Número de temporadas: 6
Número de episódios: 121
Período de exibição: 19 de setembro de 2007 até 17 de dezembro de 2012
Há continuação ou reboot?: Sim, em 2021, a Max lançou uma nova versão homônima, contendo praticamente as mesmas características da primogênita, mas tentou ter a própria autenticidade. No entanto, a repercussão e a audiência não tiveram o mesmo sucesso que o produto original, o que ocasionou no seu cancelamento após ter tido apenas duas temporadas.
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Os anos 2000 foram caracterizados pelo lançamento de diversas séries teens americanas, como The O.C., One Tree Hill, Smallville, Dawson’s Creek, Veronica Mars, Pretty Little Liars, Skins – e tantas outras – as quais lançaram tendências, modas e estilos de vida, contendo boas tramas e, claro, uma encantadora trilha sonora (vide o último parágrafo deste texto). Dentre elas, destaca-se Gossip Girl: A Garota do Blog, a qual, inclusive, foi exibida aqui, no Brasil, pelo SBT, no horário nobre, em 2010, logo após o lançamento da 5ª temporada de Supernatural, em uma épica noite, às 21h15. A história é sobre um grupo de adolescentes – ou seriam adultos fingindo ser jovens? -, que moram em Nova York (NY), no famoso e rico bairro chamado Upper East Side, pertencente ao condado de Manhattan, nos Estados Unidos da América (EUA). Na verdade, o seriado é baseado em uma série de livros de mesmo nome que a obra televisiva, escrita pela autora Cecily von Ziegesar, em um total de 12 exemplares, juntamente a dois (2) livros-extra especiais. Na trama, Serena van der Woodsen (Blake Lively) e Blair Waldorf (Leighton Meester) têm uma amizade quase sincera, em que tudo se inicia a partir do momento em que a primeira retorna para a casa. No entanto, a segunda está desapontada com Serena, pois ela foi embora para um colégio interno sem se despedir, tampouco se justificar, em um cultural comportamento que realizamos quando estamos em uma festa desagradável, ou seja, em uma típica “saída à francesa”.
Contudo, de certa forma, a partir deste piloto dá para entender a jovem: ela tem uma mãe chamada Lily van der Woodsen (Kelly Rutherford), que só pensa em reformar a casa e viver uma vida de luxo e, para piorar, esconde de todos o filho caçula, Eric van der Woodsen (Connor Paolo), o qual tentou realizar o autoextermínio por meio do corte dos próprios pulsos. Logo, ela preocupa-se com a família, ainda mais por amar muito o irmão, tentando, assim, protegê-lo de qualquer perigoso. Será que isso não é o suficiente para Blair perdoá-la, seja pelo sumiço, seja por ela ter ficado com o namorado da melhor amiga? A palavra fofoca deveria fazer parte do nome oficial do seriado, porque A Garota do Blog nunca fica desatenta ou desamparada perante os babados nova-iorquinos. No caso, Serena deu uma amassos calientes com Nate Archibald (Chace Crawford), namorado de Blair, sendo por si só um dos motivos de ela ter tomado um chá de sumiço. Desse modo, Blair não iria deixar passar em branco essa traição em dose dupla e aqui já a conhecemos e, óbvio, nos simpatizamos com a grande vilã da história, repleta de veneno e de desejo de vingança.
Além disso, conhecemos o “patinho feio” do grupo e o futuro pretendente amoroso de Serena: Dan Humphrey, interpretado por Penn Badgley, famoso ator protagonista da série You, também intitulada de Você, da Netflix. Muitos anos antes de ele incorporar o obsessivo e o perseguidor de mulheres Joe Goldberg, Penn deu vida ao bobo e quase nerd Dan, que, assim como Serena, ama a sua irmã mais nova, a pequena e doce Jenny Humphrey (Taylor Momsen). Essa característica foi notória no final do episódio, quando ele salva a garota das garras do safado e do desrespeitoso Chuck Bass (Ed Westwick), durante o “Beijo na Boca”, a primeira festa promovida por Blair. Não resta a menor dúvida que Chuck fará da vida dos dois um inferno, ainda mais que ele flagrou Serena com Nate no passado e, por mais que Blair já saiba da informação – em função da confissão de Nate em plena noite de amor, se é que vocês me entendem -, a Gossip Girl com certeza vai querer saber maiores detalhes sobre isso, ainda mais que “ela” tem os seus informantes, o que provavelmente inclui Chuck.
