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Crítica | Doctor Who: Dreamland (2009)

Invadindo a Área 51.

por Luiz Santiago
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A história de Dreamland começa em 13 de junho de 1947, quando uma nave alienígena cai no Deserto do Novo México. Onze anos depois a TARDIS do 10º Doutor se materializa no local em busca de algumas explicações, o que desencadeia uma série de eventos que irão levar o Time Lord aos Grey Aliens, uma espécie humanoide de alienígenas que, em guerra contra os Viperox, foram atingidos e caíram no nosso planeta. O título do Especial brinca com o fato de nós, seres humanos, sermos civilizados e fazermos de nosso planeta um local de diplomacia e bons tratos a todos os seus habitantes ou, nesse caso, visitantes (só que não).

Em seu projeto inicial, Dreamland foi ao ar em seis diferentes partes, sendo um episódio de 12 minutos, seguido por cinco episódios de 6 minutos, transmitidos diariamente a partir de 21 de novembro de 2009 no serviço Red Button da BBC, no site oficial de Doctor Who e no BBC iPlayer. Posteriormente, foi transmitido na íntegra (que é o formato que eu assisti para fazer a presente crítica) na BBC Two e BBC HD, em 5 de dezembro de 2009. Já à época, o episódio não teve boa recepção por parte do público, que esperava algo no nível ou melhor que Infinite Quest, a animação da série lançada dois anos antes. E sim, as reclamações sobre Dreamland têm razão.

Confesso que a história é interessante, tanto no conceito de “caçada“, que nos leva para uma narrativa cheia de ação; quanto nas implicações morais, éticas e políticas que podemos discutir a partir dos acontecimentos da aventura. O roteiro de Phil Ford traz um inesperado apelo sentimental que é muito bem escrito e emociona o público sem apelar para facilidades melodramáticas ou clichês de enredos com escolhas difíceis por parte dos personagens. O problema de Dreamland, no entanto, é a questionável produção técnica. A animação é simplesmente horrenda, salvando-se apenas em alguns desenhos de naves ou cenários de grandes ambientes. Vale também reservar elogios para a dublagem, que coloca David Tennant e Georgia Moffett juntos novamente, agora não como Doctor e filha (como em The Doctor’s Daughter), mas como Doctor e companion.

O final do Especial é bonitinho em todos os sentidos, conseguindo fazer com que a gente se esqueça um pouco dos dissabores estéticos do projeto. Mesmo que a resolução dos os problemas seja positiva, não temos a impressão de um término clichê ou marcado por conveniências demasiadas. O roteiro, como eu disse antes, é bem escrito, e traz a Área 51 para a série, que por sua fama e conceito geral na mentalidade popular, cai muito bem à proposta. Eu só penso que a BBC e as empresas parceiras na produção de animações, com tantos investidores e redes derivadas ao redor do mundo, tinham a obrigação de investir mais na criação de projetos como esses. Caso contrário, acabam pondo a perder histórias muito interessantes porque a parte técnica da obra é absolutamente tenebrosa.

Dreamland (Reino Unido, 2009)
Direção: Gary Russell
Roteiro: Phil Ford
Elenco: David Tennant, Tim Howar, Georgia Moffett, Lisa Bowerman, Stuart Milligan, Clarke Peters, Nicholas Rowe Duração: 45 min.

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