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Crítica | Homem-Aranha (1981) – 1X01: Bubble, Bubble, Oil and Trouble

Fiel e superficial.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 01
Número de episódios: 26
Período de exibição: 12 de setembro de 1981 até 06 de março de 1982
Há continuação ou reboot?: Não, mas o Homem-Aranha teve uma série animada antes e diversas depois desta, mas todas sem conexão, com exceção, em princípio, de Homem-Aranha e Seus Incríveis Amigos, que começou simultaneamente a esta.

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Lançada em 1981, essa é a segunda animação americana do Homem-Aranha depois da desastrosa fábrica de memes que é a produção de 1967. Diferente de sua antecessora, a série tenta ser o mais fiel possível aos quadrinhos, acompanhando Peter Parker em sua vida dupla, tendo que equilibrar a jornada de heroísmo com suas responsabilidades como estudante universitário, fotógrafo no Clarim Diário e cuidando de sua tia May Parker. Não apenas na história, mas também na caracterização dos personagens, no foco em Nova York, no cuidado para proteger sua identidade e até nas piadas sobre os atrasos e a falta de grana do protagonista, podemos ver como a equipe criativa tenta ser o mais respeitosa e fidedigna possível às HQs. Talvez a grande exceção seja a participação do Doutor Destino na série – que no piloto aparece apenas na abertura, mas que teria papel de expressão na temporada -, o que pode ser influência do sucesso do vilão à época.

O primeiro episódio é bem simplista e preenche tudo que até o fã menos aficionado pelo aracnídeo conhece. Vemos Peter tendo problemas para fazer seus deveres da faculdade, discutindo com J. Jonah Jameson, sacrificando sua vida profissional e acadêmica para salvar o dia e assim por diante. O principal antagonista é ninguém menos do que o clássico Doutor Octopus, que faz vários pequenos furtos até tentar roubar o abastecimento mundial de petróleo. São as batidas mais comuns dos quadrinhos, mas talvez necessárias à época para estabelecer a mitologia e a essência do personagem no audiovisual, apesar da série ter sido tão curta que desconfio se teve algum tipo de impacto.

É, aqui, que a minha análise do episódio talvez seja um pouco injusta. O piloto é tão fiel que soa quase sem personalidade, colocando tudo que é mais característico do personagem, mas sem realmente criar algo em torno que seja realmente interessante de assistir. Dos problemas pessoais até o conflito bobo com Doc Ock fazendo roubos pequenos – aqui ele parece mais a Gata Negra hehe -, nada chama muita atenção em termos narrativos, mesmo tentando olhar com um carinho maior para o estilo infantil e mais simples dos desenhos desse período. Os diálogos são muito expositivos, os acontecimentos extremamente superficiais, as resoluções são ridículas até para esse tipo de animação, tudo soa muito cafona e os temas clássicos do Homem-Aranha estão em tela, mas sem o mesmo coração, se me entendem. Peter faz piadas, mas não é tão sarcástico; tem problemas diários, mas que não convencem; e o piloto segue nossa toada de apresentar tudo que é caro ao personagem, mas sem um pingo de criatividade.

Não é um primeiro episódio de todo ruim, porém. Gosto principalmente das interações com J. Jonah Jameson e com a tia May, além de ser notável o carinho dos roteiristas em tentar recriar a criação de Stan Lee e Steve Ditko. A animação é datada, claro, mas funcional o suficiente para não ser um ponto negativo. A questão mesmo é a sensação de indiferença e de um mais do mesmo menos inspirado do que vimos em outras adaptações do personagem. Como disse, talvez seja injusto analisar a série dessa perspectiva quando pensamos que o propósito do piloto é realmente apresentar as bases do teioso e, quem sabe, os roteiristas desenvolvem esses temas melhores em futuros episódios. De qualquer forma, existe valor nessa produção e no que queriam fazer, que é basicamente levar o Homem-Aranha dos quadrinhos para as telinhas.

Homem-Aranha (1981) – 1X01: Bubble, Bubble, Oil and Trouble (EUA, 12 de setembro de 1981)
Desenvolvimento: Larry Parr (baseado em criação de Stan Lee & Steve Ditko)
Direção: Don Jurwich
Roteiro: Christy Marx, Douglas Booth, Donald F. Glut, Larry Parr, Jack Hanrahan, Jeffrey Scott, Creighton Barnes
Elenco: Ted Schwartz, Lee Bailey Linda Gary, Morgan Lofting, Mona Marshall, William Woodson
Duração: 22 min.

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