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Crítica | Família Drácula – 1X01: Color Me Dredful

Mal Sapão!

por Ritter Fan
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Bem-vindos ao Plano Piloto, coluna semanal dedicada a abordar exclusivamente os pilotos de séries de TV.

Número de temporadas: 1
Número de episódios: 16
Período de exibição: 06 de setembro a 20 de dezembro de 1980.
Há continuação ou reboot?: Não.

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Quando tentamos listar mentalmente o que a Hanna-Barbera fez para a animação, não chegamos nem próximo da real dimensão da produtora e da inventividade de seus fundadores e daqueles que mantiveram seu legado aceso. Começando com Jambo e Ruivão, em 1957, depois que a MGM fechou sua divisão de animação, William Hann e Joseph Barbera (que, vale lembrar, criaram Tom & Jerry nos anos 30!) erigiram um verdadeiro império da animação serializada que basicamente tomou as décadas seguintes e cuja fama continua até hoje em dia.

Se Os Flintstones, Zé Colmeia, Os Jetsons e Johnny Quest são apenas algumas dentre as mais famosas séries animadas de todos os tempos criadas pelo estúdio, outras tiveram vida curta, mas também, de sua própria maneira, marcaram gerações, mesmo que de maneira efêmera. Família DráculaDrak Pack, no original – é um desses casos, com a série durando apenas 16 episódios, com produção da divisão australiana da Hanna-Barbera nos anos 80, mas que qualquer um que tenha vivido a época provavelmente lembrará. E eu nem digo que o trio de descendentes dos famosos monstros da Universal Drak Jr. (Jerry Dexter), Frankie e Lobão (ambos com voz de William Callaway), sob o comando de Draculão (Alan Oppenheimer), são os mais memoráveis personagens, pois o autodepreciativo Sapão (Don Messick), um dos capangas do arquivilão Doutor Terror (Hans Conried), inspirado fisicamente pelo grande Peter Lorre, é, pelo menos para mim, o grande destaque.

Afinal, como esquecer de sua icônica frase “Mal Sapão, mal Sapão” que ele repetidamente diz enquanto se flagela com um mata-moscas toda vez que faz uma besteira? Podem até ter sido 16 episódios, mas a capacidade que a Hanna-Barbera tinha de criar clássicos era tão grande que até hoje eu digo “Mal Sapão”, ainda que, claro, quando alguém, não eu, comete uma burrada.

Mas eu divago com minhas lembranças de tenra idade. Família Drácula é, portanto, uma versão super-heróica dos Monstros da Universal que enfrentam o Doutor Terror (desenhado a partir de seu dublador original) e sua equipe vilanesca composta pelo já mencionado Sapão, além de Múmia (Chuck McCann), Mosca (novamente Messick) e Vampira (Julie McWhirter), uma versão desmorta de Zsa Zsa Gabor que é gamada (assim que falávamos crush naquela época) por Drak Jr. naquela boa e velha estrutura em que um plano diabólico e extravagante é colocado em movimento e o trio protagonista, então, parte para a luta, deixando sua transformação e, portanto, o uso de seus poderes, somente para o momento climático final.

No primeiro episódio, o plano do Doutor Terror não faz o menor sentido prático e, por isso mesmo, é hilário: ele inventa uma máquina que retira a cor de coisas e pessoas e usa isso para ameaçar a Família Drácula. Desde quando ser monocromático é algo sério o suficiente para ser um efetiva ameaça? Mas, claro, é isso que acontece e, também claro, Draculão ordena que o trio corra atrás dos vilões para reverter tudo às gloriosas cores originais. É só uma pena que o episódio não ofereça um pouquinho mais do que apenas um plano bizarro e o miserável Sapão se batendo, pois a ação é desconjuntada e um tantinho cansada mesmo considerando a duração regulamentar de séries animadas dessa época de pouco mais de 20 minutos.

A premissa de Família Drácula é, mesmo considerando sua simplicidade (em retrospecto, obviamente), uma absoluta delícia, com apenas seu episódio inicial não conseguindo chegar no nível que a série merecia. Mas, se o Sapão fez parte de sua infância de alguma forma, tenho certeza absoluta de que a frase que o acompanha está em algum recôndito de sua mente, isso se ela não for algo dito corriqueiramente, como é meu caso.

Família Drácula – 1X01: Color Me Dredful (Drak Pack – EUA, 06 de setembro de 1980)
Direção: Chris Cuddington
Roteiro: Doug Booth, Larz Bourne, Glenn Leopold, Cliff Roberts
Elenco: Jerry Dexter, William Callaway, Alan Oppenheimer, Hans Conried, Don Messick, Chuck McCann, Julie McWhirter
Duração: 22 min. (cada episódio)

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