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Crítica | Kamen Rider V3 (1973) – 1X01 e 02: Seu Nome É V3 e O Último Testamento dos Riders

E eis que surge o terceiro Kamen Rider!

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 1
Número de episódios: 52
Período de exibição: 17 de fevereiro de 1973 a 09 de fevereiro de 1974.
Há continuação ou reboot?: Sim. Foi precedida por Kamen Rider (1971) e sucedida por mais de 30 séries, especiais televisivos e longas-metragens que continuam sendo lançados até hoje em dia.

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Eu sabia que um segundo Kamen Rider aparecia na primeira série da franquia, mas, em comentário em minha crítica, um leitor explicou que isso se deu principalmente porque Hiroshi Fujioka sofreu um grave acidente de moto, com a origem do Kamen Rider 2, vivido por Takeshi Sasaki, sendo muito parecida com a do primeiro. E é por isso que, na segunda série da franquia, atentando meu T.O.C., somos apresentados ao terceiro Kamen Rider, batizado apenas de Kamen Rider V3 (custava arrumarem um nomezinho melhor?) e sua origem é quase igual a de seus antecessores, com a diferença sendo que os dois primeiros Riders é que transformam Shiro Kazami, interpretado por Hiroshi Miyauchi, em um ciborgue gafanhoto quando ele é mortalmente ferido pela Destron, a nova entidade vilanesca secreta que substitui a Gel-Shocker.

Kazami, um motoqueiro sob a tutela de Takeshi Hongo, mas que desconhece a identidade super-heróica dele, testemunha um assassinato estranhíssimo em um bueiro de Tóquio e passa a ser perseguido pela tal organização terrorista que quer se manter secreta. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, pois os dois capangas monstruosos da vez são um jaguar/onça/pantera vermelha com braços de tesoura que anuncia sua chegada gritando “SCISSORS!” toda hora e uma tartaruga com um morteiro nas costas – a Tartaruga Bazuca – que mais parece um Pokémon e que, por isso, passam longe de serem discretos. Mas é interessante a violência inicial, com o Jaguar Tesoura assassinando os pais e a irmã de Kazami na sua frente em uma cena mal feita, mas que mesmo assim consegue ser razoavelmente chocante, levando o protagonista, então, a procurar vingança, justamente a razão pela qual os dois outros Kamen Riders – que se revelam para ele – se recusam inicialmente a transformá-lo em ciborgue.

Comparando o piloto de Kamen Rider V3 com o da primeira série, fica evidente, apesar do assassinato da família de Kazami, que a pegada super-heróica tomou de assalto a franquia, deixando de lado o puramente sinistro e bizarro. Os dois vilões, aqui, apesar de visualmente muito interessantes, parecem destaques em escola de samba e a pancadaria com os Kamen Riders é extremamente afetada, perdendo todo aquele jogo de câmera que me fascinou na série de 1971. Curiosamente, no lugar do V3 aparecer já uniformizado logo, isso só acontece nos literais cinco segundos finais, deixando um cliffhanger para o episódio seguinte em que o destaque fica quase que exclusivamente com ele, com os outros dois Rider tendo uma importante sequência em que eles se sacrificam para salvar Tóquio, mas deixam logo claro que eles não podem morrer e que voltarão, em um daqueles momentos WTF? que eliminam todo e qualquer peso que uma ação altruísta dessas poderia ter. Afinal, se eles não podem morrer, então porque temer pela vida deles e, mais ainda, porque eles viraram “espíritos da Força” para guiar o V3? Ah, perguntas…

O que me chamou atenção, porém, é que, no lugar de fazer aquela mixórdia inicial que a franquia Ultraman fez sobre as várias versões do herói estarem ou não no mesmo universo, Kamen Rider V3 deixa mais do que evidente que é uma coisa só e que o terceiro Rider é continuidade mais do que direta dos dois anteriores e que a Destron é a sucessora da Gel-Shocker ou, mais ainda do que isso, a mesma entidade só que com um nome diferente, mas igualmente estranho. Ou seja, nada de deixar dúvidas na cabeça do espectador até resolverem arrumar a casa, com tudo ficando às claras e bem evidente na linha temporal Kamen Rider que eu sei, também pelo leitor que comentou em minha crítica anterior, fica incrementalmente confusa na medida em que novas séries são lançadas.

Não posso dizer que o piloto de Kamen Rider V3 me deixou a mesma boa impressão que o da série original. Apesar de um design de criaturas fora do comum e uma origem violenta até certo ponto, o que vi foi uma versão mais palatável e diluída do que foi originalmente apresentado. Não é nem de longe ruim, mas, sim, um pouco decepcionante.

Kamen Rider V3 – 1X01 e 1X02: Seu Nome É V3 / Rider No. 3: His Name is V3! e O Último Testamento dos Riders / Last Testament of the Double Riders (仮面ライダーV3ー Kamen Raidā Bui Surī – Japão, 17 e 24 de fevereiro de 1973)
Criação: Shotaro Ishinomori
Direção: Koichi Takemoto
Roteiro: Minoru Yamada
Elenco: Hiroshi Miyauchi, Hiroshi Fujioka, Takeshi Sasaki, Akiji Kobayashi, Hizuru Ono, Gorō Naya
Duração: 25 min. (cada episódio)

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