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Crítica | Harvey, o Advogado – 1X01: Bannon Custody Battle

Estragando a infância de muita gente.

por Kevin Rick
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 04
Número de episódios: 39 + 1 especial
Período de exibição: 30 de dezembro de 2000 até 12 de outubro de 2018
Há continuação ou reboot?: Não, mas a animação ganhou um spin-off chamado Birdgirl.

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Derivado de Space Ghost de Costa a Costa, Harvey, o Advogado é mais uma série produzida pelo Cartoon Network em seus estágios iniciais de criação da Adult Swim, em que temos uma animação adulta que reimagina um super-herói clássico da Hanna-Barbera como um profissional egocêntrico e insano. Neste caso, acompanhamos Birdman como um advogado criminal, representando em sua maioria outras figuras famosas da Hanna-Barbera, sempre em reinterpretações hilárias e provocativas de personagens que muitas pessoas cresceram adorando.

Inclusive, meu primeiro contato com o seriado foi relativamente chocante, quando há alguns anos, acabei vendo um vídeo de Birdman defendendo Scooby-Doo e Salsicha, que aparecem na série como usuários de drogas, o que é simplesmente impagável. O fato de que a maioria dos clientes de Harvey são principalmente personagens retirados da série de desenhos animados da Hanna-Barbera, faz com que a produção mergulhe na paródia e numa comédia quase de insulto ao próprio canon do estúdio das maneiras mais hilárias possíveis.

No piloto Bannon Custody Battle acompanhamos o protagonista participando de uma batalha de custódia que envolve a família da animação Jonny Quest, num conceito extremamente divertido que transforma Benton em um pai ausente e Bannon no verdadeiro tutor de Quest e Hadji Singh, com a dupla disputando a guarda dos garotos. Temos uma série de piadas irreverentes que envolvem insinuações do relacionamento gay entre Benton e Bannon; da “adoção” de Singh; e da forma como os meninos veem Bannon como seu verdadeiro tutor, algo que reinterpreta o fato de que o personagem era responsável por protegê-los na série original.

Essas reinterpretações são absolutamente hilárias na forma que transformam a visão que a audiência tem desses personagens da infância, pegando pequenas características inocentes dos desenhos animados e transformando em malícia, sendo que a participação de Birdman é vital para o humor do episódio como o principal insinuador em seus olhares e frases sugestivas. Também é engraçado como supervilões da série original do Birdman fazem participações especiais, principalmente em papéis de algozes, como por exemplo o advogado da parte contrária que é um antigo nêmesis do protagonista.

Assim como acontece em Space Ghost de Costa a Costa, grande porção da comédia envolve piadas surreais e non-sense, o que nem sempre funciona, mas que empresta uma característica caótica ao episódio que deixa tudo ainda mais divertido com a personalidade excêntrica de todos os personagens, situações absurdas e diversos momentos narrativos que não vão a lugar algum. No fim, o grande chamariz mesmo é a paródia e a reinterpretação dos desenhos da nossa infância da maneira mais tresloucada possível como se todos fossem celebridades malucas, com Birdman funcionando como ótima peça central para fazer tudo (des)andar. Jonny Quest nunca mais será o mesmo na minha mente.

Harvey, o Advogado (Harvey Birdman, Attorney at Law) – 1X01: Bannon Custody Battle (EUA, 30 de dezembro de 2000)
Criação:
Michael Ouweleen, Erik Richter
Direção: J.J. Sedelmaier
Roteiro: Michael Ouweleen, Erik Richter, Pete Johnson, Steve Patrick
Elenco: Stephen Colbert, Gary Cole, Neil Ross, Thom Pinto, Dee Bradley Baker, Wally Wingert, Billy West
Duração: 11 min.

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