Home TVEpisódio Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Invisible Enemy (Arco #93)

Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Invisible Enemy (Arco #93)

por Luiz Santiago
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estrelas 3

Equipe: 4º Doutor, Leela
Espaço: Titan Base e Centro médico Bi-Al Foundation (ou Centre for Alien Biomorphology)
Tempo: 5000

Assistir a The Invisible Enemy é como ver uma versão macabra e mais ou menos absurda de Viagem Fantástica (1966), com elementos de ficção científica, naves e dispositivos que certamente foram inspirados em Star Wars, que estreara naquele ano, cinco meses antes de The Invisible Enemy ir ao ar. A história aborda a contaminação feita por um vírus espacial (o inimigo invisível o título, que na verdade é o parasita The Swarm, manifestado fisicamente na forma de uma criatura parecida com um camarão, The Nucleus), que domina um grupo de astronautas em uma missão à Base Titã pertencente à Terra, no ano 5000.

A premissa de um colossal desenvolvimento da humanidade, com criação de colônias em lugares distantes do Universo e instalações médicas ou comerciais para exploração de minérios, centros de comércio, etc. foi o primeiro passo de um novo caminho de visões sociológicas e críticas que a série mostraria durante esta 15ª Temporada e de forma um pouco mais diluída, nas temporadas seguintes. O produtor Graham Williams, que começara no cargo em Horror of Fang Rock, investiu bastante neste tipo de abordagem, quase trazendo de volta o ar científico e didático que Doctor Who tinha nas primeiras temporadas, agora, porém, sob um olhar problematizador, não professoral.

A história começa com o estabelecimento da ameaça — de forma até interessante, com uma dominação mental que não é nova na série, mas que funciona bem –, tendo os astronautas contaminados pelo vírus assumindo o papel de “paciente zero”, com uma eficiente e objetiva deixa do roteiro. Há uma pausa nesses eventos e a narrativa vai então vai para a TARDIS, onde o Doutor e Leela estão com problemas durante a materialização. A companion pressente algo mau do lado de fora da nave e pede para o Doutor não sair. A forma como o texto explora esse momento ressalta o comportamento irresponsável do Doutor frente a problemas que ele pode (ou pelo menos deveria tentar) evitar, mas sua curiosidade suplanta a cautela e ele mergulha de cabeça no problema, muitas vezes causando impactos letais para ele mesmo, como vemos aqui, no momento em que é contaminado.

O roteiro de Bob Baker e Dave Martin mistura humor e horror em uma medida que quase faz a história cair para as horas da mediocridade, mas consegue se salvar a tempo. Há momentos de grande exagero na narrativa, especialmente na condução dos personagens contaminados e na intricada e nada orgânica busca do Nucleus pelo controle absoluto da instalação médica, um estado do enredo que só volta a ficar interessante quando o Doutor é contaminado e uma longa jornada por dentro de sua mente é iniciada. As relações com o filme Viagem Fantástica são absolutas nesse momento, e mesmo que o roteiro não ajude muito, a direção de Derrick Goodwin e o trabalho do desenho de produção são exemplares.

O caminho seguido no desfecho do arco e a solução para o problema dão um impacto positivo no espectador, fazendo com que The Invisible Enemy fique acima da média e encerre mais momentos divertidos e aceitáveis do que erros e exageros. Este final também traz a adição de mais um membro para a tripulação da TARDIS, um presente que o Doutor recebe do professor Marius, o primeiro K9, que teve uma participação maravilhosa em toda a história, concentrando ótimas cenas de humor e sendo muito bem empregado nas cenas de ação, uma constante em sua linha do tempo, para falar a verdade.

Com um “novo” console da TARDIS (pena que aquele vitoriano e gótico se foi tão cedo!) e agora com um novo companheiro, o Doutor e Leela deixam a instalação médica e os problemas do vírus para encontrar-se, logo a seguir em uma história conceitualmente similar, Image of the Fendahl. Mas isto é assunto para a próxima crítica.

The Invisible Enemy (Arco #93) — 15ª Temporada
Direção: Derrick Goodwin
Roteiro: Bob Baker, Dave Martin
Roteiro: Terrance Dicks
Elenco: Tom Baker, Louise Jameson, John Leeson, Michael Sheard, Brian Grellis, Edmund Pegge, Jay Neill, Anthony Rowlands, John Scott Martin, Frederick Jaeger, Roy Herrick

Audiência média: 7,92 milhões

4 episódios (exibidos entre 1º e 22 de outubro de 1977)

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