Home TVEpisódio Crítica | Doctor Who: The Infinite Quest (2007)

Crítica | Doctor Who: The Infinite Quest (2007)

Um alienígena chamado Baltazar está de olho na Terra...

por Luiz Santiago
1,1K views

Por incrível que pareça, a qualidade dessa animação é bem maior que a do projeto posterior da BBC, Dreamland, que acabou não executando bem uma proposta interessante. O desenho e o modelo de manipulação em computador aqui realizado não tem a aparência feia encontrada no outro filme, contendo alguns momentos visuais muito interessantes e cenários bem curiosos visitados pelo Doutor e por Martha Jones, numa aventura que busca pelo “Infinito”, um navio naufragado nos confins do Universo capaz de dar a quem entrar nele o desejo íntimo de seu coração. Já aí, vemos a potência da história.

No formato original, uma sequência de The Infinite Quest foi exibida semanalmente na série educativa Totally Doctor Who, de 2 de abril a 29 de junho de 2007. O projeto, com animação da Firestep, foi a segunda produção animada e oficialmente licenciada de Doctor Who, precedida pelo projeto em flash intitulado Scream of the Chalka, de 2003. Na mesma esteira, episódios perdidos do arco The Invasion, da Série Clássica, também foram animados para o lançamento do DVD com todo esse material.

O roteiro de Alan Barnes é bem escrito e recheado de momentos icônicos, com planetas e locais de aparência contrastante, sempre acompanhado da grande engenhosidade do 10º Doutor e de sua companion Martha Jones para se livrar das ameaças que encontram nesses rincões desconhecidos do espaço. O vilão em questão é complexo, e recebe um tratamento marcante na segunda parte, embora eu não goste tanto de sua introdução. De todo modo, ele não é um “Zé Ninguém” que almeja o poder apenas “para ter poder“, como alguns roteiros de animação costumam impor aos seus antagonistas. Trata-se de um pirata, déspota, conquistador e gênio, que construiu sozinho a sua potente nave espacial — se bem que o fungo que o Doutor coloca na histórica colher que ele leva para tal nave torna essa afirmação um pouco irônica, mas não descaracteriza os pontos positivos do personagem.

Salvo o encadeamento um pouco truncado da montagem nas cenas de batalha e a maneira pouco orgânica como o roteiro afunila a narrativa, para juntar de todos os personagens importantes nos momentos finais, The Infinite Quest é uma aventura chamativa, engraçada em alguns momentos (a dublagem de David Tennant consegue ser ainda mais louca que as suas falas malucas na série) e que mesmo não sendo livre de tropeços, traz um final solidamente muito bom. Vale destacar a boa relação do Doutor e Martha ao longo de toda a trama, a própria maneira como a personagem é escrita e a forma como ela trabalha para vencer o inimigo da vez, não sendo apenas a donzela que necessita de salvação, ou uma assistente majoritariamente passiva ao lado do Time Lord que tudo faz e tudo pensa. E ao cabo, ainda aparece uma citação à praia de Copacabana! Se bem que vem um “Arriba!” depois, para a nossa tristeza latina, mas tá valendo.

The Infinite Quest (UK, 2007)
Direção: Gary Russell
Roteiro: Alan Barnes
Elenco: David Tennant, Freema Agyeman, Anthony Head, Toby Longworth, Liza Tarbuck
Duração: 45 min.

Você Também pode curtir

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumimos que esteja de acordo com a prática, mas você poderá eleger não permitir esse uso. Aceito Leia Mais