Outra característica que vemos no seriado é como a internet era completamente diferente há quase 20 anos. Em 2007, por exemplo, as fofocas mais bombásticas eram divulgadas por intermédio de blogs, assim como o envio de SMS – os conhecidos torpedos de celular – para que as pessoas pudessem se comunicar além das ligações telefônicas. Ademais, o pai do Dan e da Jenny, Rufus Humphrey (Matthew Settle), como forma de divulgar a apresentação da banda dele, prega cartazes pelas ruas. Hoje em dia, em pleno 2025, ainda existe esse tipo de comunicação visual, mas, na época, caso existisse o Instagram, por exemplo, a divulgação chegaria a mais pessoas, e não apenas a um número inexpressivo de público. Em meio a isso, uma pessoa em particular adorou saber que a filha dela estaria tendo um encontro amoroso com o filho do ex-namorado, no caso, a Lily, mãe de Serena, a qual, ao que tudo indica, teve um romance no passado com Rufus. Por falar em perpetuar a divulgação de um evento, Blair, com a ajuda de Jenny, fez vários convites formais no papel para convidar as pessoas para a festa citada, sendo algo inimaginável nos tempos atuais, não é mesmo?! Inclusive, até convites de casamento costumam agora serem enviados por mensagens no WhatsApp, e não mais somente no papel.
Se não bastassem as desavenças amorosas, ainda somos transportados para o universo de comportamentos inaceitáveis dos adolescentes ricões, como eles bebendo álcool – e muito, por sinal -, acompanhados ainda pelo hábito de fumar um baseado em pleno Central Park. Diante disso, venho com uma pergunta muito importante: cadê os pais desses adolescentes, afinal de contas os filhos ficam comportando-se como se fossem maiores de 18 anos de idade? Chega a ser incoerente e um tanto desproporcional, por mais que saibamos que a fase de aprontar na juventude é natural para qualquer ser humano, no entanto tudo nessa vida tem limite, até mesmo na ficção. Somado a isso, ainda tivemos a atuação de uma porta da Blake Lively e do Connor Paolo, dois péssimos atores que até tentaram transmitir alguma emoção em cena, entretanto falharam em suas performances artísticas. Para vocês leitores(ras) terem uma ideia, até uma árvore de Natal acessa com luzes e enfeites natalinos, por exemplo, consegue transparecer mais sentimentos do que os dois juntos em cena, risos.
Portanto, contendo uma narração convidativa na belíssima e doce voz da atriz Kristen Bell, a eterna protagonista de Veronica Mars, que é a Gossip Girl, contudo esconde a sua verdadeira identidade, temos uma série adolescente que perdurou 6 temporadas, em mais de 100 episódios. Tudo isso em uma icônica trilha sonora, que assim como em The O.C., o criador Josh Schwartz, conseguiu a proeza de colocar músicas emblemáticas neste episódio de estreia e em todas as temporadas, como What Goes Around… Comes Around, do cantor Justin Timberlake; Back to Black, da cantora Amy Winehouse; The Way I Are, do cantor Timbaland; Don’t Matter, do cantor Akon, e a música Young Folks, da banda Peter Bjorn & John, esta presente logo nos segundos iniciais do episódio de estreia do seriado. Finalizo esta minha Crítica com uma fofoca, obviamente: a Blair Waldorf, de Gossip Girl: A Garota do Blog, é casada com o Seth Cohen, de The O.C.: Um Estranho no Paraíso, na vida real, pois, desde 2014, a Leighton Meester é esposa do Adam Brody. É quase uma espécie de crossover entre os personagens das duas séries e, nesse caso, Josh Schwartz foi um excelente cupido nesse cruzamento amoroso.
Gossip Girl: A Garota do Blog (2007) 1×01: Pilot — (EUA, 19 de setembro de 2007)
Criação: Josh Schwartz
Direção: Mark Piznarski
Roteiro: Josh Schwartz, Cecily von Ziegesar, Stephanie Savage
Elenco: Blake Lively, Leighton Meester, Penn Badgley, Chace Crawford, Taylor Momsen, Kristen Bell, Ed Westwick, Kelly Rutherford, Matthew Settle, Sam Robards, Florencia Lozano, Connor Paolo, Nicole Fiscellla, Nan Zhang, Kimberly Hebert Gregory, Andrew Stewart-Jones, Lindsey Broad
Duração: 42 minutos
