- Há SPOILERS! Leia aqui as críticas dos outros episódios.
Que diferença de qualidade de Silence of the Sonograms para There Will Be Brood! Para quem estava esperando uma grande revelação, uma grande ideia, um grandioso evento para marcar a morte de Constantine… bem… teve isso aqui. E não digo isso porque o episódio é ruim. Falo isso porque o episódio é corrido, porque atropela história que clamavam aos berros por melhor desenvolvimento e, à guisa de se livrar imediatamente do “problema Constantine”, levou o cara embora da maneira mais patética que poderíamos imaginar. O dilema de Spooner, que também não foi lá essas coisas, acabou sendo umas oito vezes mais interessantes que o já esperado e alardeado fim do mago sombrio. Vai entender.
O problema desse episódio é que ele faz parte da lista dos “continuadores indiretos de outra aventura“, ou seja, servem para juntar as pontas de uma porção de núcleos dramáticos já trabalhados na temporada — e, na maioria das vezes, de forma muito melhor. Vejamos, por exemplo, o drama de Bishop. Agora sim tivemos uma motivação verdadeira e bem colocada: ele quer destruir o planeta Terra. Mas olhando para essa justificativa, que de fato é boa e combina com a loucura do personagem, acaba se perdendo no montante de ações que conhecemos dele. De repente parece que estamos vendo um outro homem. Para um final de temporada, isso é algo bem problemático.
Não bastasse isso, dois mistérios acabam se trombando aqui. Todo o trabalho de Bishop não pode ser apenas para conseguir o ponto de Mick, certo? Ele já imaginava que deveria entrar em contato com Constantine, que estava na mansão. Logo, precisava de um comunicador. Até aí, tudo bem. Mas também tinha alguma coisa a ver com os filhos de Mick… ou não tinha? Em retrospecto, tento entender por que deram uma gigantesca atenção a esse fato se não há uma justificativa dramática para isso. E se não apareceu até o penúltimo episódio, agora fico com medo que apareça aos borbotões no Finale. Isso nunca acaba bem.
Num caminho paralelo, que em breve se cruza com o de Constantine e até das Lendas, conseguimos uma “volta às origens” por parte de Spooner, e essa abordagem me deixou um tantinho sem saber o que pensar. Há bastante emoção nesse bloco. A direção de fotografia dele é lindíssima e tudo, mas a questão familiar não conseguiu me pegar de todo e, para além disso, parece bem solta no todo do capítulo, fechando o ciclo de uma personagem quando deveria estar com os olhares voltados para outra coisa. A visita eterna de Behrad à casa dos pais (mais um episódio em que ele está ausente) e a correria que foi para dar conta dos núcleos que resolveram abrir aqui, me colocam em estado de atenção para o que será o final da temporada. Me parece meio perdido, quase atirando para lados demais. Estou preocupado.
Legends of Tomorrow – 6X14: There Will Be Brood (EUA, 29 de agosto de 2021)
Direção: Maisie Richardson-Sellers
Roteiro: Ray Utarnachitt, Marcelena Campos Mayhorn
Elenco: Caity Lotz, Tala Ashe, Jes Macallan, Olivia Swann, Adam Tsekhman, Shayan Sobhian, Lisseth Chavez, Amy Louise Pemberton, Nick Zano, Dominic Purcell, Matt Ryan, Steve Bacic, Raffi Barsoumian, Alexandra Castillo, Dominique Lucky Martell, Aliyah O’Brien, Kevin Holyk, Chris West
Duração: 42 min.