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Crítica | Kamen Rider Agito (2001) – 1X01 e 02: O Despertar do Guerreiro / Tempestade Azul

Não um, não dois, mas três Kamen Riders de uma vez só!

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 1
Número de episódios: 51
Período de exibição: 28 de janeiro de 2001 a 27 de janeiro de 2002.
Há continuação ou reboot?: Sim. Foi precedida por 10 outras séries e sucedida por mais de 30 séries, especiais televisivos e longas-metragens que continuam sendo lançados até hoje em dia.

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Em 28 de janeiro de 2001, sete dias depois do final de Kamen Rider Kuuga, foi ao ar na televisão nipônica a 11ª produção serializada da franquia do ciborgue gafanhoto (e outros insetos) e segunda da Toei juntamente com a Asatsu-DK, desta vez não só com o objetivo de continuar levando a história século XXI adentro, mas também de comemorar os 30 anos de Kamen Rider, cujo primeiro episódio da primeira série fora ao ar em 03 de abril de 1971. Para marcar o evento, Kamen Rider Agito, logo em seu primeiro episódio, O Despertar do Guerreiro, dá a entender que a série não teria de imediato apenas um Kamen Rider, mas sim nada menos do que três, um para cada década, por assim dizer, ainda que apenas dois sejam revelados e um deles – efetivamente o Agito – aparecendo de surpresa no final sem que sua identidade humana seja revelada no primeiro episódio.

É, definitivamente, uma forma muito interessante e chamativa de se começar uma nova série, especialmente porque o episódio foge do padrão antigo que era o de contar uma história de origem logo no início. Em Kamen Rider Agito, vemos Makoto Hikawa (Jun Kaname), um  jovem policial que usa a armadura G-3, inspirada em Kamen Rider como parte de um programa da Força Policial para lidar com as Criaturas Não-Identificadas que porventura apareçam pela cidade, uma decisão obviamente sábia e que vem da série anterior, criando, assim, uma continuidade bem vinda. Ele é, para todos os efeitos, um Kamen Rider policial, na cor azul, com direito à moto com giroflex e um caminhão quartel-general que leva o equipamento para aonde ele precisar de maneira muito semelhante à Super Máquina. Mas, além de Hikawa, somos apresentados a dois outros jovens, Shouichi Tsugami (Toshiki Kashu) um órfão amnésico com habilidades horticultoras (sim…) e Ryō Ashihara (Yūsuke Tomoi), um hábil nadador, ambos recipientes de sinais estranhos que ativam o cinturão, algo que só vemos mais claramente em Tempestade Azul, mas com Ashihara só surgindo com seu uniforme verde de Kamen Rider Gills (gill é guelra em inglês) mais tarde. Além disso, há Mana Kazaya (Rina Akiyama), da família que adotou Hikawa, que revela ter poderes extrassensoriais.

O gatilho narrativo desse início são estranhíssimos assassinatos em que os corpos aparecem em árvores, mas não em seus galhos e sim dentro delas. Não demora e é revelado que os vilões são criaturas felinas semelhantes às panteras e onças – nas mais variadas cores – que, creio, explique a questão dos corpos em árvores pelo hábito de esses animais de levar sua presa para longe do solo, mas não exatamente explicando porque diabos os corpos estão dentro dos troncos. Seja como for, o ressurgimento de Criaturas Não-Identificadas depois de dois anos – outra menção à Kuuga -, só que mais poderosas e que ganham a alcunha de Unknown (estranhamente não traduzido para o português como “Desconhecido”, mesmo que em japonês seja a versão em inglês mesmo), são os primeiros inimigos enfrentados por Kamen Rider G3 que, nessa dupla inicial de episódios, existe apenas para apanhar como boi ladrão, com cada pancada quebrando partede sua armadura como acontece com os escudos defletores da franquia Star Trek. O Kamen Rider Agito, cuja identidade só fica clara que é a de Tsugami no segundo episódio, aparece duas vezes, sempre ao final para salvar G3 na luta contra as panteras, permanece misterioso, com nem mesmo o jovem que é transformado sabendo conscientemente o que está fazendo.

Apesar dos enigmas criados nesse começo, a pegada da nova série é decididamente mais infantil, sem arriscar retornar à abordagem original da série, mais sombria, mais repleta de situações e criaturas realmente inusitadas e, diria, até mesmo ousadas. Como Kuuga, porém, é uma forma válida de se apresentar a franquia Kamen Rider a uma nova geração, forma essa que combina com a indústria audiovisual tanto americana quanto japonesa pós-2000, em linhas gerais mais simplista e mais preocupada com a venda de bonequinhos (Agito ganha uma segunda versão de seu uniforme já no segundo episódio!) do que com uma narrativa verdadeiramente desafiadora, algo que vem acompanhado de alguns efeitos digitais ainda bem tímidos e fracos e armaduras lustrosas com bonitos acabamentos e equipamentos. Não que os tokusatsu tenham como característica a profundidade de seus roteiros, tenho consciência, mas é sensível a maneira como Kamen Rider deixou de ser algo mais visceral para tomar o caminho mais viajado dos heróis coloridos contra vilões coloridos. Pelo menos é essa impressão que Kamen Rider Agito deixa nesses dois episódios iniciais, ou seja, de algo introduzido de maneira chamativa, claro, mas que não parece oferecer muito mais do que mistérios baratos abaixo da superfície.

Kamen Rider Agito (2001) – 1X01 e 02: O Despertar do Guerreiro / Tempestade Azul ( 仮面ライダーシリーズ / Kamen Raidā Shirīzu – Japão, 28 de janeiro e 04 de fevereiro de 2001)
Conceito original: Shotaro Ishinomori
Direção: Ryuta Tasaki
Roteiro: Toshiki Inoue
Elenco: Toshiki Kashu, Jun Kaname, Yūsuke Tomoi, Rina Akiyama, Takeshi Masu, Touko Fujita, Takanori Kikuchi, Akiyoshi Shibata, Jun Yamasaki, Tokimasa Tanabe, Atsushi Ogawa, Rei Haneo
Duração: 24 min. (cada episódio)

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