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Crítica | Invencível: Eve Atômica

A origem de Samantha Wilkins.

por Kevin Rick
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Em preparação para a 2ª Temporada de Invencível, que retorna dia 03 de novembro, a Amazon Prime decidiu presentear o público com um episódio especial de 55 minutos sobre a origem de Samantha Wilkins vulgo Eve Atômica – estou acostumado com o nome original, Atom Eve, então será o que vou usar na crítica. Pois bem, acompanhando a personagem do nascimento até a pré-adolescência, descobrimos como Eve ganhou seus poderes, como aprendeu a usá-los e como se tornou uma heroína.

Como falei incansavelmente nas críticas por episódio da animação e também nas HQ’s de Invencível, o universo criado por Robert Kirkman adora abraçar os clichês de histórias de super-heróis enquanto, ao mesmo tempo, desconstrói e satiriza o gênero com grande uso de violência e momentos sombrios. Podemos ver tudo isso aqui no especial de Atom Eve, num ótimo equilíbrio de leveza e brutalidade para a origem da personagem.

A história é cheia de convenções, como o passado trágico com a criação em laboratório; o estigma de ser diferente e “esquisita” de outras pessoas; o nascimento confuso dos poderes; e os primeiros conflitos quando se torna uma super-heroína. A duração avantajada de quase 1 hora explora bem alguns desses clichês, com ótima montagem e saltos temporais com a criação/infância da personagem e seu comportamento que a tornou excluída – gostaria de ter visto mais trabalho imagético com as moléculas, porém -, assim como a leveza típica deste universo para o prazer de ter poderes, com a satisfação de voar, ser livre e poderosa para infligir dor naqueles que merecem.

Mas, claro, o roteiro também quebra expectativas comuns para histórias dessa ordem, como o fato dos pais de Eve serem complicados – não esperem ver o amor e a sabedoria dos Kent ou dos Parker por aqui. A história vai gradualmente se tornando mais sombria e densa à medida que Eve descobre seu passado, com o nível de violência aumentando e a animação ganhando uma característica de blockbuster, incluindo uma fantástica batalha de quase 20 minutos com os “irmãos” da protagonista. Como sempre, a produção sabe mesclar espetáculo com momentos perturbadores.

Não penso que o drama é tão bem desenvolvido para além de momentos chocantes, com a pancadaria ganhando mais espaço do que a emoção, mas o ato final do especial contém comoção o bastante para nos envolvermos com a personagem e sua tragédia, por mais que os antagonistas sejam genéricos e o Dr. Brandyworth seja uma conveniência ambulante para mover a trama. Gosto particularmente da cena final na casa de Eve e os sentimentos conflitantes da personagem com sua família pouco simpática.

Como sempre, este universo mostra que ser um super-herói não é fácil, por mais que pareça ser divertido no início. Considerando que a protagonista é uma das personagens mais importantes e carismáticas da obra original, é um deleite ver sua história de origem sendo adaptada para as telinhas do jeito Invencível de ser. Entremeio a bons clichês e bons subterfúgios, além de ótima animação e trabalho de voz que se tornaram marca da adaptação da Amazon Prime, temos um simpaticíssimo pontapé para o segundo ano da produção com um especial divertido e triste.

Invencível: Eve Atômica (Invincible: Atom Eve) – EUA, 21 de julho de 2023
Direção: Haylee Herrick
Roteiro: Helen Leig (baseado nos personagens criados por Robert Kirkman, Cory Walker, Ryan Ottley)
Elenco: Steven Yeun, Sandra Oh, J.K. Simmons, Madison Calderon, Lauren Cohan, Jazlyn Ione, Aria Kane, Stephen Root, Lance Reddick, Jacob Tremblay, Fred Tatasciore
Duração: 55 min.

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