não resolva, que aliás é necessária aqui para conseguir armar as dinamites no local certo e poder derrotá-lo. Derrotando-o, o game acaba com o gostinho amargo de quero mais com um “continua” que nunca ocorreu, e provavelmente não ocorrerá.

Juntando tudo, o preenchimento desse gameplay gira em torno de 40 minutos a 1 hora de duração, um tempo curtíssimo, embora justificável para o modelo do game em porte de memória. Digo que mesmo assim poderia ter bem mais elementos no preenchimento, como o urso polar, mais desafios na escotilha, mais personagens disponíveis (além dos mencionados, só tem Hurley), dentre outras coisas. Contudo, não dá para negar que tudo entregue é bem divertido. O roteiro de Gregg Nations – que era produtor da série também – conseguiu cumprir o seu principal papel de vender o engajamento para a série e agradar àqueles que a acompanhavam a vivenciá-la. Com gráficos simples e eficientes, boa jogabilidade e proposta objetiva, Lost: The Mobile Game serve como um bom passatempo e complemento à experiência da série, e pode ser jogado e encontrado hoje gratuitamente através de um emulador Java via Android ou pela versão de iPod.

Lost: The Mobile Game
Desenvolvedor: Gameloft
Lançamento: Janeiro de 2007
Gênero: Aventura
Disponível para: Emulador Java

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