- Há SPOILERS. Acompanhe por aqui, as críticas dos demais episódios da série.
Estava com receio de que o Halo e a narrativa principal sobre a guerra não fossem devidamente abordados nos episódios finais da temporada, mas Thermopylae finalmente coloca um pouco da mitologia deste universo como foco. Não se enganem, ainda temos momentos desnecessários com Soren e sua família, além de Kwan que continua não fazendo sentido dentro da história, só que o roteiro de Ahmadu Garba dá mais atenção para o que importa na produção. É uma pena, porém, que seja muito tarde na temporada para fazer isso com a devida qualidade narrativa que a mitologia do material de origem merecia.
Em síntese, o episódio todo é um despejo de informações. Como a temporada inteira não conseguiu fazer o desenvolvimento adequado dos temas e das características que circulam o Halo, seus criadores, as motivações da guerra e o papel de Master Chief no meio de tudo isso, temos, aqui, uma sucessão de explicações artificiais, expositivas e de muitas formas confusas (principalmente para quem não conhece os jogos) para tentar dar contexto para a season finale. Por mais curioso que muitos desses momentos sejam, estamos diante de um trabalho preguiçoso, desorganizado e claramente corrido, o que me faz questionar tantas escolhas dos primeiros episódios, de cenas e núcleos inteiros que poderiam ser descartados, de diversas situações monótonas que não agregaram em nada, para que pudéssemos chegar neste ponto mais preparados.
De início, temos um bloco com Makee e John dividindo uma visão do Halo, após o gancho do episódio passado. A audiência aprende algumas coisas sobre o Halo, fica mais perdida em outros pontos, mas é um momento dramaticamente interessante para o protagonista vulnerável que a série quer criar, além de finalmente esclarecer algumas coisas para o público. Novamente, tudo é muito expositivo e didático, algo que se torna recorrente no restante do episódio, primeiro com as explicações de Kwan, Miranda e Halsey nas ruínas de Onyx, em que tudo que acontece é estupidamente conveniente, e depois temos mais um núcleo mastigado com Ackerson descobrindo e explicando a intenção da criação do programa Spartan III, tudo para deixar o embate do próximo episódio relativamente bem preparado.
Apesar das diversas respostas, muitos enigmas são mantidos no ar, como a cidade que Halsey e companhia veem ou o trabalho da cientista morta que encontraram, só que nada me soa instigante. Notem, por exemplo, a falta de peso em John recuperar seu traje, algo em tese importante para a série. Ver Thermopylae foi como assistir um atropelo narrativo, um ataque de informações jogados de qualquer jeito no espectador, algo enfatizado pela forma que o episódio inteiro é construído apenas para nos dar contexto. Existem bons momentos dramáticos aqui e ali com alguns confrontos, é bom ver a história finalmente se movendo e aprendermos mais sobre este universo, o que me faz não considerar o penúltimo capítulo do segundo ano ruim, mas de maneira geral, me parece que fomos rapidamente preparados para um desfecho em que não nos importamos com a maioria dos personagens, aprendemos bem pouco sobre a mitologia do universo e que tais respostas só devem ser adiadas novamente. Tenho certeza que a ação e os efeitos especiais do último episódio vão estar bons, mas não sei me importo com o que vai acontecer.
Halo – 2X07: Thermopylae | EUA, 14 de março de 2024
Criação: Kyle Killen, Steven Kane
Direção: Dennie Gordon
Roteiro: Ahmadu Garba
Elenco: Pablo Schreiber, Shabana Azmi, Natasha Culzac, Bentley Kalu, Kate Kennedy, Charlie Murphy, Danny Sapani, Christina Bennington, Natascha McElhone, Julian Bleach, Karl Johnson, Hilton McRae, Ryan McParland, Gustavo Chiang, Oladapo Oluwatosin Okunlola, Samuel Tamunotoku Gbobo, Caroline Boulton, Claudius Peters, Danielle Fiamanya, Balázs Csémy, Joseph Morgan, Olive Gray
Duração: 48 min.