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Crítica | Loki – 2X05: Science/Fiction

Mais tempo (e espaço) para Loki.

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

É perfeitamente possível e compreensível que muitos espectadores desgostem de Science/Fiction em razão de o episódio não levar a lugar nenhum que não seja aos segundos anteriores do fim de Heart of the TVA mais uma vez. Para mim, porém, o penúltimo episódio da segunda temporada de Loki é o primeiro a finalmente mostrar que ela tinha sim um propósito, mesmo que o propósito não seja lá essas coisas. Sim, eu mais do que concordo que a temporada estava basicamente andando de lado, tanto que mencionei isso várias vezes em minhas críticas anteriores, mas, aqui, ela abre amplo espaço para Tom Hiddleston e um pouco para Sophia Di Martino mostrarem a que vieram, mesmo que, no final das contas, a razão de ser do episódio seja apenas mais uma peça na desconstrução do protagonista que deixa de ser de vez um amargo Deus da Trapaça para ser um homem que consegue encontrar valor naquilo que está ao seu redor.

A abordagem é na linha de filosofia de botequim, sei muito bem, com Loki finalmente compreendendo que suas ações fundamentalmente egoístas é que o impede de ter uma vida completa, que sua propensão a se agarrar ao passado é o que o impede de seguir para frente ou, no caso em particular, viajar no tempo ao bel prazer, algo que apenas temos que aceitar como uma metáfora e deixar quieto. Sim, é um episódio em que um Loki desgarrado no tempo e no espaço precisa reunir seus amigos da AVT de universos diferentes, com apenas Sylvie reconhecendo-o e finalmente trazendo-o para a realidade nua e crua, para, no final, deixá-los a ver navios e retornar para o ponto anterior ao blecaute multiversal, mas é somente ao cumprir essa missão, somente quando tudo está perdido que ele finalmente aprende sua lição e passa a ser seu próprio mestre. Como disse, é filosofia de botequim ou um ou dois capítulos daquele livrinho chinfrim com um título parecido com “Cinco Lições para Compreender-se e Libertar-se” ali na na prateleira de autoajuda da livraria da esquina, mas essa premissa permite que Hiddleston literalmente tenha seu tempo para ser o Loki verdadeiramente protagoninsta e não um mero coadjuvante em sua própria série.

Ajuda muito que os cinco universos que ele visita são variados, mesmo que um deles, o McDonaldsverso de Sylvie que vimos originalmente no irritante Breaking Brad, não seja novidade. Mas ajuda somente porque eu tenho que reconhecer que os responsáveis pela direção de arte tiveram que caprichar nas variações, especialmente o momento Alcatraz – Fuga Impossível de Casey, em 1962 e, claro, a ótima versão “galpão de aviação” da sala de O.B. que vimos no primeiro episódio. Afinal, para além disso, diria que a temporada ainda não conseguiu usar seus personagens de maneira consistente e, pior ainda, retirarou completamente a importância de Mobius e reduziu Sylvie a uma espécie de “Grilo Falante raivoso” que é mais irritante do que sábia; mais histérica do que relevante e bem menos atriz do que ela provou ser na primeira temporada.

Mesmo tendo gostado do que vi aqui, ainda falta muito estofo para o segundo ano da série ser aquilo que muito facilmente poderia ser. No lugar de aproveitar as excelentes dinâmicas entre os atores para desenvolver seus personagens, os roteiros são lentos, expositivos, circulares como uma roda gigante daquelas que param o tempo todo para entrar ou sair gente e que não sabem abrir espaço para seus astros. Loki, ao que tudo indica, sabe agora quem ele verdadeiramente é e, presumo, o que ele tem que fazer para impedir que o multiverso se esfacele de vez, mas o grande problema é que, a essa altura do campeonato, eu não sei mais se eu me importo se Loki achou ou não seu propósito ou com o que quer que aconteça com qualquer um nessa série.

Loki – 2X05: Science/Fiction (EUA, 02 de novembro de 2023)
Criação e desenvolvimento: Michael Waldron
Direção: Justin Benson, Aaron Moorhead
Roteiro: Eric Martin
Elenco: Tom Hiddleston, Sophia Di Martino, Owen Wilson, Wunmi Mosaku, Eugene Cordero, Ke Huy Quan
Duração: 46 min.

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