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Crítica | Dragon Ball Super: Super Hero

Makankosappo!

por Rodrigo Pereira
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SPOILERS!

Os fãs de Dragon Ball já estão familiarizados com o fato de que Akira Toriyama, criador da história, considerava substituir Goku, o adorado protagonista da série, após a concepção de Gohan, filho do poderoso saiyajin. Não à toa, Gohan recebeu tanto destaque na saga dos androides em Dragon Ball Z, sendo o responsável, mesmo ainda um adolescente, por derrotar o temido Cell, que superou todos os demais Guerreiros Z. Em determinado momento, entretanto, Toriyama optou por não passar o protagonismo para Gohan porque deixou de o considerar um protagonista ideal, mantendo Goku como o principal personagem até os dias atuais.

O grande problema que sempre vi nessa decisão, e acredito que muitos compartilhem de similar visão, é o quão forte foi demonstrado que Gohan poderia ser, sendo tratado por diversas vezes como provável saiyajin mais poderoso entre todos e dono de um potencial oculto capaz de superar até mesmo o de seu pai. Some isso a escolha de colocá-lo como um cientista estudioso que desistiu de ser um guerreiro e temos um banho de água fria nas expectativas dos fãs. Dragon Ball Super: Super Hero vem para saciar um pouco essa vontade gerada há tanto tempo.

Com Tetsuro Kodama na direção do longa, seu primeiro na carreira, o filme conta o ressurgimento da Red Ribbon, uma organização maléfica que foi destruída por Goku no passado. Magenta (Volcano Ota), atual líder da organização e filho do fundador Comandante Red, recruta o Dr. Hedo (Miyu Irino), um genial cientista e neto de Dr. Gero, em busca de fortalecer a Red Ribbon com os novos androides Gamma 1 (Hiroshi Kamiya) e Gamma 2 (Mamoru Miyano) e destruir a Corporação Cápsula e os Guerreiros Z, vingando seu pai. O que ele não sabe é que Goku (Masako Nozawa) está treinando com Vegeta (Ryou Horikawa) no planeta de Bills (Koichi Yamadera) e Whis (Masakazu Morita), restando a Gohan (Masako Nozawa) e Piccolo (Toshio Furukawa), outro que volta a receber maior destaque, enfrentarem os vilões.

A primeira questão que chama atenção na obra é o visual. Dragon Ball Super: Super Hero foge da aparência clássica de Dragon Ball e Dragon Ball Z, mas também é diferente do que nos acostumamos a ver em Dragon Ball Super ou Dragon Ball Super: Broly, seu filme antecessor. Os traços se assemelham bastante com alguns jogos de videogame da franquia, trazendo uma sensação de que a obra e seus acontecimentos podem não ser considerados como canônicos, algo que só saberemos no futuro. No geral, é um visual interessante e merece reconhecimento pela aposta na mudança, mas parece um pouco travado em alguns momentos, especialmente em algumas lutas, causando um certo incômodo.

Felizmente, a proposta da película não permite que isso estrague a experiência. É visível o apelo pela nostalgia e o resgate de dois personagens tão importantes, mas que foram sendo deixados de lado conforme a história da franquia avançou. Piccolo, que há muito tempo deixou de ser antagonista e não conseguia acompanhar os saiyajins em força, finalmente deixa aquela posição de mentor que adquiriu, libertando poderes nunca antes vistos em um namekuseijin, com sua nova forma Orange Piccolo. Da mesma maneira, Gohan parece finalmente ter despertado todo seu potencial, evidenciado com sua transformação Gohan Beast, que, não por acaso, aumenta consideravelmente o tamanho de seu cabelo, o deixando com uma aparência similar a de quando era adolescente.

As novas formas desses personagens somadas ao ressurgimento de um conhecido vilão, ainda que com novas caras, reforçam o apelo nostálgico da obra. Gohan, em sua nova transformação, parece muito sua versão adolescente; Orange Piccolo traz semelhanças com o super saiyajin 3, especialmente com as sobrancelhas lisas e protuberantes; o enredo trazendo de volta não só a Red Ribbon e os androides, como também uma versão melhorada de Cell, o grande triunfo de Gohan nas batalhas. São elementos novos, mas com cara de velhos conhecidos.

Dragon Ball Super: Super Hero traz uma abordagem diferente aos seus antecessores mais recentes. Enquanto os últimos trouxeram personagens ligados a fase atual da história, introduzindo deuses da destruição e universos paralelos, o primeiro mira nas memórias dos fãs e resgata dois importantes personagens, os colocando em pé de igualdade com os novos e poderosos desafios da franquia. Agora, se serão aproveitados de forma canônica ou ficarão apenas nesse filme, só o tempo dirá.

Dragon Ball Super: Super Hero — Japão, 2022
Direção: Tetsuro Kodama
Roteiro: Akira Toriyama
Elenco: Masako Nozawa, Toshio Furukawa, Yuko Minaguchi, Hiroshi Kamiya, Mamoru Miyano, Miyu Irino, Ryota Takeuchi, Aya Hisakawa, Mayumi Tanaka, Ryou Horikawa, Takeshi Kusao, Koichi Yamadera, Masakazu Morita, Bin Shimada, Tomokazu Sugita, Aya Hirano, Ken Uo, Norio Wakamoto, Volcano Ota, Miki Ito
Duração: 99 min.

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